segunda-feira, 25 de junho de 2018

Menina que via Filmes: O ORGULHO (FESTIVAL VARILUX 2018)



Título Original: Le Brio Título no Brasil: O Orgulho Data de lançamento 19 de julho de 2018 (1h 37min) Direção: Yvan Attal Elenco: Daniel Auteuil, Camélia Jordana, Jean-Baptiste Lafarge mais Gêneros Comédia , Drama Nacionalidades França, Bélgica
#97
por Raffa Fustagno

Crítica de Reinaldo Barros

Um filme atualíssimo e maravilhoso que consegue abordar a questão mais debatida hoje na Europa, com um desfecho agradável e coerente. Nesse longa podemos refletir a respeito das consequências dos graves problemas sociais nos países do chifre africano e dos conflitos armados no Oriente Médio, agravantes da imigração global. Atualmente a França é o país com maior diversidade étnica da Europa, e para uma parcela, eufemisticamente, chamada de conservadora isso é um pesadelo. Pierre Mazard (Daniel Auteuil) é um professor universitário habilidoso, com vasta experiência e prestígio em declínio devido a sua postura racista. Pierre não se acovarda diante das inúmeras câmeras ou da advertência do seu amigo e presidente da universidade (Nicolas Vaude). No entanto aceita sua proposta para “pôr panos quentes” e se retratar, indiretamente, com a sua última vítima de piadas racistas, Neïla Salah. A protagonista é interpretada por ninguém menos que Camélia Jordana, ganhadora do César 2018 de Melhor Atriz (Equivalente ao Oscar na França).
A proposta nada mais é do que treinar a jovem estudante para ganhar o concurso universitário de retórica. Neïla é uma mulher árabe, filha de pais imigrantes, crescida no subúrbio de Creteil, que sonha de ser advogada, mas sem se curvar ao padrão inerente ao ofício.
Assim como em nosso país o racismo tem raízes profundas e complexas na sociedade francesa, e com a questão da imigração esse racismo ganhou novos alvos. No filme vemos um funcionário negro, discriminado por professores, que barra apenas uma aluna árabe. Consegue perceber o quão é parecido conosco? Outras questões podem ser observadas na convivência de Neïla com seus amigos, em especial com Munir, outro descendente de imigrantes, só que com menos oportunidades na vida. Em O Orgulho não temos aquela vítima e vilão clássicos, onde um sofre e o outro inflige o sofrimento. Muito pelo contrário, e mesmo não se suportando, os dois aprendem a evoluir juntos e a superar seus preconceitos contra o outro. Talvez você possa se lembrar um pouco de Outra História Americana, mas ao decorrer do filme verá que é incomparavelmente mais leve. O que tem de igual é a mensagem de respeito e tolerância com o diferente e que todos merecem respeito independente do seu credo, gênero, origem, classe social, fenótipo ou sexualidade.


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*Cabine de imprensa à convite da distribuidora.

4 comentários:

  1. Oi, Raffa.

    O filme é certeiro em dá a boa oportunidade de vermos o preconceito impregnado, de forma linear, na sociedade. Afinal, não é possível o preconceito agindo com preconceito. E em linhas gerais.

    O tema abordado é do meu extremo interesse, então com certeza o assistirei, se surgir uma oportunidade.

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  2. Filmes e livros com temática de preconceito de qualquer espécie me incomodam de uma maneira... é um troço tão descabido que fico sem palavras pra argumentar tamanha a falta proposito disso. Mas voltando ao filme, ele deve abalar quem está assistindo e tem sensibilidade quanto a isso, não só pela temática mas pelo modo de agir da protagonista. "padrões de beleza" nada mais é que comercio puro, tudo para vender uma imagem, roupa, produto ou qq m... dessas. desculpa minha sinceridade mas isso me irrita profundamente.

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  3. Dez filmes muito bem aproveitados por enquanto!! Até os que não foram assim tão bons, com certeza deixaram algo bom.
    Pelo que vi no vídeo este está incluído nos melhores, por trazer um tema muito forte que por mais que já tenha sido abordado, ainda há muito o que ser dito. Preconceito realmente não deveria existir de forma alguma, seja por roupas, cor da pele, classe social. Mas a gente sabe que ainda é gritante o preconceito e que há muito o que ser feito ao menos para se tentar melhorar.
    Com certeza, espero poder conferir o filme.
    Beijo

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  4. Triste quando você percebe que essa história se encaixa em qualquer nacionalidade e não que seja um coisa isolada!! Gostei da crítica, fiquei super curiosa para assistir.

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