quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Menina que via Filmes: Maria Não Esqueça Que Venho dos Trópicos [Crítica]






















Título Original: Maria Não Esqueça Que Eu Venho dos Trópicos
Data de lançamento 16 de novembro de 2017 (1h 20min)
Direção: Francisco C. Martins
Elenco: Malu Mader, Lúcia Romano, Celso Frateschi
Gênero Documentário
Nacionalidade Brasil
por Reinaldo Barros
Um excelente documentário para espantar os vira-latas (Síndrome) de plantão e enriquecer um pouco mais a nossa cultura e a história da arte. Apesar de ser um admirador das artes plásticas, não sou um profundo conhecedor e por isso não tenho como falar com propriedade das obras de Maria Martins. Se assim como eu você é um simpatizante, admirador ou se nem curte arte, ainda assim vale muito a pena ver esse documentário.

Sei que não é certo começar uma crítica adjetivando, muito menos provocando determinado grupo, mas dessa vez senti a necessidade disso por questões pessoais. Esse documentário não é apenas sobre uma mulher incrível, é também sobre como nós (Brasileiros) podemos ser incríveis e mesmo assim, por causa de uma síndrome ou desinformação, muitas vezes nos menosprezamos.
    Reconhecida internacionalmente e admirada por artistas contemporâneos como Jacques Lipchitz e Marcel Duchamp, Maria Martins foi uma escultora surrealista que expressava seus sentimentos e falava explicitamente sobre sexualidade e nudez em suas obras. A cultura brasileira e a religiosidade também fizeram parte de seu trabalho, inclusive foram o tema de sua primeira exposição.

    Muito antes do surgimento do feminismo e da revolução sexual (Em 1960) Maria Martins já era um exemplo de autonomia feminina. Diferente da realidade da época para a maioria das mulheres Maria possuía livre-arbítrio para seguir seus sonhos e desejos sem ficar condenada à sombra do marido.
    A contribuição para a arte não se restringiu às suas obras. No Brasil foi responsável pela organização da Bienal de São Paulo, colaborou para a criação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e defendeu a liberdade de expressão artística em um de seus artigos no Correio da Manhã. Infelizmente aqui ela não foi devidamente reconhecida devido ao machismo e ao moralismo que dominavam o cenário artístico e social. Também enfrentou dificuldades em sua vida pessoal antes de sair do país pela primeira vez. A perda da guarda de sua filha após o desquite e sua morte abalaram Maria e isso foi retratado em algumas de suas esculturas.
Maria Martins foi, sem dúvida, uma mulher à frente do seu tempo, entretanto a nossa cultura machista simplesmente deu conta de abafar seu talento. Como seria se ela não tivesse saído do Brasil, ou se tivesse vivido em algum outro país igualmente machista? Será que ela teria conseguido se dedicar a arte? Será que teria a liberdade em sua vida amorosa?
Isso mostra o quanto ainda precisamos evoluir para alcançar a igualdade de gênero, de etnia, de credo e social. Também precisamos combater essa terrível síndrome que nos coloca abaixo de todos e não reconhece o nosso valor. Assistir esse documentário já ajuda em algumas dessas questões, mas não pode parar por aí.


*Filme assistido por nosso colunista à convite da Em Branco.

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5 comentários:

  1. Puxa, também não sou entendedora de artes(infelizmente),mas como queria ser. Mas acredito que minha pouca memória não dê para tanto. É errado,é falta de tempo, mas seria tão bom aprofundar, e não digo só eu, mas todos nós, em coisas assim, sobre a vida de pessoas que fizeram algo e deixaram seu legado de coisas boas e exemplos a serem seguidos!
    Beijo

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  2. Olá! Adorei a dica, gosto bastante de documentários que me ajudam a entender mais da nossa história.

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  3. Oi Raffa...
    Que ótima dica... Amo documentários, ainda mais esses que nos fazem refletir sobre o papel da mulher na sociedade e o quanto ainda a mente do ser humano precisa evoluir para alcançarmos a igualdade de gênero... Com certeza quero assistir...
    Beijinhos

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  4. Não conhecia essa artista, mas vou procurar saber mais sobre o trabalho dela, e quero ver o documentário ^_^

    Beijos :)

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  5. Aah eu gostei da dica Raffa, não sou mto fã de documentários mas este me chamou atenção.
    Bjs!

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