domingo, 29 de maio de 2016

Menina que via Filmes: A Garota do Livro [Crítica]

Título Original: The Girl in the Book
Título no Brasil: A Garota do Livro
Data de lançamento 26 de maio de 2016 (1h 26min)
Direção: Marya Cohn
Elenco: Emily VanCamp, Michael Nyqvist, Ana Mulvoy Ten mais
Gênero Drama

Nacionalidade EUA
Ano:2015









Em uma semana onde o tema abuso e estupro bateram todos os recordes de utilização nas redes sociais no Brasil, assistir A Garota do Livro é quase que obrigatório. O tema que infelizmente não sai de moda é o mote para que a história de Alice Harvey ( Emily VanCamp, excelente no papel) seja como  a de inúmeras mulheres que sofreram com uma pessoa de confiança abusando delas e com a falta de atenção dos pais.
Aos 28 anos a moça trabalha em uma editora, até hoje não conseguiu realizar seu sonho que era ser escritora, mas lembra-se muito bem quando há 15 anos atrás ela sofreu abusos do melhor amigo de seu pai, o famoso escritor Milan Daneker ( Michael Nyqvist). O que a atormentou sempre voltará à tona quando seu chefe lhe pede para acompanhar o novo contratado da editora que trabalha, ninguém menos que o culpado por ter virado a mulher traumatizada que virou.
Ao espectador resta acompanhar em flashback o como Milan se aproximou de Alice já com segunda intenções e se excitava com qualquer coisa que a menina falasse, o diretor deixa claro que faltou atenção dos pais, assustada a moça não reage, quando o faz o abuso já foi consumado, não uma, mas várias vezes.
Quando opta por contar à mãe a verdade, ouve coisas que nos dão vontade de invadir a tela e fazer os pais acordarem, tanto na ficção quanto na vida real sempre acho que muito da culpa é dos pais que desatentos e sem limites para seus filhos o deixam perdidos em um período da vida onde o que mais precisam é de apoio e uma mão para guia-los e ouvir seus conflitos internos.
Um pai egocêntrico, uma mãe alucinada e um amigo da família pronto para tirar proveito disso formam facilmente o cenário propício para que Alice sofra algo que nunca mais lhe permitirá ser a menina que deveria ter sido e a faz uma adulta totalmente perturbada.

Não por acaso - isso está no trailer, não é spoiler - ela passa os dias não se prendendo a homem algum, destruindo relacionamentos com quem a ama de verdade e dormindo com qualquer homem que demonstre sentir desejo por ela, de acordo com a mesma, porque ali naquele momento ela se sente de fato importante para alguém.
Está claro que o que ela faz é autodestruição, mas ela demora a perceber que não só continua se ferindo como também o faz com os rapazes que nada tem a ver com que ela sofreu no passado, na verdade eles nem ousam imaginar tudo que ela passou. 
Alguns críticos acharam o filme fraco, eu achei ele exatamente o que tem que ser: incômodo. Não consegui ficar neutra com as cenas de abuso, e a atriz que a faz mais nova está de parabéns, passando o que geralmente quem passa por isso nessa idade relata : o medo que imobiliza.
Não espere finais felizes, infelizmente não inventaram como deletar cenas do passado.
Para completar - como citei acima -  ela tem que agora trabalhar com o homem que a marcou negativamente para sempre, a princípio ela acha que consegue, mas vê-lo faz com que ela relembre tudo que passou, e a cara dele de que ficou impune e que não fez nada demais aparece a todo momento, que ódio! De um cinismo impressionante. A personagem que ele inventa e é de seu best seller é baseado na menina que ela um dia foi... e que ele destruiu. Como podem existir pessoas assim?
Por favor, assistam. Achei o elenco ótimo e o filme é um alerta, aprendam a escutar seus filhos. E não confiem em todos, por mais que sejam amigos ou da família. 

7 comentários:

  1. Um tema interessante e que merece atenção.
    Não conhecia o filme, mas já anotei a dica.
    Sei que ficarei incomodada, mas é importante..

    www.saidaminhalente.com

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  2. Infelizmente foi realmente um assunto que foi batido e debatido a semana toda. E penso eu, que ainda virá muita coisa ainda. Mas, melhor não escrever o que penso...rs sou do contra, então....
    Já tinha lido alguma coisa a respeito deste filme e claro que estou ansiosa para poder ver.
    É difícil se imaginar na situação da menina...muito difícil. E o desfecho que essa história tomou.
    Verei com certeza!!!
    Beijo

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  3. É um tema muito forte e já está na minha lista...como você disse,foi o tema da semana e isso está me enjoando porque acho que ainda vai aparecer muito mais sujeira nesse caso,enfim...mas verei com certeza.
    Valeu pela dica.

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  4. Todos deveriam assistir a esses tipos de filmes, assim poderiam entender um pouco o lado da vitima.

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  5. É um tema complicado mesmo, que sempre, sempre nos dói assistir, ouvir falar, mas é totalmente preciso.
    Para evitar, para saber mesmo até como denunciar.
    Assisti o trailer e já deu pra perceber que é bem tenso. Agora quero assistir o filme, mas tenho que me preparar emocionalmente, pois não é fácil.
    E vc tá certíssima, a culpaa muitas vezes é dos pais por não ouvirem os filhos e não dar abertura , tem filho que fica com medo/vergonha de se abrir e contar pros pais os assédios e abusos que sofreram.
    Pais têm que ficar atentos sempre.
    bjss

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  6. Não conseguiria ver esse filme calada!
    Mas o bom de filmes assim, é que mostra como as vítimas se sentem.

    Beijos :)

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  7. Com certeza um filme forte, e como voce disse, incomoda...mas com certeza incomoda muito menos do que ver isso acontecendo a todo momento na vida real! Adorei sua crítica e quero ver o quanto antes!

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