[Resenha] O Jogo do Anjo + O Labirinto dos Espíritos @Suma_BR

Sou muito fã de Zafón, e havia um tempinho que não lia nada dele. Procurei aqui no blog as resenhas e somente encontrei de 3: O Palácio da Meia-Noite, Marina e As luzes de setembro. Já tinha lido em pocket book O Jogo do Anjo acho que em 2011 – sou péssima com datas- mas não resenhei nem no Skoob. Também li A Sombra do Vento mas cadê resenha? Juro que releio em breve e conto tudinho para vocês, mas na empolgação de ler esse mito novamente me empolguei e li dois livros dele que vocês podem conferir as resenhas abaixo, os 2 livros são o primeiro volume e o último da série, mas vocês podem ler separadamente, eu acabei lendo fora de ordem também, para saber a ordem confira abaixo:

Série Cemitério dos livros esquecidos

• A Sombra do Vento (2001)
• O Jogo do Anjo (2008) resenhado abaixo
• O Prisioneiro do Céu (2011)
• O Labirinto dos Espíritos (2016) resenhado abaixo

O Jogo do Anjo

Autor: Carlos Ruiz Zafón

Número de págs: 520 páginas

Editora: Suma de Letras 
Série Cemitério dos livros esquecidos #1

#176

O Jogo do Anjo é na verdade a segunda parte da série O Cemitério dos Livros Esquecidos que começou com A Sombra do vento e agora traz uma nova história mas alguns personagens são vistos nessa história e pode ser que para quem não tenha lido o primeiro livro isso atrapalhe e muito o entendimento da história. Nela, David Martin tem uma história super triste, com uma família instável – a mãe o deixou e o pai tinha raiva dela e descontava no filho. Davi ama ler, seu pai que nunca aprendeu e portanto é analfabeto sempre debochou do filho por gostar de livros. Sabemos de tudo isso porque a história vai e volta no passado, o início do livro nos apresenta o protagonista já na vida adulta. 

Quando adulto o menino se torna escritor, ele escreve em um jornal esses textos que são publicados em sua coluna. No trabalho a convivência com os colegas não é nada bacana, muitos sentem inveja dele porque sua coluna faz sucesso.

Seus textos fazem tanto sucesso que ele terá fãs, é o caso de Andreas Corelli que passará a se comunicar com ele através de cartas bizarras onde há a imagem de um anjo,a partir dessas cartas a história toma um rumo mais voltado pro suspense, que é a marca registrada de Zafón. Sua escrita é fluída e segue geralmente para mistérios que vamos descobrindo aos poucos ,também é comum que ele crie ambientes assustadores e personagens que fugiríamos na vida real. 

O legal de ler esse  livro agora que já escrevi 2 livros é que me coloquei no lugar do autor, como escritor ele se vê sendo um sucesso e mesmo assim demitido da empresa, sem nada em vista ele vai acabar trabalhando para 2 editores que não valem nada e que lhe pedem coisas um tanto quanto absurdas  para que ele possa pagar as contas ele aceita. E disse isso porque quando temos sonho de publicar sei que muitos autores se veem nesse dilema: vale a pena fazer de tudo para ter seu livro publicado? Cumprir prazos absurdos? Ele ainda vai aceitar publicar sem ser no nome dele, o que faz com que e ganhe uma boa grana e compre a casa de seus sonhos.

O que ele vai notar é que mesmo com as coisas correndo bem sua saúde não anda nada bem. O homem misterioso que se dizia seu fã vai voltar nesse exato momento, e agora? O que será que esse cara quer?

Já aviso que nem tudo tem resposta nesse livro e como minha memória não é das melhores eu não recordava de tudo do livro anterior. 

Mesmo assim é Zafón, e ele mantém a qualidade se sua maravilhosa escrita. 

Título no Brasil: O Labirinto dos Espíritos
Autor: Carlos Ruiz Zafón 
Editora Suma
Série Cemitério dos livros esquecidos #4

Número de págs:784

#177

Zafón dessa vez baixou o Stephen King e nos entregou o último livro da série O Cemitério dos Livros Esquecidos com mais de 700 páginas. Demorei um pouco para ler por causa do peso do livro, mas não me decepcionei nem um pouco, pelo contrário atrasei meu sono muitas vezes por  causa desse livro.
Sei que disse lá em cima que os livros podem ser lidos fora de ordem, e eu o fiz. O primeiro que li foi A Sombra do vento, depois li O Prisioneiro do Céu para então ler O Jogo do Anjo. Mas esse último livro TEM MUITO SPOILER dos outros, então se você se importa, leia na ordem certa ;) 
Zafón dessa vez brinca com o bem e o mal do ser humano, mostrando que tudo que vimos  - ou melhor lemos - nos livros anteriores podem não ter acontecido bem da forma como nos foi contado. Para encerrar a história da família Sempere temos como protagonista a linda Alicia, uma mulher traumatizada porque perdeu os pais muito cedo e viveu todas as dores de uma guerra. Ela foi "salva" e é muito grata à Fermin, hoje ela é uma ótima investigadora  e é por isso que ela é chamada para investigar o sumiço de um homem tão importante quanto o Ministro Mauricio Valls.
Se vocês estão se perguntando onde afinal anda o mais famoso personagem desses livros, Daniel Sempere, ele mantém a livrarida da família - a capa do livro dá a entender que é uma criança olhando a vitrine do local - e logo lembraremos que o que faz com que seja ligado á Valls é que ele culpa o homem pela morte de sua mãe. 
Enquanto que nesse livro o grande foco fica com Alicia que definitivamente não tem o mesmo charme de Daniel e a mesma empatia, ela é sisuda, rancorosa com seu passado, sempre se perguntando se a vida que leva seria a mesma se algumas coisas não tivessem acontecido nela. Talvez a palavra correta seja frustrada. 
Nunca estive em Barcelona mas as histórias dessa série passadas lá me fizeram ter ainda mais vontade de conhecer o local, já fui a Madri e amei de verdade, quem sabe um dia não vá e lembre de tudo que Zafón fala da cidade?
O bacana de toda a série é que Zafón brinca com o que pensamos já estar óbvio, um exemplo que as vezes um culpado pode ter terminado um livro sendo ele mas no outro já vir uma outra visão dos fatos e sabermos que não foi bem assim.
Vou sentir saudades de Daniel e Fermín...será que ele pode escrever mais um para nos animar? 
Não vou escrever mais nada para não soltar um spoiler. Leiam e me digam o que acharam! Eu acho essa série incrível. 

Para conferir outras resenhas sobre o autor:
As luzes de setembro
Marina
O Palácio da Meia-Noite