[Resenha] O Sol também é uma estrela @editoraarqueiro

Título Original: The sun is also  a star
Título no Brasil: O sol também é uma estrela
Autora: Nicola Yoon
Editora Arqueiro
Número de págs: 278
#80

Que delícia ler um livro onde você não sente o tempo passar. Tudo isso porque Natasha, sua protagonista é exatamente aquele tipo que nos apaixonamos na primeira página. Jamaicana, ela se mudou para os Estados Unidos pequena, seus pais foram tentar uma vida melhor na América, seu irmão mais novo já nasceu lá. 

Natasha não se sente mais parte do país que nasceu, lembra de pouca coisa, o que ouve sobre o país não lhe agrada e agora tem que encarar a dura realidade de ter suas horas do dia  contadas até uma deportação.

Sim, ela e sua família estão ilegais por lá, seu pai foi pego dirigindo embriagado e isso fez com que o Departamento de Segurança Nacional os mandasse voltarem para Jamaica. Parece um pesadelo e é, que aos 17 anos com amigos já feitos, pensando no baile de formatura e na faculdade ela tenha que ir embora.

Não é justo com ela, então ela decide correr atrás de uma brecha na lei que a faça ficar, determinada ela não tem medo de encarar adultos nem de chorar na frente de quem parece não ter coração.

 Os capítulos são narrados ou falam cada hora de um personagem, que tem muito a ver com a trama, até mesmo a mulher que atende ela na entrada do prédio do governo merece um capítulo para explicar para gente porque age daquela forma com Natasha.

Isso é uma forma genial que a autora encontrou de nos conectar com os personagens. Daniel vai entrar na história e conhecer Natasha, de certa maneira  a vida de ambos nunca mais será a mesma. A família dele veio da Coréia do Sul e também são portanto imigrantes, mas são legalizados e isso faz toda  a diferença. Sua família não foge de ninguém , tem um negócio local e seu irmão mais velho é da melhor faculdade americana.

Daniel é americano, de traços fortes e marcantes ele não chamará a atenção de Natasha de cara já que ela está passando pelo pior dia de sua vida. Aliás, vale informar que tudo nesse livro se passa em um dia, decisivo para ela, decisivo também para ele.

Juntos os dois encontrarão força e mais do que isso apoio um no outro, por mais que a gente saiba que ela vai partir ficamos torcendo para que se beijem, ou quem sabe a autora muda os rumos de ambos?

Tocando em algo muito polêmico e necessário que é a imigração ilegal, a autora dança lindamente sobre o tema sem atacar nenhuma das partes, Natasha não foi porque quis para a América, mas agora se sente parte dela e não tem mais nenhum laço com a Jamaica que não seja ter nascido lá.

Lotado de sentimentos, a protagonista nos envolve o tempo todo, desde suas falas maduras para a idade, até as músicas que ouve, um grunge repleto de dor, de Nirvana com Kurt Cobain e sua voz que parecem pedir ajuda como ela ao recém falecido Chris Cornell com seu apelo através da música de que nem sempre temos dias felizes.

Que livro sensível, que história incrível. Leiam. 

Também fiz vídeo resenha, claro prefiram assistir: