Autor : João Ubaldo Ribeiro
Editora Alfaguara
Número de págs: 103
João Ubaldo nos deixou em julho de 2014. Nunca o encontrei apesar de morar no Rio a dois bairros de onde ele vivia : Leblon . Meus pais os viram por algumas vezes e volta e meia quando eu chegava depois ou não tinha ido eles diziam : " Sabe quem estava no restaurante? João Ubaldo!".
Sempre o admirei por causa de A Casa dos Budas Ditosos e o Sorriso do Lagarto, sei que é somente um pouco de sua obra mas para mim já bastava para entender que o cara merecia mesmo ser um Imortal da Academia Brasileira de Letras. Ao ler Boite Lebloninas me deparei mais uma vez com uma obra descrita de uma maneira tão gostosa que acho difícil um leitor não gostar.
Leblon é um bairro chique do Rio de Janeiro, o metro quadrado mais caro da já abusiva cidade se encontra lá. É nesse bairro que se passam as novelas de Manoel Carlos, o núcleo com grana, claro.
João Ubaldo morou por mais de 20 anos lá e é por isso que opta por retratar esses dois contos no charmoso e boêmio bairro. O protagonista do primeiro conto é um porteiro vindo da Bahia , não por acaso local onde o autor nasceu. O porteiro mora no Leblon por causa de sua profissão é como muitos fofoqueiro, ele nos conta tudo que acontece com um dos moradores Rodrigo Saqualulu, que volta e meia enche a cara e tem que ser carregado até a sua casa. Personagens típicos de bairros cariocas estão em todas as partes : como o doutor Camilo que vez ou outra até atendia de graça os pacientes que exageravam na dose como Rodrigo.
Envolvendo humor e um jeito típico de contar histórias que pode lembrar em alguns momentos um misto de Jorge Amado com Luis Fernando Veríssimo, o autor nos ganha aos poucos , principalmente quando um outro porteiro chamado Demostes é inserido na história para trazer mais graça as situações que podem ocorrer em qualquer bairro carioca, da zona sul a zona norte.
A segunda história que traz um cão e seu dono, ambos de nomes - digamos assim - incomuns como Dagoberto e Falafina, conta o como o animal atrai rapazes para a casa de seu dono que é homossexual.
O cão certamente rouba toda história para si com suas peripécias e inteligência digna de um humano para deixarem seu dono feliz. Sem falar , ele consegue tudo o que quer, e com isso a discrição esperada pela história acontece, o cãozinho apenas faz muito bem seu trabalho de cupido.
Nesse caso deixo para vocês lerem pois tenho medo de estragar alguma surpresa, mas recomendo muito, leiam! João já deixou saudades.
Nunca li João Ubaldo, acreditaa??
ResponderExcluirMas quando fazia facul, meus profes de literatura falavam sempre e muito bem dele!!!!
Esse ano tenho que ler, nem que seja o livro mais fininho dele rsrsrs
Sãooo tantooooos que quero conhecer....
Porém, amei sua resenha, vc fala dele com mta admiração o que me deixou com + vontade ainda! Esse ano vai..!!! bjooos
Eu adoro quando o livro apresenta duas ou mais historias , principalmente se tem a ver com algum bairro, com a vida cotidiana , parecendo com Luis Fernando Verissimo .... Nunca li nada do João Ubaldo , so nos livros de português algumas vezes, mas sempre gostei do que eu li ! Vou ler com certeza !
ResponderExcluirbeijos
Não conheço ainda o trabalho do Ubaldo e ainda não entendo porque. Deve ser bom demais quando se pega um livro e a história é passada onde conhecemos, onde ao menos, temos a visualização do lugar, das pessoas e do que acontece nem que seja, escondidinho ali...rs
ResponderExcluirA mistura de bom humor, de realidade faz com que tudo flua ainda mais suave..e pelo que li acima, a escrita dele é assim, suave e com riso solto!!!
Lerei com certeza e viajarei nesse bairro "chiquetoso" e seus personagens ilustres!
Beijo
Nunca li nenhum livro do Ubaldo. Minha prima vive falando dele, dizendo que são ótimos e que preciso fazer isso o quanto antes. Acho que vou começar por esse da sua resenha, porque gostei muito dela e do tema que o livro aborda. Foi pra lista.
ResponderExcluirbeijos!
Nunca li João Ubaldo. Mas porque não ler agora que você me apresentou?
ResponderExcluirVou procurar esse livro para ler.
Beijos Raffa