Título no Brasil: Mínimo para Viver
Data de lançamento 14 de julho de 2017 na Netflix (1h 47min)
Direção: Marti Noxon
Elenco: Lily Collins, Keanu Reeves, Carrie Preston mais
Gênero Drama
Nacionalidade EUA
Formato visto: Netflix
# 79assistido #80criticado
O intesse por esse filme se deu logo no trailer. E quando algo se identifica com o que você já viveu a vontade de assistir é maior ainda. Muitos de vocês talvez não saibam que durante os anos de 2012 e 2013 eu tive um quadro de depressão, com isso não comia, perdi mais de 24 kg e se por um lado havia quem elogiasse por dentro apesar de passar do tamanho 42 para o quase 36 eu me sentia morta.
Por essa razão falar sobre o tema é delicado, e assistir um filme do gênero é ainda mais perturbador, porque quem passou por algo parecido e assiste - pelo menos no meu caso- tem muitas lembranças mas não entende as razões que nos levaram a agir daquela forma.
No filme em questão Lilly Collins é Ellie( ela depois virará Eli) uma moça de 20 anos que nem na faculdade está porque vive entrando e saindo de clínicas de tratamento para pessoas com anorexia, que é o caso dela. E aqui abre um parênteses para explicar que a anorexia é diferente da bulimia. Ellie não aguenta ver comida na sua frente, conta calorias de tudo e acha que sua aparência está ok, quando todos lhe dizem o contrário. Outro fator reconhecido na anorexia é que ela para de menstruar, seus pêlos crescem em reação à falta de muitas substâncias e a vontade sexual é praticamente nula.
Diferente a bulimia onde a pessoa força o expurgo, tem mais vontade sexual e para vomitar aceita a comida.
Os dois casos são mostrados no filme que é uma produção da Netflix e que foi "decepcionante" para muitas pessoas.
Vamos à análise. Ellie tem uma mãe ( a sempre ótima Lilly taylor interpreta Judy) que se assumiu gay abandonando o pai dela e que dá mais atenção à esposa do que a filha, isso é fato. É bem óbvio nas cenas em que a esposa da mãe aparece que ela não tem mais nenhuma paciência com a doença de sua enteada. Isso faz com que Ellie vá viver com seu pai, um homem tão comprometido com o trabalho que não aparece no filme, só ouvimos desculpas sobre onde ele pode estar. Há sua madrasta Susan que apesar de equivocada e falante não me pareceu de todo mal, no papel dela está a atriz Carrie Preston, muito bem no cargo. Sua irmã mais nova que aparenta ter poucos anos de diferença cabeu a Liana Liberato ( que já atuou em filmes de Nicholas Sparks) como Kelly.
Esse é o núcleo familiar, mas o próprio médico que ela conhecerá mais tarde levada por sua madrasta o Dr. Beckam ( Keanu Reeves) vai em uma conversa dizer que não procura motivos para os anoréxicos, porque nunca são garantidos.
Seu método será testado e aplicado em Eli - vamos chamá-la assim agora já que ela muda o nome na metade do filme- que consiste em ficar internada em uma casa, o que não soa muito como internação já que não há médicos o tempo inteiro, alguns eletrônicos são confiscados e há regras na casa.
A primeira pessoa que ela é apresentada é Luke, um ex bailarino inglês também anoréxico que vai logo se tornar o melhor amigo dela ( e talvez um pouco mais). Impressiona a atuação de Collins porque já a vimos em outrso filmes e apesar de nunca ter sido gordinha ela perdeu muitos quilos para fazer o papel, ela mostra a densidade e a dor que a protagonista precisa.
Há dentro da tal casa de repouso cerca de 6 pessoas, cada uma delas agindo diferente para nao perder peso e inclusive uma delas bem cheinha o que caracteriza a bulimia, o corpo não tem reagido mais aos impulsos, mas isso é pouco explicado no filme.
