Menina que via Filmes: Lou [Crítica]

Título Original: Lou Andreas -Salomé
Título no Brasil: Lou
Data de lançamento 11 de janeiro de 2018 (1h 53min)
Direção: Cordula Kablitz-Post
Elenco: Katharina Lorenz, Nicole Heesters, Liv Lisa Fries mais
Gêneros Drama, Histórico, Biografia

Nacionalidades Alemanha, Suiça

por Bianca Silveira

O filme Lou é sobre a vida de Lou Andreas-Salomé, filósofa, poeta, romancista e uma das primeiras psicanalistas do mundo. Nascida em 1861 Lou foi uma mulher muito à frente de seu tempo. O filme mostra toda a sua trajetória, desde a infância até sua velhice. Desde criança Lou já demonstrava não ser uma mulher de aceitar as convenções impostas pela sociedade conservadora. Quando jovem Lou lutava para ter o direito de estudar, já que isso não era algo que uma mulher devesse fazer. Conseguiu convencer um padre a ensina-la teologia, filosofia e literatura. Conseguiu também uma vaga na Universidade de Zurique, na época era a única universidade da Europa a aceitar mulheres.

Após um período doente sua mãe a levou para Roma, onde conheceu Paul Rée e seu amigo Friedrich Nietzsche. Lou era uma mulher muito forte e inteligente, características que encantaram seus mais novos amigos que logo a pediram em casamento. Contudo Lou tinha aversão a casamento e desde jovem decidiu não manter relações sexuais com ninguém por muito tempo. Ela se recusava a casar pois isso significava se submeter a um homem e perder sua liberdade e autonomia sobre sua própria vida. Já sua negação em ter relações sexuais se devia ao fato dela acreditar que isso atrapalha sua evolução intelectual. Lou, anos depois, se apaixona por Rainer Maria Rilke e se relacionam por muitos anos e depois dele ela teve diversos amantes. Como conta a história de Lou desde a infância até sua velhice ela foi interpretada por diferentes atrizes: Helena Pieske foi Lou quando tinha 6 anos, já Liv Lisa Fries a interpretou na adolescência e Nicole Heesters quando tinha 72 anos. Katharina Lorenz tomou conta do filme interpretando Lou dos seus 21 aos seus 50 anos.

O filme não relata somente sua vida profissional, mas também sua vida pessoal que tanto a influenciou em suas obras. Lou escreveu sobre feminismo, narcisismo, sexualidade da mulher, isso tudo numa época em que a mulher era privada de tudo isso. Lou é um filme didático e muito necessário para os dias de hoje e os que ainda virão. A mulher foi e ainda é muito oprimida e subjugada na sua vida pessoal e profissional. Lou foi um exemplo de luta e empoderamento feminino e seu exemplo precisa ser repassado para as mulheres de hoje, para que não aceitem menos que a igualdade em direitos e respeito. O machismo mata mulheres e enlouquece aqueles que não admitem e não compreendem a liberdade feminina.

Filme assistido por nossa colunista à convite da Aliança de Blogueiros. 

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