Menina que via Filmes: Pantera Negra [Crítica]

Título Original: Black Panther
Título no Brasil: Pantera Negra
Data de lançamento 15 de fevereiro de 2018 (2h 15min)
Direção: Ryan Coogler
Elenco: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong'o mais
Gêneros Ação, Aventura, Ficção científica, Fantasia

Nacionalidade EUA
#19

por Raffa Fustagno

Desde que o pôster de Pantera Negra foi divulgado muitos afro descendentes se sentiram representados. Um vídeo nos Estados Unidos onde um rapaz negro se emocionava e vibrava com o cartaz imenso em um cinema e dizia "é isso que os brancos sentem?" demonstrava o como faltam no mercado filmes que representem uma raça que já responde por mais da metade da população brasileira de acordo com o último censo.

Não, eu não sei o que é isso, eu não sou negra. Sou branca - na Europa e nos Estados Unidos sou latina- e nunca passei por nenhum preconceito na vida que envolvesse o tom de minha pele ou a qualidade de meus cabelos. 

Por essa razão esse filme invade os cinemas mundiais não sendo um filme de super herói qualquer, ele marca uma geração, que se sente pela primeira vez representada em um longa onde 98 por cento do elenco é composto de negros e onde o vilão é branco de olhos claros. Em minha vida de cinéfila só me lembro de ter visto um único  filme onde o negro tinha uma posição que geralmente só vemos brancos, e foi com o maravilhoso Eddie Murphy em Um Príncipe em Nova York.  Assim como o protagonista desse filme cujo papel era de Murphy, o herói dessa história  é negro, T´challa ( Chadwick Boseman, ótimo no papel) é um príncipe de um país chamado Wakanda, o mundo inteiro considera esse, o país mais pobre do mundo e estranham que o mesmo não aceite ajuda de instituições ou de outros países. Tudo porque na verdade o país se esconde, para que não seja explorado como todos os países do mundo onde europeus e americanos invadem com ganância e exploram o povo, este país é especial, cuidado com muito carinho pelo pai de Tchalla que vai morrer em uma explosão deixando para ele, único filho, o papel de assumir o trono. Mas com muita dança, cores vivas nas roupas e cultura africana o ritual de posse é antes precedido por várias tribos do país informando se aceitam o ou se pretendem brigar com ele com algum candidato ao trono. A regra é clara, caso Tchalla perca deverá entregar o trono à essa pessoa.

Longe das piadinhas sem graça de Thor Ragnarok, Pantera Negra tem um roteiro acertado e um elenco afiado que prendem  a atenção. A mãe de T´challa é interpretada por Angela Bassett ( como Ramonda), a paixão da vida dele é Nakia ( Lupita Nyong´o , linda e arrasando como sempre) uma mulher que quer fazer o bem pelo mundo e não aceita ficar parada em Wakanda fazendo o papel de primeira dama. Pelo contrário, ela tem atitude e é fundamental quando querem roubar algo precioso de seu país, medo é algo que ela não tem quando se trata de proteger o país que ama.

Ainda temos Forest Whitaker, Danai Gurira e Daniel Kaluuya, preciso dizer mais alguma coisa? 

Sim, preciso dizer que o filme é excelente. Assumir o trono não será  algo fácil quando o maior inimigo de Wakanda ainda está vivo ( que citei acima é o ator branco Andy Serkins no papel de Klaue, de dar medo só pelo olhar). Para deixar tudo ainda mais tenso temos um personagem misterioso, Erik ( Michael B.Jordan) que nos deixa tensos quando a verdade é descoberta.

Há ação o tempo inteiro, adorei a irmã de T´challa, inteligente demais a moça é quem cuida do laboratório de tecnologia e produz os uniformes de Pantera Negra do irmão. Já pararam para pensar o como é importante que a cultura africana seja mostrada como é? Rica de valores e de cores, não menos importante do que as que lotam nossas casas com filmes desde que nascemos, o filme tem muitos valores.

Danai Gurira também está roubando muitas cenas para si, como  a guarda da realeza, Okoye é empoderada e mostra sua força em várias cenas do filme. O já citado Kaluuya , indicado ao Oscar de melhor ator desse ano por Corra! cumpre seu papel brilhantemente ao fazer o par dela e terem diálogos memoráveis.

Amei tanto esse filme que o veria novamente. Que mais filmes como Pantera Negra sejam feitos, que haja mais representatividade no mundo e que as piadinhas de Thor diminuam no próximo filme, nunca te pedi nada, Marvel!