sexta-feira, 9 de setembro de 2016

[Resenha] O Menino no Alto da Montanha @editoraseguinte

Título Original: The Boy At The Top Of The Mountain
Título no Brasil: O Menino no Alto da Montanha
Autor : John Boyne
Editora Seguinte 
Número de págs: 232










Pierrot é um menino de apenas 6 para 7 anos quando perde sua mãe. Francês, ele já havia perdido o pai que era alemão e após lutar na guerra ficou traumatizado e entregue às bebidas, até que faleceu, e agora se viu sendo enviado para uma orfanato já que a família que morava com ele e para qual sua mãe trabalhava afirma que não poderá ficar com ele. Triste, ele aceita sua realidade, e já´sente falta de seu melhor amigo, Anrshel, um menino surdo que se comunica por sinais e é judeu. 
Quando chega no orfanato ele acaba ficando pouco tempo,  já que a irmã de seu pai o leva para morar com ela em uma casa na Alemanha no alto de uma montanha onde ela é governanta.
John Boyne não seria o autor desse livro se brilhantemente ele não tivesse colocado o menino na casa de ninguém menos que Adolf Hitler, sim, é para ele que sua tia trabalha e o menino terá que mudar seu nome para Pieter, um nome mais alemão para que o temido fuhrer goste dele. Mas como um homem tão odioso pode gostar de alguém? Com o tempo Pierrot vai se encantando até mesmo com as maldades do patrão de sua tia e se filia a juventude Hitlerista, impressiona ver como o menino bondoso vira um monstro e foca nas ideias de Hitler para cumprir seu papel de dedo duro, papel que desempenha muito bem, fazendo até mesmo com que outras pessoas sejam fuziladas mas nunca traindo o fuhrer. 
Incrível perceber em um livro no como o protagonista se transforma em algo que não terá volta, com isso ele ignora o melhor amigo, ele abusa de uma moça - ele cresce, boa parte da história ele já terá 16 anos - e ainda tem " a cena" que chega a dar nervoso quando narrada e essa sementinha do mal nada faz para salvar as pessoas.
Cria-se uma relação de amor e ódio com o protagonista, se por um lado entendemos que ele é fruto do ambiente que cresceu, por outro nota-se que ele tem prazer em ver a dor alheia, em sentir que pode fazer tudo que bem entende porque é protegido de Hitler, o leitor passa então a torcer contra Pierrot, que à essa altura já se transformou em Pieter.
Tal qual a vida real, Boyne sabe que o ser humano é capaz a atrocidades, de ir para o lado das maldades, é como um ímã que os atrai...e o autor nos reserva um final digno de fechar o livro e ficar pensando no como somos, no como as pessoas que nos rodeiam são...mais uma obra prima de John Boyne. 

3 comentários:

  1. Eu acredito que ninguém se torne mal do dia pra noite ou com o tempo. Acredito sim, que alguém já nasça com a semente do mal plantada e só a desenvolva com o passar dos anos.
    Não conhecia o livro, mas adoro trabalho do autor e lendo acima, fica claro perceber que ele continua majestoso!
    Lerei com certeza, assim que tiver oportunidade.
    Beijos

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  2. Nossa, que livro forte, não sei se conseguiria ler ele agora, acho que mais para frente eu consiga ler.

    Beijos :)

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  3. Raffa!
    Os livros ambientados em tempos de guerras muito me atraem e imaginar um livro pelo ponto de vista de uma criança e tudo que ela observou naquela época, é um livro instigante.
    “Demore na dúvida...E descubra a sabedoria que insiste em se esconder na ausência de palavras.”(Padre Fábio de Melo)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de SETEMBRO com 3 livros + BRINDES e 3 ganhadores, participem!

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