Título no Brasil: As Fúrias Invisíveis do Coração
Autor: John Boyne
Editora Companhia das Letras
Número de págs: 534
Tradução: Luiz A. de Araujo
#15
Ler algo de Boyne é sempre tão gratificante que sempre quero apreciar mais a leitura. Dessa forma, me entrego á seus livros como quando ouvia histórias de meu falecido avô, sempre atenta, sempre sabendo que dali sairia algo que me marcaria para sempre na memória. Autor de livros que amo, John Boyne me encanta mais uma vez em seu 16º livro. E olhando para a lista deles, percebi que faltam 2 somente para completar as obras de Boyne lidas por mim: O garoto no convés e O Ladrão do Tempo.
Dessa vez ele mais uma vez envolve o poder da Igreja Católica em controlar os pensamentos de seus fiéis mas abordando que há muita hipocrisia no que pregam para a forma como as pessoas de fato agem em sociedade.
Em As Fúrias Invisíveis do Coração ele nos brinda com um épico familiar, começando com a revelação de uma gravidez inesperada e depois nos apresentando a criança que é fruto dessa gravidez como sendo nosso protagonista: Cyril Avery . É uma história brutal em muitos sentidos e prefiro não entrar em detalhes para que não se estrague as surpresas que temos na leitura. A humanidade por si demonstrando toda sua brutalidade é desenvolvida nessa história .
Cyril é adotado, e temos uma visão completa de como é /era sua vida e de como os tratava os pais adotivos. Fiquem avisados que isso pode fazer com que algumas lágrimas escorram pelo livro.
O livro começa quando a mãe do nascimento de Cyril, Catherine Goggin, é expulsa de sua cidade natal de Goleen, Irlanda, como uma mãe adolescente em 1945. Ela é envergonhada pelo padre da cidade por estar grávida tão jovem, o que fornece o contexto de como era conservadora a Irlanda daqueles tempos. Sozinha, ela vai para Dublin, onde ela faz amizade com Sean MacIntyre, que tem pena dela que já está com uma barriga visível de grávida e convida-a para viver com ele e seu companheiro de quarto, Jack Smoot. Não demora muito para Goggin a perceber que os dois homens são amantes, o que será um susto para ela.
A mãe dele não fica com o bebê, Cyril é adotado por dois cidadãos irlandeses bem-sucedidos quando ele é jovem: um arrogante trabalhador do governo, Charles, e sua esposa pedante, Maude,eles incessantemente o lembram de que ele deveria chamá-los de seus "pais adotivos" e que também o chame pelo primeiro nome de ambos ao invés de mãe e pai.
Cyril tem um segredo: ele está apaixonado por seu melhor amigo, Julian Woodbead. Imagina naquela época assumir um amor desses? Boyne vai a fundo mostrando que o sentimento é uma dor muitas vezes.
Cyril não é nem um pouco curioso sobre a identidade de sua mãe biológica. Temos um vai e vem no tempo durante a leitura, um período de 60 anos, até 2015, para que sua vida se desdobre no presente.
Abordando temas fortes e necessários Boyne vai a fundo no como alguém pode se sentir reprimido ao esconder o que sente de verdade. No como o poder da Igreja faz com que uma sociedade viva escondida, Cyril é daqueles protagonistas que nos apaixonamos e queremos ser melhores amigas.
Que livro incrível, gente!
Outras Resenhas do autor:
Outras Resenhas do autor:
- O Menino e o Alto da Montanha
- Uma História de Solidão
- A Casa Assombrada
- Fique onde está e então corra
- Dia de Folga
- Tormento
Tenho o O garoto no convés, mas ainda não li. Fiquei com muita vontade de ler esse livro dele, e tem outros também que me interessam, mas ainda não tenho.
ResponderExcluirBeijos :)
Raffa!
ResponderExcluirJá gostei porque mostra a ambientação na Irlanda, poucos livros são ambientados por lá.
Ver que Cyril atravessou parte do século passado e chegou até a atualidade e que o enredo poderia ser real, de alguém que conhecemos, acredita que nos aproxima da leitura.
Nunca li nada do autor e bem queria ler esse livro.
“Que o novo ano que se inicia seja repleto de felicidades e conquistas. Feliz ano novo!” (Desconhecido)
cheirinhos
Rudy