Menina que via Filmes: Um Limite Entre Nós [Crítica]

Título Original: Fences
Título no Brasil: Um limite entre nós
Data de lançamento 2 de março de 2017 (2h 19min)
Direção: Denzel Washington
Elenco: Denzel Washington, Viola Davis, Stephen Henderson mais
Gênero Drama
Nacionalidade EUA
#47assistido
#48criticado

 Certos filmes nos  marcam  de uma  forma inexplicável, é o caso desse. Desde que anunciaram que filmariam a peça Fences ( nome original) e com a presença dos mesmos atores eu contei os dias para que estreasse no Brasil.

Infelizmente estreou depois do Oscar, e depois de visto entendo  porque Viola Davis era hour concours na disputa pela estatueta, e também porque Denzel parecia chateado por ter perdido para  Casey Affleck.

Troy( Denzel) é um  lixeiro que vive em Pitsburgh, a primeira cena já mostra que em plena década de 50 os EUA ainda viviam a intensa segregação racial, no seu trabaho negros só pegam o lixo, o motorista do caminhão é sempre o homem branco.

Turrão e sempre mal humorado, Troy faz comentários sobre uma mulher da vizinhança ao lado do melhor amigo também lixeiro, é notável o como eles bebem bastante, na primeira aparição de Viola como a esposa Rose notamos que há amor mas também há  algo no ar, ela não trabalha e administra o dinheiro dele, aos poucos vamos entendendo melhor a relação. Há mágoa mais dele do que dela da vida, ali naquela casa o jogo é o dele, não importa que o único filho do casal implore por algum ato de carinho do pai, ao conversarem sobre o tema ele é duro, o que fala incomoda o espectador.

Não é um homem romântico, é um homem que trabalha duro, que nega 10 dólares ao filho mais velho que não quer trabalhar com ele, e são nessas cenas que é travado um duelo do sempre enfezado personagem de Denzel com a melhor esposa do mundo, ela trabalha em casa, é boa mãe e tem um carinho imenso com todos. Para aquela época bastava. Mas será? Não que ela queira trabalhar fora, mas ela quer fidelidade e isso veremos que ele era incapaz.

 A casa que vivem nunca foi comprada com o suor do trabalho dele, mas sim porque seu irmão foi vítima da guerra. Destaque para o ator Mykel Williamson - o Bubba de Forrest Gump-  como o irmão que sofreu sequelas.

Trata-se de um drama bem costurado, Troy é amargurado porque não deu certo como jogador, tem raiva dos brancos e não permite que seu filho tenha sonhos. Ao mesmo tempo que cospe regras pela casa, não faz o mínimo que Rose esperava dele e a cena dos dois discutindo sobre isso é para bater palmas, absurdo ele não ter levado a estatueta também.

Difícil não se emocionar, um dos melhores filmes dessa safra do Oscar.