Menina que via Filmes: Elle [Crítica]

Título Original : Elle
Título no Brasil: Elle
Data de lançamento 17 de novembro de 2016 (2h 10min)
Direção: Paul Verhoeven
Elenco: Isabelle Huppert, Laurent Lafitte, Anne Consigny mais
Gênero Suspense

Nacionalidades França, Alemanha
#8 assistido
#9criticado

No último Globo de Ouro, a atriz Isabelle Huppert saiu com o prêmio de melhor atriz por sua atuação nesse longa. A categoria drama foi a indicada. Merecido, mas não espere que o filme em uestão seja fácil de ser digerido.

Ao vermos o trailer nos deparamos com uma mulher sexagenária que é estuprada. O que esperamos? Suspense? Claro! Vingança? Sempre. Mas já vale avisar que nada nesse filme é lugar comum.

Michele ( Huppert) é uma mulher poderosa e muito rica. Dona de uma empresa de videogames onde ser mulher e idosa não é nada normal. No meio de um monte de garotos com a idade de seu filho ela tenta ser menos odiada do que é, seja por seu jeito durão, seja por não pensar como eles. Mas logo de cara nos deparamos com um funcionário que falando com ela como fala já teria sido demitido há muito tempo, isso começa a nos fazer perceber de que a personagem é estranha, parece que se acostumou a ser odiada.

A primeira cena é a marcante e a que se repetirá em flashback diversas vezes no filme. O estupro. Um homem encapuzado entra em sua casa, a espanca muito e a estupra, nada leva. Qual a reação que esperamos? Que ela chore, ligue para polícia, para os amigos...mas ela nada disso faz. Ela joga as provas fora, ela vai ao médico saber se não pegou nenhuma doença do desconhecido e se abre em momentos como uma jantar com amigos ou em uma festa com seu ex sobre o estupro como se comentasse que viu um filme no cinema.

Tão estranha quanto sua atitude é sua relação com seus pais, o que depois se justificará porque ela sofreu um grande trauma. Sua mãe quer se casar com um homem que tem quase a idade do neto. E seu pai está preso, por algo que certamente traumatizou Michele e justifica que ela aja como ninguém espera o filme inteiro. 

Para completar e a gente sentir ainda menos empatia pela protagonista, ela não só é auto-destrutiva como também não sabe o valor de uma amizade, dorme com todos os homens que são comprometidos, não se importando se suas esposas são suas melhores amigas.
Precisa ter talento para fazer um papel tão intenso como esse, não é nada fácil ser a mulher de 60 anos onde se espera o correto, mas o que vemos é um personagem atormentado e que rompe todas as barreiras do que é aceito.