Menina que via Filmes: Alguém como eu [Crítica]

Título Original: Alguém como eu
Data de lançamento 24 de maio de 2018 (1h 27min)
Direção: Leonel Vieira
Elenco: Paolla Oliveira, Ricardo Pereira, Júlia Rabello mais
Gêneros Romance, Comédia

Nacionalidades Brasil, Portugal

por Cecilia Mouta

Alguém Como Eu conta a história de Helena (Paola Oliveira), uma publicitária carioca bem sucedida, com uma casa maravilhosa, bons amigos e tudo para ser uma pessoa feliz. Mas não é. Acontece que Helena tem um probleminha que eu acho que faz parte da maioria da população: uma certa insatisfação constante com a vida. Ela sempre quer algo a mais ou algo diferente. Depois de levar um bolo pela terceira vez do mesmo cara, Helena decide largar tudo aqui no Brasil e aceitar uma proposta de trabalho em Portugal. E lá, Helena decide se conectar consigo mesmo. Mas mal chegou em Portugal e já conhece Alexandre, que vira seu namorado de mentira por uma noite num jantar de amigos. Daí em diante nós conhecemos a história, né: os dois se apaixonam. 

O tempo vai passando e a vida de casal começa a entrar na rotina, rotina essa que começa a desagradar Helena. Insatisfeita com o relacionamento, ela faz um pedido a Deus para que Alexandre fosse um pouco mais como ela, que a entendesse melhor. E o que aconteceu? Seu pedido foi atendido. A partir daí Helena começa a ver uma mulher no lugar de Alexandre em várias situações, até na hora do sexo. Consequência? Tudo desanda. A partir daí Helena vive situações inusitadas e conflitantes enquanto tenta resolver o problema em que se meteu.

Eu não sei muito bem o que falar desse filme. Gostei da ideia, mas não gostei de como foi desenvolvida. Tem muita coisa acontecendo no filme, muitos conflitos que, se fossem bem desenvolvidos, dariam vários filmes diferentes. A impressão que eu tive era que a história parecia uma mistura de conflitos que não se aprofundavam e terminaram com resoluções bobas. 

Os personagens coadjuvantes – a amiga da Helena e o amigo de Alexandre -apesar de personagens bem clichês, foram algo positivo no filme. Ambos são os pontos de comédia, mas são na medida certa, nem muito nem pouco. O  personagem do Alexandre também é outro ponto positivo do filme. A interpretação do Ricardo Pereira está muito boa, o personagem é coerente e cativante. Mas infelizmente não posso dizer o mesmo de Helena. Apesar da boa atuação de Paola Oliveira, a personagem é muito contraditória. O filme começa com um conflito e isso se perde no decorrer da história. Até no título isso se perdeu, pois eu não acho que ele resume o problema principal da personagem. E tudo piora pelo fato do filme ser narrado pela Helena, que na voice over fala uma coisa e na história faz outra. Acredito que esse foi o grande erro do filme. Se tivessem tirado a narração tudo poderia ter sido muito diferente. Se tivéssemos ficado só com as imagens, talvez tudo fizesse um pouco mais de sentido.

Alguém Como Eu é um filme que tinha um grande potencial. Traz bons personagens, bons cenários, boa direção. Mas os erros cometidos pelo roteiro comprometem totalmente a trama.  

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