Menina que via filmes : O Sequestro de Michel Houellebecq [ Crítica]

Para falar desse filme, primeiro peço licença a vocês para explicar a sensação que tive indo pela primeira vez no Estação Ipanema. Por incrível que pareça, apesar de já ter trabalhado em frente as duas salas de cinema, nunca havia entrado. Quando meu namorado na sexta a noite ao pegar a revista de programação do Festival do Rio - eles tem uma revista em todos os cinemas bacanérrima explicando toda a programação ! A gente fica perdida querendo ver todos os filmes - e disse que tínhamos que ver o filme do sequestro de um escritor, me animei, apesar de nunca ter ouvido falar dele. A sessão era hiper tarde, para ser um domingo a noite, as 22 h! Mas lá fomos nós!

O Estação Ipanema também recentemente foi ameaçado de fechar junto com as demais salas do Grupo Estação - e as que sou assídua de Botafogo - por causa de dívidas. Felizmente e não sei até quando a sala estava lá dando tempo de eu conhecer, apesar da simpática lojinha no primeiro andar estar fechada .

Nos fundos da galeria em que fica, passamos por um sebo, por essa lojinha, por lanchonetes naturais e temos que ir ao segundo andar para encontrar as duas salas.

O clima do segundo andar é uma delícia e lembra meus cinemas de infância na companhia do meu pai. 

Com quadros que são posteres dos próximos filmes, e cadeiras espalhadas com mesinhas na frente da simples bomboniere, esperar ali foi bem prazeroso. Vejam as fotos que tirei.

Bem, agora vamos ao fimes? rs

Título Original : L´Enlevemennt de Michel Houellebecq 

Título no Brasil : O sequestro de Michel Houellebecq

Direção : Guillaume Nicloux

Elenco : Michel Houellebecq, Maxime Lefrançouis

Ano > 2014

Gênero > Drama, Documentário

Idioma : Francês

País : França

Duração : 1h 32 min

No dia 16 de setembro de 2011, o famoso autor Michel Houellebecq é sequestrado. Nos dias seguintes, a notícia sai nas redes de jornal, televisão e internet, alimentando rumores e especulações. Terá sido um plano de fuga? Um sequestro? Um delírio esquizofrênico? Michel jamais dirá à imprensa o que de fato aconteceu com ele.

Decidir um filme no Festival do Rio as vezes é complicado, na fila para escolhermos o do final de semana meu namorado disse " Temos que ver esse". Parecia interessante, ele sabe que amo histórias com escritores e esse ainda era verídico sobre um sequestro de um autor francês, sendo que ele próprio atuava. 
Acontece que filme parado as 22 h de um domingo tendo que acordar as 6 no dia seguinte já não ajuda , e esse não era nada do que a gente esperava.
Michel não é famoso aqui no Brasil - pelo menos eu até então não o conhecia - mas claro que entendidos de literatura o conhecem, ele tem de acordo com o Wikipédia prêmios e polêmicas no currículo, mas o tal sequestro - estranhamente - nem é citado.
O filme começa mostrando o autor no dia a dia, não é presente na vida dos filhos, mora sozinho em um apartamento gigante com uma vista bonita e somente é fiel ao seu agente literário, com o qual não perde as reuniões.
Conhecemos outros personagens que depois iremos entender que são eles os sequestradores de Michel. Ao entrar no elevador do prédio onde mora é rendido por 3 homens, de corpo franzino ele seria rendido facilmente por somente um e não demonstraria resistência. Ele parece não ligar de ser sequestrado, o colocam um capuz e o levam para um casa bem bonita , cerca de 1 h de Paris, mas ele não sabe onde fica, eles não podem lhe dizer. Dois dos sequestradores parecem lutadores de MMA, um deles é, e o outro é bem cheinho . Tirando os marombados, todos fumam muito . Michel é uma chaminé ambulante. Ele fica preso a uma cama mas tem gente lhe servindo o tempo todo. Faz poucas perguntas, os sequestradores nem arma tem, e nem eles parecem entender porque o sequestraram. Michel em momento algum fala em resgate ou se tem ou não dinheiro. Comenta que nenhum deles usa capuz , e que nos filmes isso é sinal de que irão matá-lo.
Mas o mais bizarro, se é que isso é verdade, é ver que a casa é dos pais de um dos sequestradores , tirada as algemas, Michel passeia pela casa, come com eles, se diverte, seria síndrome de Estocolmo?
Não há violência, não ha explicação e a gente fica com sono, do início ao fim.

Se o final não nos diz nada, o filme como um todo diz menos ainda, ao menos que você seja muito fã do autor, assista. Do contrário, não recomendo.