Menina que via Filmes: Lady Bird [Crítica]

Título Original: Lady Bird
Título no Brasil: Lady Bird - a hora de voar
Data de lançamento 15 de fevereiro de 2018 (1h 33min)
Direção: Greta Gerwig
Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts 
Gêneros Drama, Comédia
Nacionalidade EUA
#16

por Bianca Silveira

Christine  McPherson  (Saoirse Ronan) ou “Lady Bird”, como ela gosta de ser chamada, é uma jovem no auge de sua adolescência. Sua família não é rica, sua mãe 

Marion McPherson (Laurie Matcalf) faz jornada dupla para sustentar a família e pagar a escola particular para a filha depois que o marido ficou desempregado. Como qualquer adolescente normal Lady Bird entra em conflito com a mãe constantemente pois ainda não consegue enxergar os problemas da vida e não entende as preocupações da mãe.  O sonho de Lady bird é sair de sua cidade natal Sacramento e quer fazer faculdade bem longe dali, de preferência em Nova York mas sua mãe tenta fazer ela enxergar a realidade e as dificuldades da vida. O intuito da mãe seria fazer ela não criar expectativas e não sofrer, coisas de mãe, mas ela acaba dando a entender que a filha não é capaz de andar com as próprias pernas.

Lady Bird tem uma melhor amiga e estão longe de serem garotas populares da escola que é o desejo de toda adolescente. Como faz parte dessa fase, vamos acompanhando Christine em suas descobertas naturais da idade, como sexualidade, auto descobrimento, a escolha da futura faculdade, ou seja, todo o processo de amadurecimento. Além disso Lady Bird que não aceita sua vida de pobre começa a trocar de amigos e de comportamento para tentar viver numa ilusão de uma vida que não lhe pertence. 

O filme é sobre amadurecimento de uma adolescente. Mas com uma história tão batida como essa o que faz Lady Bird ser tão especial? Talvez a forma como é contado. O filme se passa no ano de 2002, exatamente no ano que terminei o ensino médio e completei 18 anos assim como a protagonista e me identifiquei em diversas partes do filme. Um exemplo é a cena em que mãe e filha estão numa loja procurando um vestido mas ao mesmo tempo estão discutindo e quando encontram o vestido perfeito a briga acaba automaticamente (quantas vezes fiz isso com minha mãe).

Greta, diretora e roteirista usou sua própria vida como inspiração para o filme, então acho que isso deu mais personalidade ao filme se distanciando dos velhos clichês. Com isso tudo o filme mereceu as indicações ao Oscar, foram 5. Melhor roteiro original, melhor direção, melhor atriz coadjuvante, melhor atriz e finalmente melhor filme.

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por Raffa Fustagno

Filmes que concorrem ao Oscar sempre criam em mim grandes expectativas. Por isso fui assistir Lady Bird achando que veria uma obra-prima sobre a relação mãe x filha. Muito bem descrito por minha amiga, a autora Janda Montenegro foi que esse filme nada mais é do que um Fala Sério, Mãe americanizado. Sendo que ainda gostei muito mais do filme baseado no livro da incrível Thalita Rebouças.

Pois bem, vamos ao filme. Christine é uma personagem chata que vive o último ano do High School só pensando no próprio umbigo, ela não parece se importar que seu pai está prestes a perder o emprego, o que de fato depois acontece mas mesmo assim ela liga menos ainda. 

Sua mãe trabalha muito em um hospital e ainda aguenta a chatonilda, ok que ela tem TOC com arrumação mas nada justifica a forma como ela acha que está sempre certa. Ah sim, ela tem um irmão mais velho, o Miguel, que apesar do filme não deixar claro, é bem diferente da família por ser uma mistura oriental com hispânico. Ela também faz pouco caso dele e enche o saco dele no trabalho do cara onde também é o trampo da esposa do irmão que mora com eles. Aliás, um dos melhores diálogos é quando a cunhada precisa abrir os olhos dela para o quanto a mãe deles é fantástica...

A mala gosta de ser chamada de Lady Bird, e ainda que adore o trabalho de construção da personagem feito pela excelente Saiorse, não acho que esse papel mereça uma indicação ao Oscar, compará-la com Meryl Streep ou com Sally Hawkins devia ser crime.

Pois bem, uma das melhores coisas do filme é a amizade dela com Julie (um show de interpretação da atriz Beanie Feldstein), a melhor amiga que abre os olhos dela para as coisas da vida serem melhores quanto mais simples foram. Que menina fantástica, diferente da outra pirada que só quer ser chamada de Lady Bird, ao invés do nome que deram.

É verdade que no quesito namorado a coitada só se ferra. Primeiro gostará de Danny ( Lucas Hedges) e terão um breve namoro, algo fará com que se tornem amigos. Amei a cena em que ela o abraça e o deixa mais calmo sobre o que os separou.

É, nem sempre ela é mala. E ainda se dará mal com o galã da vez que concorre ao Oscar por Me Chame pelo seu nome, Timothé Chalamet, como Kyle. 

Se fosse um filme sem tantas indicações talvez eu não o tivesse visto com tanta expectativa, o final é pior ainda...está ótimo para assistir de graça quando passar na tv. Não acho nem que valha o ingresso cada vez mais caro do cinema.

Ah sim, merecidamente a mãe, interpretada por Laurie Metcalf também concorre à estatueta, mas acho mesmo é que ela deveria ganhar um prêmio só por aturar essa filha chata.