Menina que via Filmes: Extraordinário [Crítica]

Título Original: Wonder
Título no Brasil: Extraordinário
Baseado na obra de RJ Palacio
Direção: Stephen Chbosky
Elenco: Jacob Tremblay, Julia Roberts, Owen Wilson, Sônia Braga
Ano: 2017
País: EUA
Gênero: Drama
#110assistido
#111criticado

por Reinaldo Barros

Olhares constrangedores por onde quer que fosse, espanto e ofensas, se até para um adulto é difícil, imagine para uma criança da quinta série suportar isso diariamente. Na terra do bullying e das chacinas universitárias não é nada fácil ser adolescente e estudante, ainda mais se não for igual aos colegas. Emocionante do início ao fim Extraordinário conta o drama de Auggie Pullman e de outros personagens ao seu redor.

    Infelizmente não tive a oportunidade de ler o livro antes da estreia e por isso não tenho como comparar, entretanto, o que posso dizer a respeito do filme é: Excelente! Apesar de sofrer bastante por conta da sua aparência Auggie evolui muito ao longo do filme e não fica com o papel de coitadinho, ele tem consciência da dificuldade que enfrenta e também dos problemas das outras pessoas. A mensagem final de seu discurso deve ser levada para casa e repetida algumas vezes quando tivermos pensamentos um pouco egoístas ou quando acreditarmos ter o maior dos males sobre os ombros.

    Comprometimento pode ser desculpa para negligência? Parece estranho e até contraditório, porém a família Pullman vai exemplificar bem essa questão. Mas e até onde vai o limite da pena? Como reparar quando você erra com seu melhor amigo? As respostas para essas perguntas estão ao longo do filme, permeiam alguns dos personagens secundários e enriquecem a trama. Esses são únicos e podem passar uma imagem equivocada à primeira vista, no entanto Extraordinário não é um filme onde a aparência fala por si.

    Não pense se tratar de um filme demasiadamente triste ou melancólico, a emoção não vem apenas no choro dos personagens, em outros momentos quando Auggie brinca e se diverte, quando sua irmã realiza seu sonho e faz com que sua mãe lhe entenda e quando o pai atrapalhado se esforça para deixar o clima mais leve, também é possível se emocionar. Se o livro é melhor ou pior, eu não sei, só posso lhe dizer que esse filme é imperdível.

*Filme assistido por nossa colunista à convite da Aliança de Blogueiros do RJ

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Por causa da viagem à SP para Comic Con acabei não assistindo na semana de estreia. Claro que me doeu, afinal é um livro que amo, um protagonista que mexeu muito comigo e agora na telona saber que tem Julia Roberts no elenco só me animava ainda mais.

As expectativas foram todas alcançadas, Extraordinário é de fato excelente!

Auggie ( o maravilhoso ator mirim Jacob Tremblay de O quarto de Jack) é um menino que nunca foi à escola ,ele nasceu com uma deformidade facial e por causa dela com apenas 8 anos já passou por 27 cirurgias. Sua mãe Isabel ( a sempre perfeita Julia Roberts) parou de trabalhar para se dedicar ao menino, seu pai Nate ( Owen Wilson, meio mosca morta no filme) é o boa praça que trabalha muito e que aparece para fazer umas gracinhas pro filho quando a mãe briga com ele ou com eles. Sua irmã Via ( Izabela Vidovic) é a deixada de lado, como seu irmão sempre precisou de atenção ela sabe que não poderia ser uma adolescente normal, ou seja, ela tem que ser a compreensiva que nunca dá trabalho aos pais.

Fechado o ciclo familiar temos um menino que vai à escola pela primeira vez. Sabemos que crianças não são só pureza, elas podem ser más. E são, e com Auggie isso tem uma dimensão maior, pois tem um motivo aparentemente forte para apontarem suas diferenças.

Sem cair no clichê mas emocionando em muitas cenas, não tem como ficar neutra com as frases ditas por ele no filme.  A atuação do pequeno Jacob é um show à parte, esse menino é fantástico.

Quando não se pode confiar em ninguém nem no que parecia ser seu melhor amigo, o que fazer? Auggie tem na família a força que precisa mas também se revolta e joga por exemplo na cara da irmã que nenhum problema dela pode ser pior do que as pessoas fugirem de você na escola e dizerem que você carrega uma praga.

Palavras fortes mas que sabemos que são sinceras nos fazem pensar no como o ser humano é mesquinho e malvado quando quer, o que infelizmente acontece muitas vezes.

Cumprindo o papel de ser uma adaptação à altura do sensacional livro de R J Palacio, o filme merece e deve ser visto por todos.