Menina que via Filmes: A Garota Ocidental [Crítica]

Título Original: Noces
Título no Brasil: A Garota Ocidental
Data de lançamento 22 de junho de 2017 (1h 38min)
Direção: Stephan Streker
Elenco: Lina El Arabi, Sébastien Houbani, Babak Karimi mais
Gênero Drama
Nacionalidades Bélgica, Luxemburgo, Paquistão, França
#75 assistido #76criticado

Muito temos falado de imigração, ainda mais na França, país onde a história ocorre. Mas dessa vez não temos ninguém ilegal, apesar de não ser claramente explicado entendemos que aquela família central de origem paquistanesa vive no país legalmente, não sabemos se Zahira ( Lina El Arabi) nasceu na França ou se foi para lá pequena, mas seu pai tem um comércio local, sua mãe é dona de casa, a irmã mais velha se casou e foi morar em Madri, na casa dela ainda vivem ela, a irmã mais nova e o irmão mais velho, esse um grande amigo e confessor da moça.

O embate do filme se deve à família ser muçulmana, eles vivem intensamente as tradições mas permitem que a filha saia de casa sem o hijab, com cabelos ao vento, isso o filme não explica em nenhum momento. A briga entre filha e família se dá porque ela não quer casar com o pretendente paquistanês pavoroso que eles querem, um rapaz que ela nunca viu na vida e só conversou por Skype, mas para nós ocidentais a reação da família dela para outras coisas é bem mais estranha.

Um exemplo - e aqui não se trata de um spoiler porque a sinopse em muitos sites especializados falou sobre isso - é que a moça de 18 anos ainda na escola está grávida do namorado de família paquistanesa também. Ela o procura, ele não quer saber disso, ela corre para o irmão, esse conta para o pai deles que diz que não quer saber desse assunto, ou seja ele é a favor do aborto, como uma religião pode ser hipócrita assim? Em certo momento sua irmã diz que fez reconstrução de hímen, então eu entendo que não são costumes mas sim o que os outros vão falar, ou se é favor do aborto ou contra, pelos bons costumes nem ligar para filha que está sofrendo não querendo tirar a criança é tudo menos a vontade de Alah ( pelo menos eu acho!).

 

 Há outro ponto importante a ser notado, e isso é discutido amplamente em questõe de imigração e quando estive na Europa ouvi diversas vezes é que as pessoas imigram e querem mudar os costumes do país e não se adaptar à eles. Sendo assim Zihara é criada com muita liberdade ao lado de seus amigos, usa roupas comuns à moças de sua idade de países nao muçulmanos e sai para boates e outras coisas, não se tranca a porta da casa e ela é bem livre. Mas então os pais impõem que mudem sua forma de agir para casar com um homem que nunca viu. Por outro lado ela já sabia como seria porque viu acontecer com toda sua família  e recentemente com sua irmã mais velha, então ela sabe que dizendo não ao casamento ou fugindo de casa "desgraça" seus pais que nunca mais poderão falar com o Paquistão ou visitar porque serão mal vistos.

Não é uma questão fácil e o final é esperado e nada feliz. Acreditem, não é um filme romântico e muito menos somente um drama, é bem mais do que isso e a plateia sai dividida do cinema apoiando ou não as decisões de Zihara e o final que guardaram para ela. Assistam.