Menina que via Filmes: Mi Gran Noche [Crítica]

Título Original: Mi Gran Noche
Título no Brasil: Mi Gran Noche
Data de lançamento : 2015 direto no Netflix (1h 40min)
Direção: Álex de la Iglesia
Elenco: Raphael, Mario Casas, Santiago Segura mais
Gênero Comédia dramática

Nacionalidade Espanha
#77

por Raffa Fustagno

Talvez não faça muito sentido aos brasileiros entender a grande sátira que é esse filme. "Mas Raffa, você é brasileira!" Claro, sou, mas como sabem sou apaixonada pela cultura hispânica e há cerca de 5 anos descobri um verdadeiro hino chamado Mi Gran Noche. Trata-se de uma música que gruda na cabeça, extremamente romântica e que o cantor Raphael se fez reconhecido não só em seu país de origem mas como em todos os países que falam espanhol por causa dela. Para terem ideia, hoje, já com 75 anos, ele se mantém em turnê, ia tocar na semana seguinte que saí de Buenos Aires. Para que me faça entender ainda melhor: sua música e ele são como Roberto Carlos com seu Detalhes. Bem mais animado, é verdade, ele dança muito mais e joga charme no palco, sua música é aquela que todos sabem a letra e cantam em karaokês, talvez como aconteça com Evidências.

Dito isso, Alex de La Iglesia, o mesmo diretor dos incríveis filmes O Bar e Perfeitos Desconhecidos, faz sarro de um hino nacional, transforma em roteiro e coloca grandes atores espanhóis em cena, não é, já adianto, um filme para ser levado a sério.

Entramos no mundo de um programa especial de Ano Novo, que está sendo gravado dias antes, nele, 2 dos maiores cantores espanhóis estarão no palco. Alphonso ( Raphael) é o veterano, que anda como um rei e não gosta de ser o centro das atenções. Adanne ( Mario Casas) é um deslumbrado super bobo, que está na frente do antigo cantor nas paradas de sucesso mas é facilmente enganado por fãs e pelo seu empresário. Nessa disputa, temos ainda um casal de apresentadores que se ama e se odeia, interpretados por Hugo Silva ( lembram dele de O Corpo?) e Fabiana Bang ( eu não a conhecia ainda, ela é casada com o Alex de La Iglesia). Achei o papel deles os mais desnecessários e sem graça, mas entendo que quiseram mostrar o como esse ambiente é movido a competitividade.

Enquanto isso, vemos em uma mesa central de figurantes, cada um agindo de uma maneira ao serem informados que não podem deixar o lugar enquanto não acabarem as filmagens, um dos mais engraçados é o azarado José ( Pepon Nieto), além de sua irmã ter lhe deixado com a mãe deles para viajar no único dia que ele consegue um trabalho como figurante, o cara ainda se apaixona pela colega que está sentada ao seu lado mas que é uma maldição ambulante, tudo que ela se envolve dá errado, Blanca Suárez está muito bem como Paloma, a moça mais azarada do mundo.

Nos bastidores há muito exagero em Alphonso, o homem parece um capeta acima do bem e do mal, é mais metido que a Susana Vieira que não tem paciência com quem está começando e faz muitas maldades com seu filho único Yuri ( Carlos Areces) que trabalha como seu assistente.

O ponto alto do filme é realmente ver atores que muitas vezes fazem suspense se arriscando na comédia pesada, aquela que pode não arrancar muitos risos por ter muita maldade envolvida, principalmente no personagem principal.

Como amo a música e entendo a importância dela para o povo espanhol, ri em muitas cenas mas esperava muito mais de um diretor como Alex de La Iglesia, comparado com seus outros filmes não é excelente. 

Deixei abaixo 2 momentos do cantor - que não é parte do filme as cenas abaixo- cantando a música para conhecerem melhor.

Ela vive na minha playlist  e não consigo ouvir sem cantar e dançar, detalhe para o vídeo onde mostra ele no palco, o clima do programa de auditório narrado no filme é bem parecido com esse.