Menina que via Filmes : Cinquenta Tons de Cinza [Crítica]

Título Original : Fifty Shades Of Grey
Título no Brasil: Cinquenta Tons de Cinza
Baseado na obra de EL James
Dirigido por Sam Taylor-Johnson
Com Jamie Dornan, Dakota Johnson, Jennifer Ehle mais
Gênero Erótico , Drama , Romance

Nacionalidade EUA
Censura : 16 anos
Duração : 2h 5 min





Anastasia Steele (Dakota Johnson) é uma estudante de literatura de 21 anos, recatada e virgem. Uma dia ela deve entrevistar para o jornal da faculdade o poderoso magnata Christian Grey (Jamie Dornan). Nasce uma complexa relação entre ambos: com a descoberta amorosa e sexual, Anastasia conhece os prazeres do sadomasoquismo, tornando-se o objeto de submissão do sádico Grey.

Eu gostei muito do primeiro livro, por esse motivo apesar de ter torcido o nariz para o ator escolhido - eu torcia para ser Ian Somerhalder - comprei entradas para estreia do filme. Quando a censura baixou de 18 para 16 anos dei uma desanimada, o bacana do livro é exatamente o monte de sexo que tem, a cafonice das coisas insanas e sem vergonha que dizemos na hora " H" e que de repente qualquer tiazona estava lendo no metrô. 

Com o filme basta dizer que levei minha mãe e ela saiu do cinema reclamando que achou as cenas bobinhas! E minha mãe definitivamente não é uma mulher muito moderna com esse tema.

Anastasia ( Dakota Johnson, filha de ninguém menos que Melanie Griffith e Don Johnson) é uma estudante de Literatura que vai entrevistar um bilionário no lugar da melhor amiga que está doente. Sem muito jeito, tropeçando pelo caminho e com uma roupa meio nada com nada ela adentra o imenso escritório e ele lhe avisa que tem 10 minutos para entrevista. A famosa frase sonhada por mulheres do mundo inteiro no livro e agora no filme causa um suspiro na plateia " O Senhor Grey irá atendê-la!". Quem nunca passou por entrevistas de emprego onde pessoas tenebrosas por dentro e por fora nos deixaram achando que Chucky era o Mickey? No caso de Anastasia ela não procura emprego, mas seu jeito tímido e confuso logo encanta Grey. Ah sim, o nome do rapaz é Christian, o sobrenome é Grey, cinza em inglês que dá o nome ao livro ( os tais 50 tons...).

O que teremos dali para frente é fácil de imaginar. Ele fica doido por ela, ela não entende muito o que está acontecendo, e a plateia espera atenta pelo momento em que vão se beijar... e quando isso finalmente acontece o que se ouve na sala de exibição é quase um grito de gol na final do campeonato brasileiro.

Comparado com o livro faltou muita coisa...mas filmes são assim, quase sempre incompletos...mas mesmo dessa forma vi qualidades.

A primeira que devo citar é que Dornan me ganhou, literalmente . O charme do rapaz me fez esquecer que queria outro ator e por mais que a crítica tenha achado ele um robô no papel, eu o achei perfeito... e como disse realmente não esperava por isso. Ele estava no tempo certo do personagem...distante, traumatizado...por vezes romântico. Sim, por mais que negue e fuja...o nosso anti herói taradão anda de mãos dadas e lança cada olhar que a gente até esquece que ele acabou de dizer que não quer namorar, que não faz amor, que só quer sexo...

Dakota também se sai bem no papel da sem sal que morde o lábio - como Bella Swan - e que é desastrada. Para quem leu o livro vai ficar sentindo falta da " deusa interior" que foi esquecida pelos roteiristas...também não verá as cenas mais intensas do casal e a fobia a comida da protagonista, pontos que são facilmente lembrados por todos que leram os livros da trilogia.

O que certamente se vê e se falará é das cenas de sexo serem lights, pouco mostrarem do corpo dele, mostrarem os seios dela boa parte do tempo e da falta de depilação da mocinha nas partes baixas ( Claudia Ohana manda beijos!).

Outro ponto esquisito : Grey quase não tira a calça nas cenas de sexo, nas do quarto vermelho então é ela nua e ele de calça!!! O diretor deve ser do Vaticano. 

De resto temos a história ali, o rico que ama a mocinha mas que não aceita que está apaixonado, quer que ela seja submissa, que ela assine um contrato onde ela se deixe machucar até onde ele quiser( com direito a algemas, plug anal, etc), o mocinho que precisa de terapia intensa desconta seus traumas ali...no quarto vermelho.

Quanto a química do casal, achei bacana, os dois convencem juntos e não é filme para se ficar olhando o relógio pedindo para ir embora, pode sim irritar no final os que não conhecem o livro, e quiserem um final com respostas.

Entre contratos, brinquedos , e sexo, salvam-se todos. E o filme compensa a ida no cinema. Só não espere que ele marque gerações com suas cenas de sexo como clássicos já fizeram. Cinquenta Tons de Cinza está mais para Disney do que para Azul é a cor mais quente mas isso não quer dizer que seja uma furada. Os fãs vão amar , e Jamie Dornan vai povoar a cabeça das mocinhas mais animadas por um bom tempo. Uma gracinha esse moço.