Menina que via filmes : O lobo atrás da porta [ Crítica]

Título Original : O lobo atrás da porta
Direção : Fernando Coimbra
Elenco : Leandra Leal , Marcius Melhem, Fabiula Nascimento, Juliano Cazaré
Ano  : 2013
Gênero : Suspense, Drama
País : Brasil
Idioma : português
Censura : 16 anos
Duração: 1h 40 min

O desaparecimento de uma criança faz com que seus pais, Bernardo (Milhem Cortaz) e Sylvia (Fabiula Nascimento), vão até uma delegacia. O caso fica a cargo do delegado (Juliano Cazarré), que resolve interrogá-los separadamente. Logo descobre que Bernardo mantinha uma amante, Rosa (Leandra Leal), que é levada à delegacia para averiguações. A partir de depoimentos do trio, o delegado descobre uma rede de mentiras, amor, vingança e ciúmes envolvendo o trio.

Alguns disseram que a graça do filme O lobo atrás da porta era nunca ter ouvido falar da história da Fera da Penha, afinal, o filme é claramente baseado no acontecimento da década de 50. Eu já tinha ouvido algumas histórias mas não lembrava muito do final, como fui com minha mãe que sabia de tudo acabei descobrindo o final rapidamente.

Se você não quer spoilers, pode continuar lendo, mas sugiro que também não procure pelo apelido de Fera da Penha em nenhum Google , deixe para fazê-lo depois do filme assistido e se delicie com um dos melhores filmes nacionais que já vi.

Primeiro porque a história de Rosa ( Leandra Leal, que se tivesse nascido nos EUA já tinha ganho um Oscar) , a operadora de telemarketing que se envolve com o fiscal de ônibus Bernardo ( Marcius Melhem, espetacular no papel) , um homem casado e que deixa claro que não pretende largar a esposa ( Fabíula Nascimento) mas que desde o início do filme é suspeita de ter raptado a filha do amante, prende a atenção do espectador do início ao fim. Foi ela? Não foi ela? O que ela fez com a menina?

Sylvia ( a esposa traída) está desesperada e nem imagina quem é Rosa, ela só quer a filha de volta, na delegacia um ótimo Juliano Cazaré faz as vezes de delegado e arranca risos da plateia mesmo em cenas de puro desespero , afinal envolve o sumiço de uma criança de 6 anos.

O filme se passa no tempo atual, e não na década de 50 como é baseado, seus personagens são gente como a gente , moram em Marechal Hermes , andam de trem, nada ali tem luxo, por isso mesmo é ainda mais interessante que a menina classe média que mora com os pais se apaixone pelo homem casado que não faz o tempo todo o papel de mocinho e muito menos tem algum dinheiro . 

As atuações são fantásticas, difícil saber quem se sai melhor em cena, é filme nacional de qualidade sem apelar para a comédia rasgada, somente com boas atuações e um roteiro que mesmo baseado em fatos reais não tem data de validade, porque cai como uma luva em qualquer geração.

Filme forte, mas excelente, merece todos os elogios!