segunda-feira, 2 de abril de 2018

Menina que via Filmes: Submersão [Crítica]


Título Original: Submergence 
Título em Português: Submersão 
Data de Lançamento: 12 de abril de 2018
Direção: Wim Wenders
Elenco: James McAvoy, Alicia Vikander, Alexander Siddig
Gênero: Drama, Thriller, Romance
Nacionalidade: EUA

por Clara Savelli

Sinopse: De um lado está Danielle, uma exploradora do oceano que descobre um novo desafio no abismo Ártico. De outro, James, um empreiteiro acusado de ser um espião, interrogado constantemente por jihadistas africanos. Encarando missões de vida ou morte, os dois precisam confiar na conexão emocional do relacionamento.


Adaptado de um livro de mesmo nome escrito por JM Ledgard e publicado no Brasil pela editora Record, o filme conta a história de James e Danny, duas pessoas completamente diferentes que acabam se conhecendo acidentalmente em um hotel de alta classe na França. Ele é um espião britânico que está prestes a encarar uma nova missão na Somália. Seu objetivo é investigar e dar informações para desmonte de um grupo terrorista, que está planejando explosões na Europa. Já ela é uma professora e biomatemática (nem sabia que isso existia, gente!) que também tem planos perigosos para as próximas semanas: vai explorar o fundo (do fundo, do fundo, do fundo) do oceano com um submarino que é uma inovação tecnológica e pouquíssimo usado e testado. É daí que surge o título: ela vai estar completamente submersa.

Submersão é um filme que demora para engatar, talvez porque a realidade dos personagens seja muito diferente da nossa. Os dois resolvem ir para este hotel a fim de esfriar um pouco a cabeça e se preparar para os desafios que vão enfrentar em breve. Um dia os dois se esbarram na praia e continuam se esbarrando sem querer pela manhã, até que resolvem ir almoçar juntos. Pronto, já sabem né? Queria deixar meus parabéns para a equipe de elenco do filme, porque James McAvoy e Alicia Vikander tem muita química, o que fica evidente em cena e ajuda a sustentar esse romance (acho que ela casou com o x-men errado...).

Os poucos dias que eles têm juntos no resort já são mais do que suficientes para fazê-los se apaixonar. O que seria, de fato, um caso do que nós chamamos de “instalove” (um diminutivo para instant love ou, em português, amor instantâneo). Isso acontece quando os personagens mal se conhecem e já estão trocando juras de amor eterno. Porém, tal situação não me incomodou no filme. Devido às circunstâncias peculiares que os dois estão inseridos, eu acho que o amor instantâneo se deu especialmente porque ambos precisavam de um pouco de normalidade e paz, e acharam isso um no outro. As cenas da construção do romance são imensamente bem filmadas, com takes que fazem com que nos sintamos parte dos encontros. 
Mas tudo que é bom dura pouco e os dois precisam se separar. Ela precisa mergulhar e ele precisa seguir sua missão. É claro que Danny não faz a menor ideia de que ele é um espião e, em alguns momentos, eu realmente achei que ele fosse contar para ela. Porém, até que James não é tão ingênuo assim. Ele contou que mora no Quênia, onde trabalha com a construção de ferramentas hidráulicas para melhorar o fornecimento de água na região. Os dois fazem promessas de continuar se falando e de se reencontrarem quando puderem e se separam. Esse ponto dá fim ao primeiro arco do filme e nos deixa na expectativa de entendermos o que vai ser deles dois.
No segundo arco, tudo já começa a dar errado no momento que James pisa na Somália, como um espião infiltrado. Ele está seguindo a mesma história que contou para Danny: é um engenheiro disposto ajudar na formulação de mecanismos mais eficientes e mais baratos para captura da água. O problema é que os comandantes locais não são tão ingênuos como Danny e não compram essa história nem por um segundo. Ele é capturado e mantido em cativeiro, enquanto luta para sobreviver dia após dia. 
Do outro lado do mundo, Danny está se preparando para o mergulho. Porém, a verdade é que ela se tornou uma pessoa viciada no celular. Não larga o aparelho nem por um minuto e checa de 15 em 15 segundos se James mandou alguma mensagem. Quando o navio onde ela está sai da área de cobertura do celular ela só falta morrer. Preocupado com sua parceira de pesquisa e com o andamento da situação, seu colega resolve pedir para o navio deixá-la em terra firme por um tempo. Nem isso acalma a moça, de coração partido por seu querido James não ter entrado em contato e não estar respondendo nenhuma de suas mensagens. Mal sabia ela que James estava lutando para ficar vivo e rezando dia após dia para que conseguisse voltar para ela.
É difícil continuar a falar aqui sem entregar algum detalhe importante do enredo. O filme é angustiante e intenso, com acontecimentos frenéticos nessa segunda parte e um final abrupto, que deixa margem para interpretação. Distantes, mas sempre no pensamento um do outro, James e Danny se martirizam com a distância nos lugares onde estão e, dentro de seus respectivos escopos e limites, lutam para que continuem vivos e possam se reencontrar. Uma angustiante história sobre amor e ambições, que muitas vezes não conseguem caminhar na mesma direção.  



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*Cabine de imprensa à convite da distribuidora.

5 comentários:

  1. Amor e ambição não conseguem nunca caminhar com o mesmo destino, acredito eu.
    Andei dando uma olhada neste lançamento estes dias e mesmo tendo ficado com o pé atrás, por achar que a trama seria bem lenta, pelo que entendi acima, não tem nada de lento, mas sim de angustiante.
    Pois além de trazer uma improvável história de amor, já traz junto uma separação dolorida para ambos e como isso tudo termina?
    Verei com certeza.
    Beijo

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  2. Oii!!
    Já curti só por causa do ator, sou fã do trabalho dle e espero ver o filme e curtir bastante.
    Bjs!!

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  3. Não tinha ouvido falar sobre o filme, mas fiquei bastante interessada em vê-lo.

    Beijos :)

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  4. Boa noite,
    Não sabia sobre o livro e nem tinha conhecimento do lançamento do filme rs mas parece ser interessante...
    Parabéns pela crítica, Clara :)

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  5. Muito legal sua crítica e adorei o comentário "acho que ela casou com o x-men errado". Também acho!😆

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