[Resenha] Espero por você @novo_conceito

Título Original: Wair for you
Título no Brasil: Espero por você  
Autora: Jennifer L. Amertrout como J Lynn
Editora  Novo Conceito
Número de págs: 381
#  74

Quando o New Adult começou a gerar um rebuliço eu mal sabia classificar livros como New adult, mas sempre os confundo com Hots porque tendo cenas mais fortes e descritas imagino os nessa categoria. Os primeiros livros que li convenceram-me do potencial de uma categoria que eu ainda estou tentando descobrir onde ela pertence. Eu já falei sobre o assunto antes, então eu não vou repeti-lo aqui, mas vou dizer que, embora a maioria tenha uma reação desdenhosa e cínica a esses livros, eu tenho defendido e tentado explicar que não, não é inútil classificar os livros, e sim necessário.

No entanto, a verdade é que quanto mais eu leio, mais desiludida me torno quando há livros sendo classificados como New adult quando acho que não são tanto assim. O sucesso de alguns criados e  muitas histórias semelhantes que tentaram reproduzir elementos-chave do original, mas com um total desprezo pela qualidade e cuidado que foi o que  fez esses primeiros livros tão bem sucedidos. O resultado é um monte de romances que não oferecem nada de novo e que usam temas sérios como desculpas  convenientes para lançar qualquer coisa no mercado, aliás é o primeiro livro da autora e infelizmente não curti como achei que curtiria. Em vez de contar histórias verdadeiras e ter  preocupação com seus  leitores, esses livros mais parecem um exercício de marketing a serviço de fãs. Espero por você  é um exemplo perfeito do que não devemos fazer quando queremos repetir tudo que já é sucesso.
Me lembrou muito alguns livros que já li e resenhei por aqui mas definitivamente sem a mesma qualidade, eu diria até que é uma cópia piorada  do Easy de Tammara Webber. Isso significa que há estupro, bullying e outros assuntos sérios, mas seu papel na história é tornar a heroína simpática, o herói sonhador e o enredo emocional em  intenso, ou seja é misturar tudo que já lemos, dar uma capa bonita e pronto. Eu sei que recebi esse livro de parceria mas uma das coisas que mais prezo nesse blog é a verdade, adoro os livros da Novo Conceito, tenho centenas resenhados mas esse é de matar, mil desculpas. Vamos à - fraca- história!

Avery faz  seu melhor para passar despercebida. Então, obviamente isso não funciona e ela é notada por Hunky Cameron, que passa a ser seu vizinho e colega de classe. Ele a persegue incansavelmente, mas ela continua recusando suas ofertas para ir a um encontro, e nesse meio tempo eles se tornam amigos. No entanto, ela é quase uma reclusa, e logo se torna óbvio que há algo de errado com ela. O que seria? Traumas do passado? Claro, mas isso a autora não consegue trabalhar bem como tantas outras já o fizeram, fica parecendo que as desculpas aparecem para que a história tenha mais páginas e os diálogos são bem fracos.

O trauma da protagonista é coisa séria, não é para brincadeira, Avery foi estuprada quando ela tinha quatorze anos e depois sofreu bullying por anos, que culminou em uma tentativa de suicídio, sim, muitos temas sérios em um livro só, certo? Seus ricos pais mais preocupados com sua reputação do que com sua filha, a  abandonaram não a apoiando em nada muito menos  nas acusações e a fizeram assinar um acordo de confidencialidade, então seu estuprador ficou livre para espalhar rumores de que ela inventou tudo aquilo, com pais desse quem precisa de inimigos? É por isso que Avery decidiu deixar tudo para trás e ir para uma pequena faculdade onde ninguém sabia de sua história.
Eu não entendo a necessidade de fazer algo tão horrível e trágico quando somente o  estupro já é  dramático e obviamente com motivos mas nem mesmo um fato terrível desse consegue segurar a história rasa para justificar tamanha sofrência, adicionando pais péssimos, eu sei que  o tema merece ser debatido, que infelizmente é real, mas ela reúne muitas desgraças na vida da protagonista que de fato  a gente começa a achar que só se matando e vindo para outra vida que ela será feliz, porque a desgraça dela  é um carma. É uma maneira de tornar a heroína mais simpática? Ou é uma maneira de fazer a história emocionalmente manipuladora? Eu não achei que ela soube dar a importância que o tema merece, muito menos desenvolver o que seria a volta por cima.  

Apesar da capa lembrar hot, as cenas são poucas, mas não acho que o tema seja devido para quem passou por um trauma como o estupro, Avery descobre o que é se masturbar, o que é ter prazer de verdade com o galã da história, Cameron. Tudo seria lindo se não fosse carregado de traumas, claro que eu acho que ela deve esquecer o passado, mas não acredito que seja algo fácil e que se relacionar com alguém tão intenso e sedento por sexo em várias posições e lugares ajude a pessoa que passou por algo parecido. Não seria  o amor o mais importante e depois no seu tempo viria o sexo? Não consegui achar legal nada do que veio do " volta por cima", pareceu corrido e forçado e até seus amigos são esterótipos, a autora quis abraçar o mundo com as pernas e deu um tiro errado. 

Não curti nada, de 5 estrelas, daria apenas 2.