Menina que via Filmes: O Amante Duplo [Crítica]

Título Original: L´Amante Doble
Título no Brasil: O Amante Duplo
Título Original: L ´Amant Doble Título no Brasil: O Amante Duplo Data de lançamento 21 de junho de 2018 (1h 47min) Direção: François Ozon Elenco: Marine Vacth, Jérémie Renier, Jacqueline Bisset mais Gêneros Suspense, Drama, Erótico Nacionalidades França, Bélgica
#83

por Cecilia Mouta

O Amante Duplo conta a história de Chloé, uma mulher que sofre de algum distúrbio psicológico ainda não diagnosticado. O filme começa quando ela busca tratamento com um psiquiatra, Paul, para descobrir o porquê ela sente tantas dores de barriga. Acompanhamos algumas sessões da personagem e percebemos que ela tem sérios problemas de relacionamento com a mãe. Mas em um certo momento, Paul lhe dá alta, pois diz estar apaixonado por ela e por isso não pode mais tratá-la.

Os dois, então, entram num relacionamento e vão morar juntos. Porém, Chloé descobre que Paul tem um irmão gêmeo, também psiquiatra, mas com personalidade completamente diferente, e começa um “tratamento” com ele. Digo isso entre aspas porque o filme tem a questão da sexualidade muito explorada por parte de todos os personagens. A história está muito ligada, desde o início, à libido e à fertilidade. Inclusive, uma simbologia que achei muito interessante é que Chloé, na sala de espera dos dois consultórios, quando vê um vaso de planta logo coloca os dedos na terra. E terra é o maior símbolo de fertilidade que temos. As situações, então, vão ficando cada vez mais confusas e um mistério ronda o filme: o que aconteceu com os irmãos para que nenhum dos dois fale um com o outro?

Um certo clima de tensão e mistério permanece até o momento final do filme. A narrativa consegue proporcionar ao espectador oportunidades para confabular teorias, jogando pistas falsas. Mas apesar de toda uma tensão na história, eu senti falta de algo. Não sei bem explicar o quê, talvez seja uma trilha sonora mais intensa, algo que fizesse as cenas tirarem realmente o nosso fôlego. As atuações estão boas, com destaque para Jérémie Renier, que faz os gêmeos, pois atuar em dois papéis completamente diferentes num único filme é sempre um trabalho desafiador, e Jérémie conseguiu trazer elementos diferentes para os dois irmãos.

A direção está muito boa, mas o ponto alto do filme, para mim, foi a montagem. As transições de cenas, muitas das vezes confusas e enganosas, diz muito sobre a história. O final do filme achei levemente forçado e fantasioso demais, mas não deixa de surpreender. Mas para quem gosta de um thriller psicológico, O Amante Duplo é um filme que vale a pena ser assistido.

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Opinião da Raffa Fustagno