Dirigido por Abderrahmane Sissako
Com Ibrahim Ahmed dit Pino, Abel Jafri, Hichem Yacoubi mais
Gênero Drama
Nacionalidade França , Mauritânia
Não fazia a menor ideia de onde ficava Timbuktu antes do filme ser um dos candidatos ao Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano. Mesmo não ganhando ele se manteve nos cinemas - mesmo em poucas salas - com as sessões lotadas e o sucesso é merecido.
Não espere um filme fácil de ser digerido, Timbuktu é tudo, menos um filme agradável de ser visto. Cidade de Mali, o nome que não foi traduzido em português na verdade é Tombucto, na África.
A cidade é um verdadeiro deserto onde jihadistas tomaram conta com suas leis e em nome de um Alá que nem mesmo os muçulmanos reconhecem . Logo no início já sabemos que por lá não é permitido mulheres saírem de casa sem cobrirem a cabeça, corpo e também mãos e pés, ou seja, faz se obrigatório o uso de luvas e meias, por mais que seja um calor tenebroso.
Falado boa parte no dialeto local e com algumas falas em francês o filme é lento e na medida exata para nos mostrar como vivem pessoas que não podem nem ouvir música. É crime. Quem o faz leva chibatadas. Mesmo que cante músicas reverenciando Alá.
Um pouco afastados das casas do Centro vive uma família aparentemente feliz , o pai passa o dia na sombra enquanto sua filha de 12 anos ajuda com o gado , ela e mais um amigo que ficou órfão trabalham , assim como a esposa que sem querer muito da vida penteia os cabelos e corta batatas, não necessariamente ao mesmo tempo mas em cenas que nos levam a crer que ela passa metade dos seus dias com essas atividades. O que vai acontecer com aquela família não terá final feliz.
Não sabemos de onde vem o dinheiro para roupas e nem onde os jihadistas abastecem seus carros zero.
Em um mundo sem televisão ou jornais o que se sabe é o que se ouve no boca a boca, um guerrilheiro diz ao outro que a França nunca ganhou a Copa , o que outro diz que claro que ganhou em cima do Brasil e que Zidane é o melhor jogador que ele já viu jogar. O outro ri e mesmo em uma pobreza muito pior que a nossa diz que a França só ganhou a Copa porque o Brasil é muito pobre e nos compraram com um navio lotado de arroz.
Para rir ou para chorar? Olhamos sem ação e nem sabemos se sentimos raiva ou pena de um povo que não faz as próprias escolhas, que é punido se estiver fora de casa sem motivo aparente para isso.
Mas o diretor nos deixa ver que mesmo o juiz jihadista esconde seus segredos : ele paquera uma mulher casada, fuma muito e gosta de dançar ballet quando ninguém está vendo.
Filme incrível e com uma direção acertada, merece ser visto.
Eu so fiquei sabendo do filme pela indicação ao Oscar , porque aqui ele ainda não foi lançado ... Fiquei impressionada com a falta de liberdade que essas pessoas tem , não se pode ate ouvir musica ! Não e permitido saber das noticias , muito triste essa realidade ....
ResponderExcluirbeijos
Puxa, não me recordava deste filme. Talvez seja pelo nome complicado..ou eu que tenha deixado passar despercebido realmente.
ResponderExcluirMesmo achando filmes nesse estilo bem tristes, sempre é bom conhecer outras culturas e outras maneiras, mesmo que diferenciem demais do que somos ou estamos acostumados a ver e sentir.
Piadas sobre o Brasil?rs Não é novidade..e também não sei se é de rir ou chorar..Nos dias atuais, anda complicado..aliás, sempre foi complicado.
Adorei a crítica e com certeza, verei este filme!!!
Beijo
Não lembro desse filme. Acho que por conta do nome, acabei não dando a devida importância. Sempre fico triste vendo esse tipo de filme, mas não dá para negar essa realidade existe, né? E nem dá para fechar os olhos para ela. Adorei a crítica e pretendo vê-lo.
ResponderExcluirMuito diferente hein!! Mas não me interessei muito. Parece ser aqueles filmes que mostram sim, uma realidade, no entanto, uma realidade tão triste e miserável que prefiro nem ver (não to no momento).
ResponderExcluirSe não tivesse visto a resenha nem saberia da existência desse filme.
ResponderExcluirInfelizmente esse filme retrata uma história verídica que nos assusta pois não passamos nem a metade que esse pobre povo passa.