Menina que via Filmes: Trama Fantasma [Crítica]

Título Original: Phantom Thread
Título no Brasil: Trama Fantasma
Data de lançamento 22 de fevereiro de 2018 (2h 11min)
Direção: Paul Thomas Anderson
Elenco: Daniel Day-Lewis, Vicky Krieps, Lesley Manville mais
Gênero Drama

Nacionalidade EUA
#24

por Raffa Fustagno

Vi muitos comentários falando mal desse filme, de que era parado, de que o final era péssimo. Mas também vi muitos elogios, por esse motivo como sempre digo, nada melhor do que ver e tirar nossas próprias conclusões.

Trama Fantasma não é de fato um filme que muita gente vá amar, ele foge do comercial, é um filme extremamente clássico e isso é encantador, tanto nas atuações quanto na história e sem contar a trilha sonora magnífica composta no piano. 

Reynolds Woodcock ( Daniel Day Lewis, merecidamente concorrendo ao Oscar de melhor ator) é um renomado estilista. Ele vive cercado de mulheres da alta sociedade e dentro de sua linda casa chiquérrima funciona seu ateliê com cerca de 20 mulheres trabalhando exclusivamente para ele. Extremamente focado na perfeição ele estuda o corpo de cada cliente, entrevista para saber os gostos e depois com a ajuda de sua única irmã Cyril (Lesley Manville) comanda o show que é fazer um vestido desejado por todas as mulheres. No campo pessoal ele trata as mulheres como quem compra um pedaço de tecido, após usá-lo para a confecção do vestido enjoa deste e descarta a. É assim com a primeira mulher que aparece no vídeo como sendo seu par e que será dispensada pela irmã que tem com ele uma relação nada comum de posse.

Aliás, vale lembrar que muito do filme é posse. Woodcock é um homem bonito na faixa dos 50 anos que está acostumado a ter tudo que quer e a dar ordens. 

Ao conhecer Alma ( Vicky Krieps) uma garçonete sem os modos que está acostumado a lidar, ele se impressiona mas ao chamá-la para sair age tão bizarramente que o espectador estranha a moça aceitar tudo que ele pede.

Não se trata aqui de fetiche, ou de amor...é sobre posse mesmo. É sobre manter com alguém um relacionamento doentio que o casal não percebe e acha que é comum.

A própria Alma explica o que sente ao lado de Woodcock, ela se sente incrível. Todos os defeitos que ela achava ter ao lado dele somem, ou melhor, desaparecem nas roupas que ele desenha para ela. Dessa forma o diálogo inicial da primeira noite em que saem em que ele pede para medi-la e ela alega que não tem seios e ele responde "mas eu posso fazê-los" dita o como ele sentia prazer em ver sua amada (??!!) vestida por ele...e no quanto ela se sente completa com as roupas que ele faz para ela.

Por mais que em alguma cenas o diretor leve nos a crer que há vilões, o que vemos é que ali  o que menos importa é o amor e ainda que falado "eu te amo" algumas vezes soa como tão falso que um "você me pertence" soaria mais sincero.

Daniel Day Lewis é um dos melhores atores vivos, não por acaso já levou 3 Oscars para casa e está bem no papel do homem solitário mas feliz e possessivo. Não conhecia a atriz que faz Alma, mas ela está maravilhosa, assim como Lesley Manville que concorre a Melhor Atriz Coadjuvante.

É um filme incrível, com grandes atuações e um final inesperado. À altura de seu ator principal: maravilhoso!