[Resenha] A Garota-Corvo @cialetras

Título Original: Kraflickan, Hungerelden e Piytians Anvinisgar
Título no Brasil: A Garota-Corvo
Autor: Erik Axl Sund
Editora Companhia das Letras
Número de págs: 580
#101

Quando o livro chegou em minha casa a primeira coisa que pensei foi : Putz, que livro gigante! Quando solicito as leituras de parceria nunca me atento a número de páginas, porque não tem mesmo que ser importante, acontece que a falta total de tempo fez com que eu começasse a ler esse livro em casa em início de junho e só finalizasse ele agora.

Fiquei sabendo que era originalmente uma trilogia que aqui no Brasil decidiram lançar em um volume único. O livro foca em 2 personagens bem marcantes, a Jeanette que é uma agente da polícia e a Sofia, que é psicóloga. O que gostei logo de cara é que é um suspense daqueles, meninos imigrantes são assassinados de forma cruel mas como há a questão de não ligar para quem é ilegal a polícia nem dá muita bola, o que logo nas primeiras páginas já me deixou com incômodo do 2 pesos, 2 medidas. Só que o que não esperavam é que depois dessas mortes, outras ocorrerão e mesmo que elas não apresentem detalhes parecidos vão saber que são ligadas lá para frente.
A descrição com detalhes dessas mortes é algo que o autor faz com maestria, nos deixando chocados no mínimo.
Mesclando o que pensam cada um dos personagens o leitor fica na dúvida de qual visão é a acertada, de quem está falando a verdade, algo que então é confuso e brilhante ao mesmo tempo quando nos é revelada a verdade.
É preciso prestar atenção nos detalhes, pode ser que confunda os mais desatentos, uma parágrafo pode ter importante papel lá na frente e fazer toda diferença.
A crueldade do ser humano é abordada de maneira sublime, afinal, até onde o que fizeram com a gente tem a ver com a forma que vemos o mundo?
Porque sentimos prazer em ver o outro sofrer?
Por ser sueco pode ser que lembre a série Millenium, mas ainda acho a série de Stieg Larsson melhor. As mulheres que tem importante papel e já citadas são especalistas em casos de tortura e em crimes graves como esse, ter as 2 personagens tão por dentro do caso foi um diferencial, mas já aviso que o ritmo é lento, assim como Jeanette vamos atraás de respostas que demoram bastante para virem e claro vingança e exploração andam lado a lado para fazerem desse livro uma história intensa da maldade de cada um.

P.S- descobri que são 2 autores que usam esse pseudônimo: Jerker Eriksson e Hakan Sundquist.