Menina que via Filmes: Raw ( Grave) [Festival do Rio]

Título Original: Raw
Título no Brasil: Raw-Grave
Data de lançamento em breve (1h 38min)
Direção: Julia Ducournau
Elenco: Garance Marillier, Ella Rumpf, Rabah Naït Oufella mais
Gêneros   Terror, Drama 

Nacionalidades França, Bélgica

Último filme que assisti no Festival do Rio e talvez o que mais esperava. Antes de mais nada, vale lembrar que as notícias sobre ele eram que as pessoas desmaiavam e vomitavam nas exibições, e eu sabia que o filme tinha uma menina canibal. Isso era tudo. Ingressos garantidos para mim e para meu marido, esperei o dia que já seria na repescagem do festival. Acontece que meu marido não conseguiu sair do trabalho a tempo e meu pai acabou indo comigo, e claro que eu já esperava que ele fosse se incomodar com tudo e que talvez tivesse que fechar os olhos boa parte da exibição.

Dito e feito. Raw conta com um elenco de desconhecidos, uma adolescente de 16 anos entra pra faculdade de Veterinária, Justine ( Garance Marillier) é uma menina franzina que assim como toda sua família é vegetariana, sua irmã mais velha não tem atendido ligações e é um veterana da mesma faculdade de nome que seus pais se conheceram e estudaram.

Ao chegar no local o que vemos é uma realidade que incomoda, pelo menos a mim que odeio ver que jovens usam da faculdade para "viver intensamente" em drogas e muito álcool. Tirando o sexo, os dois citados antes não trazem nenhum benefício, enfim, as primeiras cenas de "boas-vindas" são no maior estilo "mais trote, menos aulas", e ela se assusta ao saber que vai dividir o quarto com Adrien, um rapaz , mas ele logo a avisa que ele é gay.

No decorrer da semana ficará visível o como a irmã dela tem um problema com ela, deve ser ciúmes dos pais, falta de algo que não é falado mas demonstrado, ela não tem nenhuma afeição pela irmã nos primeiros momentos e a maltrata mesmo, tanto que quando Justine informa que é irmã dela para provar aos veteranos porque se recusa a comer carne - já que a família é toda vegetariana- a irmã a obriga a comer mesmo assim, o que desencadeará uma alergia sinistra na menina.

Enquanto a amizade com Adrien cresce, o contato com a irmã tem momentos de raiva e amor, mas as coisas vão ficar bem estranhas quando Justine ao invés de se entregar aos prazeres do sexo, drogas ou álcool como os demais estudantes, cair de boca em carnes cruas. O que começa com pedaços de carnes de animais - lembrem-se que ela vê animais sendo dissecados para estudo  o tempo inteiro- depois passa em uma determinada cena para carne humana, e é aí que o filme causa enjoo em muitos.

A forma de ela descobrir será ainda mais bizarra, mas saber que não é a única também assusta. O problema todo não são somente as cenas em que desfruta carne humana, mas sim e também porque para fazer isso ela tem que encontrar vítimas e assim como os vampiros e zumbis isso envolverá a vida de outras pessoas, então definitivamente aí termina o direito dela de comer algo tão estranho.

Não sei porque, mas a cena que mais me causou embrulhos no estômago envolviam cabelos, quase vomitei quando ela puxa da boca um monte deles e quando é depilada pela irmã, vai entender...eu sei que tinham cenas bem piores, mas vi o que ela comia como cenográfico, e não senti muita coisa.

Á essa altura meu pobre pai fechava os olhos e rezava para o filme acabar, umas 6 pessoas da sala lotada foram embora antes do filme terminar e eu aguentei firme, não por achar que se tratava de uma obra prima, mas por querer ver até onde a história levava.

Com um final ótimo, o filme surpreende e lembra muito Somos o que somos

Boas atuações e uma direção maravilhosa fazem desse filme uma boa pedida para quem tem estômago forte.