[Resenha] Curtindo a Vida Adoidado @gutenberg_ed

Título Original: Ferris Bueller's Day Off
Título no Brasil: Curtindo a Vida Adoidado
Autor: Todd Strasser
Editora Gutenberg
Número de págs: 157
#31

Ferris é um adolescente de 17 anos que tem costume de matar aula. Ele acha bacana enganar os pais e ficar curtindo a manhã toda por aí enquanto eles acham que ele está estudando. No último ano da escola isso tem ficado ainda mais frequente e certo dia ele tem a brilhante ideia de ir mais a fundo, inventa mais uma vez uma descula esfarrapada para seus pais, ele se sente tão especialista que enquanto toma banho faz um discurso para sua plateira fictícia de como matar aula é um dom.

Pode parecer uma babaquice essa história, mas se vocês ainda não ligaram o nome à pessoa, certamente lembrarão de um filme com o mesmo nome que entupiu de reprises nossas sessões da tarde onde o tal Ferris parava Chicago para em cima de um carro entoar uma música dos The Beatles. Recordaram? 

O filme que completou 30 anos ano passado somente em 2016 chegou traduzido às livrarias nacionais, apesar de ser um sucesso de venda lá fora por causa do filme. No papel de Ferris, Matthew Broderick - agora um senhor de cabelos grisalhos- era o rei de cabular aulas, levava seus amigos juntos e debochava dos adultos. No livro é a mesma história, claro que tive prazer de recordar de tudo, mas quando criança e com a idade dele - 17 anos- eu achava tudo engraçado, hoje não acho tanta graça em mentir para os pais que saem para trabalhar, é fiquei velha, virei a tia da galera.

Acho que hoje pareço mais com Jeanie, a irmã mais séria, que se irrita quando todos vão lamentar pelo estado do irmão dela e ela sabe que mais uma vez ele está mentindo e acha absurdo como só ela perceba isso.

Mesmo Ferris conseguindo tirar de casa seu amigo depressivo Cameron, é notável o como enquanto ele é o malandro que se diverte horrores, o amigo é o oposto, ele não acha graça, nem na vida nem nas malandragens de Ferris. O que impressiona aqui é que tem tem problemas em casa não é o rebelde que não quer assistir aula, mas o amigo mais sério que parece ter tudo mas lhe falta o principal, o que veremos mais à frente em uma conversa dele com o pai.

 Não leia esse livro pensando no óbvio: "Que idiotice destruir uma Ferrari". Assim sou eu hoje em dia, a Raffa de  15 anos certamente leria esse livro como viu o filme "Ah, é só mais uma Ferrari, que irado!"e acho que é essa a graça do livro, não julgar o protagonista, ele é um adolescente, ele sai dirigindo achando que pode tudo ( lembrem-se que nos EUA é permitido dirigir a partir dos 16 anos) e se lembrem sempre que como ele diz "A vida  passa rápido demais". Essa história é a prova disso, quanto tempo conheço Ferris...