Menina que via Filmes : Olhos de Ladrão [Crítica]

Título Original : Eyes of A Thief
Título no Brasil : Olhos de Ladrão
Direção : Najwa Najjar 
Elenco : Khaled Abol Naga, Souad Massi
País : Palestina
Ano : 2014
Idioma : Árabe Palestino
Censura : 14 anos
Duração : 1h 38 min






Em meio às revoltas civis na palestina no ano de 2002, Tareq sofre ferimentos e é cuidado por freiras, que o ajudam a escapar, mas logo é preso por soldados israelenses. Dez anos depois, ele sai da prisão e volta para sua cidade para procurar sua filhar, Nur. Quando chega, ele encontra um lugar drasticamente transformado, e seus segredos começam a ser revelados quando seu passado vem à tona. O filme é inspirado em uma história real. 

Final de expediente, muitas pessoas saem do trabalho e vão direto para o cinema do Centro Cultural da Justiça Federal. Em suas duas salas estão passando filmes do Festival do Rio. 

Na sessão anterior muitos saem com camisas do Botafogo porque o filme era sobre Nilton Santos. Na sessão que aguardo com minha mãe há pessoas de todas as idades e o cinema de porte médio é lotado rapidamente por todos. 

Uma senhora com sotaque forte de estrangeira chama ao palco a diretora do filme. Eu nem lembrava que havia comprado o ingresso para a sessão com a presença do diretor. Ela sobe, traços fortes árabes e em inglês diz que seu pai já morou no Brasil por 4 anos quando fugia das guerras na Palestina, e que por isso para ela é um prazer estar no Brasil participando do Festival do Rio.

Ela também diz que o filme é dedicado ao seu pai e que se alguém quiser tirar alguma dúvida no final ela estará lá. Todos aplaudem e começa o filme.

Tareq está machucado, e em uma Palestina de 2002 no meio dos conflitos com Israel ele é salvo por um padre e freiras. Sem seus documentos ele caba preso e aí já pula para os dias de hoje, onde ele retorna a sua cidade de Sebastia para rever sua esposa e filha Nur. Ao chegar no local descobre que elas não moram lá, que sua esposa morreu e a criança foi entregue para adoção.

Ele resolve então ir atrás da filha e entre a mudança dele de cidade e o que está acontecendo nos dias atuais, temos flashbacks dele com a família . Vemos o dia que ele saiu para trabalhar e não conseguiu voltar para casa porque tropas haviam invadido seu bairro. Vemos o desespero de um pai e marido que briga com os soldados para poder retirá-las do local mas é vencido por um tiro.

Tareq vai ficar sem ver sua família por 10 anos, pois será preso. Na cidade nova onde fica o orfanato que supostamente levaram sua filha ele logo se ajeita, com um emprego para cuidar dos canos do lugar  - tendo como patrão Adel que manda na cidade - e conhece as costureiras onde dividirá seu espaço para dormir, no mesmo local que elas trabalham o dia todo.

Tareq logo vai se encantar com Lila que tem dois filhos - uma dela Malek , uma menina que só se mete em encrenca e Amir - e está sendo pressionada a casar com Adel.

Sem saber o que fazer ele trabalha o dia todo e se diverte com Malek que faz questão de salvar da vida desregrada e orientá-la a ir a escola. 

Nessa cidade Tareq vai encontrar o que procura onde menos espera e vai modificar a hierarquia mostrando ao povo quem é Adel.

Filme lindo, que nos dá esperança, de um mundo onde as guerras entre os dois países façam parte de histórias bem longe do dia que estivermos .