domingo, 6 de março de 2016

[Resenha] @EditoraLeya - Radical - Uma Jornada para Fora do Extremismo Islâmico

Título Original  : Radical - My Journey out of islamist Extremism
Título no Brasil : Radical - Uma Jornada para Fora do Extremismo Islâmico
Autor : Maajid Nawaz
Editora Leya
Número de págs : 346



Sempre me interesso por livros com temas que envolvem o radicalismo de certas religiões e não é de hoje que temos resenhas no blog falando sobre o mundo muçulmano e suas várias interpretações, obviamente as mais radicais são as que a população teme, já que no entendimento deles por amor a Alá tudo é válido.
Em Radical - Uma Jornada para fora do Extremismo Islâmico, lançado recentemente pela Editora Leya, Maajid conta sua história, nascido na Inglaterra em uma família metade inglesa e metade paquistanesa ele informa que sempre sentiu na pele o preconceito por ter uma religião e ser de uma cor diferente da maioria de seus amigos da escola. Vendo seus relatos, iniciamos aí uma busca no porque que alguém fica com tanta raiva de quem não concorda com o que pensamos, a diferença entre criticar uma religião no refeitório da escola e mais tarde um adulto se defender matando quem discorda do que pensa, são uma linha tênue, explicadas pelo próprio autor,é como se cada um reagisse de forma distinta a seus traumas. Isso pode ser facilmente comparado com o menino da comunidade que estuda e consegue um lugar ao sol com muito esforço e leva sua vida honesta mesmo não tendo tido a mesma facilidade de seus amigos de faculdade do asfalto, ao seu vizinho na mesma condição que revoltado pela falta de dinheiro opta pelo caminho " fácil" de ir para o lado dos traficantes.
Maajid se junta quando adolescente ao grupo islâmico e faz disso um objetivo de vida, mentindo aos pais que nem sabiam de sua decisão, aliás, ele mesmo nunca foi obrigado a frequentar mesquistas, com um pai que vivia viajando, a cultura da mãe menos rígida era o que imperava no lar dele. Mas do preconceito sua mãe não conseguiu lhe defender, e da ignorância muito menos, quando por exemplo ele relata a nós que uma professora da ecsola riu que ele não poderia comer carne de porco e o obrigou na frente de dezenas de crianças. 
Parece surreal nos dias de hoje, e o é, mas para a professora foi algo comum e frescura do menino, em nenhum momento ela tentou entender com os pais o porque da negação do garoto.
O autor viajou pelo mundo, e acabou sendo preso no Egito onde repensou sua vida e mesmo ainda sendo muçulmano se afastou dos radicais , esses aliás, assim como ele fazia, patinam no terreno fértil que é conseguir atrair novos membros mostrando que eles tem que se unir contra o povo que os faz sentir na pele o racismo, quantos não passam por péssimas experiências na escola por serem " diferentes" e com isso a raiva que os alimenta faz com que sejam facilmente convocados para o extremismo islâmico.   O autor sofreu muitos episódios de racismo em sua Southend e cresceu no meio do multiculturalismo , onde assim que se descobriu forte em poder lutar ao lado de seus " irmãos" o fez juntando-se ao Hits-ut-Tahrir, esse grupo radical o mandou para Lahore para recrutar oficiais do exército no Paquistão para a causa extremista. 
Ataques à símbolos muçulmanos como ocorreu na Índia também serviram de combustível para sua dor em vingar seus iguais. Seus superiores então resolveram enviar Maajid para o Egito onde enfim foi preso e torturado e ao invés de se rebelar ainda mais teve tempo de pensar no que estava defendendo, em um caminho bem diferente da maioria ods presos, escolheu focar em estudar a história da religião e também leu muitos livros da literatura inglesa. Foi assim que entendeu que caminhava para o lado negro da força, e optou por voltar atrás. 
Foi com a ajuda da Anistia Internacional que ele ele saiu da prisão - ele já havia perdido amigos e sua esposa por causa de suas decisões - e filiou-se ao Quilliam Foundation em Londres que defende a liberdade religiosa. Obviamente foi ameaçado por seus ex colegas e muito criticado pela mídia, mas o ex Ministro Tony Blair viu nele uma esperança  e uma história s ser seguida por muitos jovens que são usados pelos radicais, sua frase a respeito da história do ex radical está na capa do livro original. 

É um livro que vale a pena ser lido , e não, não é distante do que vivemos no Brasil, onde jovens são recrutados para o crime, mas nem sempre pelos mesmo motivos. 

5 comentários:

  1. Oi Raffa!
    São livros assim que nos fazem refletir,tentar entender um pouco.A gente vê o lado pesado da violência religiosa,mas nunca vemos alguém dentro desse meio parar e pensar que isso é errado e voltar atrás.Imagino as ameaças que Maajid sofreu,o quanto ele teve que aguentar para defender a liberdade religiosa.
    Livros assim deveriam ser leitura obrigatória em escolas com certeza!
    Beijos!

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  2. Sou apaixonada pelo assunto e mesmo com a revolta que ler livros assim, sempre acaba causando, é impossível passar batido numa resenha assim e não querer conhecer a história inteira!
    A doença religiosa, o fanatismo, a defesa de suas próprias crenças..os tabus já tatuados num povo inteiro!
    Lerei com certeza!!
    Beijo

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  3. Uma leitura obrigatória! Quero muito ler.

    Beijos :)

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  4. Oi Raffa!!!
    Gosto muito desse tipo de leitura,me fazem,muitas vezes,reavaliar certos conceitos não só meus,mas do mundo a minha volta...Com certeza lerei o mais breve possível.

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  5. Raffa, com certeza uma leitura obrigatória pra tentarmos entender um pouco mais desse lado dos radicais religiosos né! E é realmente o que voce disse, a realidade que ele passou não está distante da realidade dos jovens do nosso pais que são aliciados e recrutados para o mundo do crime! Quero ler, com certeza!

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