Autora : Sheila Ribeiro Mendonça
Editora : Clube dos Autores
Número de págs : 140
Apesar de ter visto alguns filmes com o tema, acho que é a primeira vez que leio um livro sobre o assunto. E aqui vale lembrar que a melhor história que me lembre - e também a mais marcante para mim - foi o filme Dormindo com o inimigo de 1991 com a linda mulher Julia Roberts .
Em seu primeiro livro a autora Sheila Ribeiro Mendonça opta por falar do que poucos já falaram e sinceramente achei a decisão muito boa. Claro que é sempre bom falar de amor e de sociedades distópicas mas quando um livro muito bom é lançado sobre o tema e um mais ou menos vem depois acaba que enjoamos do que não é tão bom. Em Cabra Cega isso não acontece, apesar de alguns elementos ainda poderem ser melhorados como a narrativa contada com muitos pontos, mas nada que comprometa o ideia final da autora em falar sobre Clara, a moça curitibana que é espancada pelo marido Gustavo.
Sim, a vida não é como a gente queria que fosse e por mais que a relação homem x mulher tenha evoluído isso ainda acontece e Clara é mais uma vítima daquelas que nos dá raiva em certos momentos e vontade de entrar na história e perguntar porque mesmo ela não chama a polícia e foge dele? Porque ela aguenta tanto tempo?
Se não soubesse que isso acontece na vida real , a mulher demorar muito para tomar uma atitude e dar um basta acharia a personagem surreal , mas infelizmente ela se parece com muitas.
Quem poderia desconfiar de um médico ? Sim, Gustavo é médico, um casal jovem que parece ter saído do altar e estar se aventurando na vida a dois. Mas em casa o pesadelo começa, primeiro em Curitiba onde ele não a deixa estudar e não quer que ela fale com ninguém, como trata-se da cidade que ela nasceu e tem muitos amigos a opção do doente marido é se mudar com ela, para Minas, depois para o Rio...sempre na esperança de que exista um lugar onde a mulher possa ser só dele , não somente o ciúmes impera mas a bipolaridade onde qualquer motivo vira um tapa ou um empurrão na moça.
Difícil ler a parte do aborto - desculpe se isso é spoiler - e não se sentir muito incomodada. Como pode mesmo existir pessoas assim? Como podem existir mulheres que aceitam passar por tudo isso?
Na busca de respostas mas satisfeita com o final que a autora deu a história, recomendo a leitura, toda mulher que acha que é comum um tapinha afinal ele estava muito nervoso deveria ler e aprender que isso pode ser só o início. Cabe a você permitir ou não.
Raffa, como autora vou ser sincera que é muito gostoso provocar todos esses sentimentos no leitor. Como mulher eu sempre me emociono e muito quando leitoras me procuram sentindo vontade de contar as suas próprias histórias, e já fui às lágrimas com aquelas que me disseram que eu as ajudei com tudo isso, mesmo sem conseguir mensurar isso de forma tátil.
ResponderExcluirSim, isso existe, e muito pelo mundo inteiro. Já progredimos bastante neste quesito, mas ainda temos uma estrada enorme a percorrer. E justiça seja feita, embora pouco divulgada, mas ao contrário também acontece. Existe Gustavo sendo Clara, e Clara sendo Gustavo. O assunto é muito amplo e polêmico.
Obrigada pelo feedback, a sua resenha estava ansiosamente sendo muito aguardada por mim e amei saber que você curtiu a ideia do tema e o meu trabalho. Até sábado. <3 ;)
Beijo, beijo!
She
Raffa, esse livro tem um assunto que é bastante abordado na TV , mas nunca li em livros nada sobre isso ... E é aqueles livros que da vontade de entrar na historia e fazer alguma coisa pra ajudar ... Muito bom ter esse tipo de temática em um livro, pode ajudar muitas pessoas que passam por isso !
ResponderExcluirBeijos
Olá Cinthia, prazer! É verdade esse tema é muito abordado na TV, principalmente depois da Lei Maria da Penha, mas em literatura ainda é pouco abordado. O que eu acho uma pena, aliás.
ExcluirConfesso que ao saber que ajudo a essas mulheres de alguma forma, nem que seja dando esperança que um dia consigam sair dessa dependência emocional, faz toda a dificuldade de ser autor brasileiro valer a pena. Amo receber mensagens delas. :)
Beijo, beijo pra você!
Sheila Ribeiro
Acho um absurdo mulher que aguenta isso. Nem que ela dê todos os motivos do mundo, continuo achando um absurdo não ir procurar ajuda. Bacana a autora escrever um livro sobre isso, espero que esse livro possa abrir os olhos das mulheres por aí.
ResponderExcluirOlá Nathalia, prazer!