Para os carentes de Os 13 porquês que viram a cena de Hannah Baker se matando ficou a sensação de vazio de querer ver de verdade os atores forçando o vômito, se cortando, entre outras coisas, se senti falta? Por um lado sim, porque para servir de alerta muitas vezes as cenas chocantes fazem falta para uma geração que não se impressiona facilmente. Mas entendi que o foco foi mostrar a doença sem cenas muito deprimentes, na verdade o que temos é a dor de uma família, quando vemos a cena de terapia familiar e temos o relato da irmã é emocionante, e não precisa de nuitos minutos, é a fala dela, o olhar dela sobre como a doença da irmã impacta sua vida que identifica nos com algo que tenhamos passado, que nos faz lembrar de momentos que a gente queria esquecer e que não tivessem sido daquela maneira.
Não há nenhuma menção à indústria da moda, em como modelos PPs são o correto para eles, acho que ficou faltando isso, mas talvez a diretora não quisesse culpar ninguém, apenas apresentar ao mundo o como tem gente que não suporta ver comida e que sente gordo mesmo sendo somente ossos, aí o original do filme em inglês que quer dizer "até os ossos".
O excesso de exercício físico também impressiona, Eli faz abdominais na cama até suas costas ficarem totalmente roxas, sua amiga de quarto vomita em um baú e a outra vive no soro porque não aceita se alimentar.
O final pode ser também decepcionante para quem espere algo de mais " como ela ficou depois de tudo?" mas mais uma vez acredito que a nossa imaginação vá ser melhor final para esse filme. assistam e me contem o que acharam.
Também fiz vídeo falando sobre ele.
Amei sua crítica, de verdade, Raffa. Sinto por ter passado por algo tão delicado. Depressão é algo que já senti na pele de forma bastante profunda, de passar 3 meses trancada no quarto, comia muito pouco, mas nunca cheguei a emagrecer muito devido a isso. Ainda sinto na pele, mas por causa de outro problema.
ResponderExcluirEu já alimentava um grande interesse pelo filme por causa do Keanu Reeves, confesso. Mas depois que me aprofundei no assunto e vi alguns trechos do mesmo, o interesse cresceu. Não vou assistir ao vídeo, por causa dos spoilers.
Parabéns pela crítica Raffa!Eu não estava muito animada para esse filme, mas sua crítica me deixou curiosa. Esse é um assunto que precisa ser mais falado e explorado. Acho que Netflix vem mandando muito bem em suas produções. Beijos!
ResponderExcluirhttp://www.euastronauta.com.br/
Olá !!
ResponderExcluirJá ouvi vários comentários sobre esse filme !
Esses temas mexem tanto com a gente fazendo nós a pensar e ver as coisas de outra forma !!
Quero muito ler !!
Bjo
**Quero muito asistir ** força do hábito.
ResponderExcluirTema muito atual, já havia visto no Netflix, mas não tive curiosidade, porém agora está no topo da lista deste fds...
ResponderExcluirwww.desconexaoleitura.com.br
Assisti ao trailer, e já tinha ouvido falar desse filme, mas não tinha me interessado. Porém, depois de ler a sua crítica, fiquei com vontade de ver. Vou dar uma chance ^_^
ResponderExcluirBeijos :)
Oi Raffa, eu finalmente consegui uma conta emprestada e vi o filme hahahaha Mas falando sério agora, eu adorei sua crítica. Infelizmente quem sofre ou sofreu algo parecido sabe muito bem o que a Eli teve que enfrentar. Eu quando perdi minha avó em 2009 entrei em depressão, porém, em mim o efeito foi o contrário e eu engordei mais de 20 kg em apenas 2 meses e fui engordando cada vez mais. De todo seu jeito meio torto, a Susan sempre procurou ajudar a enteada e mesmo que o final tenha sido com aquele gostinho de que "está faltando algo", acredito que tenha passado a mensagem.
ResponderExcluirBeijos
obrigada obrigada obrigada! Estava aqui tentando achar algo pra suprir minhas necessidades netflixenses e li isso! Vou agora ver hahaah
ResponderExcluirEu já estava querendo assistir ao filme, mas não assisti ainda, justamente por também já ter passado por um quadro de depressão, lido com a depressão da minha mãe e é sim, mto dolorido reviver isso vendo um filme ou lendo um livro. Quem sabe um dia eu crie coragem...
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