Menina que via Filmes: Um Lugar Silencioso [Crítica]

Título Original: A Quiet Place
Título no Brasil: Um Lugar Silencioso
Data de lançamento 5 de abril de 2018 (1h 30min)
Direção: John Krasinski
Elenco: John Krasinski, Emily Blunt, Millicent Simmonds mais
Gêneros Suspense, Terror
Nacionalidade EUA
#32

por Bianca Silveira

Mais uma cabine e dessa vez um filme de terror e já começa com uma família em uma cidade fantasma, procurando suprimentos e ali o filme já vai nos dando pistas sobre a situação da família. Ninguém pode fazer nenhum barulho, todos tem que viver em um silêncio absoluto caso contrário eles são atacados e mortos por criaturas que são atraídas pelos barulhos. Ficamos sabendo também que isto é um problema mundial. A população mundial foi dizimada por essas criaturas mesmo se passando mais de um ano ninguém descobriu ainda como combater esses monstros mortais. 

O filme foca mais nas relações familiares entre os membros. Para se comunicarem eles usam a linguagem de sinais, a filha Regan é surda o que explica eles já se comunicarem dessa forma, ela é interpretada por Millicent Simmonds, atriz que é surda na vida real. Sua interpretação mais uma vez maravilhosa. Além de sobreviverem, a família precisa enfrentar outros problemas, a mãe Evelyn interpretada por Emily Blunt está grávida, uma gravidez já bem avançada por sinal, e tanto ela quanto o pai Lee, interpretado por John Krasinski, precisam dar um jeito para abafar o som do choro do bebê quando nascer. O casal tem mais um filho, Marcus (Noah Jupe), que começa a ser preparado pelo pai para sobreviver sem ele e a também  cuidar da família. 

A menina não chega a ser ensinada, o que a princípio pode parecer machismo da parte dele, mas na verdade existe um sentimento de culpa por algo que aconteceu logo no início de tudo. O pai de certa forma culpa a filha por isso e a filha também se sente culpada e existe um distanciamento entre eles. Por isso o filme é muito mais do que dar sustos mas sim sobre família. Temos cenas também de uma família que tenta, apesar de tudo, manter uma normalidade como ouvir uma música, dançar como em uma das cenas que o casal (que são casados também na vida real) dança é bem tocante.  

Aliás, por ser um filme praticamente mudo, com pouquíssimas falas somos contemplados com excelentes interpretações de todos os envolvidos. E esse silêncio que dura praticamente todo o filme traz uma tensão extra, uma agonia para quem assiste e qualquer sinal de barulho já era um anúncio para cenas angustiantes que estariam por vir. O final do filme não chega a ser tão surpreendente assim, mas isso não diminui o excelente trabalho e a originalidade por fazer um filme de terror em que o silêncio é mais assustador do que gritos que costumamos ver em outros filmes do gênero por aí.

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