ExcluirSim, minha querida, é um absurdo sim, mas o que a gente tem que focar e entender, até pra ajudar, é que elas estão também doentes. O agressor é doente e a vítima também, aliás, a família toda fica doente. Parece que é fácil apenas sair disso, abrir a porta e ir embora, mas não é.
Embora cada vez mais elas estejam conseguindo, graças a Deus. Espero pelo dia que todas consigam e se eu puder ajudá-las com o meu livro será gratificante, como já é. Que possamos abrir os olhos delas, né?! :)
Beijo, beijo pra você! ;)
Sheila Ribeiro.
Oi, Raffa!!!
ResponderExcluirEsse é um tema que choca bastante. Ultimamente tenho observado que até no namoro de adolescentes já existe muita troca de agressão física e verbal... Infelizmente parece que caiu no gosto comum e que é normal esse tipo de coisa... Não entendo como isso é possível. Vejo minhas alunas falarem que deram na cara do namorado e levaram de volta como se fosse a coisa mais normal do mundo... Sei lá... o mundo tá de ponta cabeça... É muito triste que não se saiba mais o que é amor e o que é violência... Quando foi que uma coisa se tornou sinônimo de outra? Juro que não sei... mas é o que rola no momento... Sua resenha foi ótima e o tema muito delicado... amei, amiga!
Beeeeeeeeeijos
Olá Lilly, prazer!
ExcluirMenina, compactuo demais com essa sua vivência e observação, fico boba como que a juventude, essa nova geração, está vindo violenta e agressiva, né?! Minha nossa!
Bater nunca pode ser visto como normal, nunca. Tomara que isso mude, porque senão eu tenho medo de como ficará tudo.
Homens não podem bater em mulheres, mas as mulheres também não podem bater nos homens. O respeito tem que ser via de mão dupla, nunca de mão única. Amei o seu comentário e isso abre uma possibilidade de várias outros assuntos que andam em paralelo, mas que acaba aí, na história de meu livro. ;) Que tudo mude e melhore. Que a humanidade se acalme, né?!
Beijo, beijo pra você!
Sheila Ribeiro.
Nossa, quando vi o título do livro não imaginei que se trata-se de um tema tão polêmico.
ResponderExcluirE fiquei feliz da autora por ter saído do "rotineiro" do romance água com açúcar que eu estou acostumada, e que eu gosto muito de ler. Pois é um tema pouco abordado e tenho certeza que o livro vai ajudar muitas mulheres a ver que o problema não é ela e, sim o homem com quem estar.
Parabéns Sheila pelo livro. Estou ansiosa para chegar logo sábado para te conhecer, e saber o porque de você ter escolhido esse tema.
E parabéns também, para a querida Raffa, por nos apresentar mais um livro de qualidade.
Beijoooos
Olá querida Evellyn, quero muito te conhecer também. Fale mesmo comigo que eu sou uma negação pra reconhecer as pessoas ao vivo, minha nossa, pago cada mico que nem te conto.. .rsrsrs Vou explicar tudinho sobre Cabra Cega, pode deixar! hehe Obrigada pelo carinho, viu?!
ExcluirBeijo, beijo!
Sheila Ribeiro.
Não imaginei que esse livro tivesse essa temática, eu sou fã de dramas, mas dá um nó na garganta saber que infelizmente, historias como a que a Sheila escreveu são cada vez mais frequentes e isso me assusta demais...quando voce diz, quem suspeitaria de um médico? Eu digo, é aí que tá, a loucura, o ciúme doentio, a violência acontece em qualquer lugar, em qualquer classe social, e eu imagino como seja dificil pra quem sofre toda essa violência, procurar ajudar, por N motivos, muitas preferem se calar e continuar aguentando sozinhas os maus tratos, tomara que um dia esse pensamento mude! Fiquei doida nessa historia tocante e preciso ler Cabra Cega logo!
ResponderExcluirOi Adriana, aqui é a autora do livro, tudo bem? Adorei seu comentário e concordo com tudo que disse! Se quiser falar comigo me procure no Facebook. ;)
Excluirhttps://www.facebook.com/autoraSheilaRibeiroMendonca
Beijo, beijo!
Adorei a temática, pq realmente, é a realidade de muitas mulheres em todo o mundo. E fora que livros assim nos lembram que nem tudo são contos de fadas, afinal sempre tem um livro que te faz sonhar, e geralmente este sonho vai bem além da realidade.
ResponderExcluirOlá Mileny, que bom que gostou da temática do meu livro. Confesso que gosto de escrever assuntos diferentes, que fujam um pouco do mais falado. :) O meu próximo livro com lançamento agora em 2015 é sobre compulsões.
ExcluirBeijo, beijo!