Menina que via Filmes: A NOITE DEVOROU O MUNDO I FESTIVAL VARILUX 2018

Título Original: La Nuit a dévoré le monde Título no Brasil: A Noite Devorou o Mundo Data de lançamento 5 de julho de 2018 (1h 34min) Direção: Dominique Rocher (II) Elenco: Anders Danielsen Lie, Golshifteh Farahani, Denis Lavant mais Gêneros Fantasia, Terror Nacionalidade França
#91

por Raffa Fustagno



A Cecilia Mouta viu fora do Festival na cabine de imprensa TEM SPOILERS :

A noite devorou o mundo é um filme francês de zumbis, só isso me causou estranheza e interesse, ao mesmo tempo. Conta a história de Sam ( Anders Danielsen Lie), um rapaz que volta à casa da sua ex-namorada para pegar algumas coisas que ficaram lá. Ao chegar ao local, vê que sua ex está dando uma festa e, a pedidos dela, fica mais um pouco. Quando já está cansado daquilo tudo, ele pede as suas coisas e ela aponta para um quarto no final do apartamento. Sam se tranca no quarto e, mexendo nas suas coisas, acaba dormindo lá. Quando acorda no dia seguinte, a casa está toda bagunçada, suja de sangue e todas as pessoas desapareceram. Poucos segundos depois, ele descobre que todo mundo virou zumbi. A partir daí o filme mostra como Sam sobrevive a esse caos.

Como todo filme que se passa numa única locação, é muito difícil manter a tensão e o ritmo da história. Ainda mais quando esse filme se passa em uma única locação com um único personagem. O segundo ato, que é o meio do filme, tornou-se lento e cansativo. O filme perde o ritmo. A história, apesar de ser de zumbis, não os usa muito. Ao longo dos 90 minutos de filme, acho que Sam teve três confrontos com essas criaturas. E o final da história comete um dos maiores erros que um roteiro pode cometer: usar um “deus ex-machina”. Desde o momento do incidente o filme dá a entender que Sam está sozinho em Paris. O personagem nem tenta ligar para outras pessoas, ele se isola. Aí do nada surge Sarah, uma pessoa que tem atravessado a cidade pelos telhados, mas que até então não havia dado sinal da sua existência. E Sarah traz a solução para Sam sair dali. Se o filme já vinha pecando no fôlego no segundo ato, acabou de dar um tiro no pé com um final desses. Os pontos positivos são a atuação do Anders Danielsen Lie e a direção de Dominique Rocher, que explora muito bem ângulos zenitais e traz uma movimentação de câmera que, muitas vezes, salva a cena. Quanto ao roteiro, seu ponto positivo é que podemos ver de forma bem clara o arco de transformação do personagem, refletido aos poucos no seu visual. No fim das contas, não achei que Uma Noite Devorou o Mundo seja um filme que valha a pena o ingresso.

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