Título no Brasil: Diário de uma garota normal
Autora: Phoebe Gloeckner
Editora Faro Editorial
Número de págs: 303
Tradução de André de Oliveira Lima
#70
por Raffa Fustagno
Lido no início do ano eu tinha esquecido de resenhar o livro para vocês, tive que pegá-lo novamente e puxar pela memória o misto de sentimentos que tive com essa leitura.
Um primeiro ponto a ser observado é que a autora nos apresenta sua protagonista Minnie de uma forma única, pouco ou não vista antes. A adolescente de 15 anos não é popular na escola, não tem corpo de líder de torcida, e em seu diário que nos é apresentado na íntegra se abre sem segredos, o que pode causar estranheza nos leitores mais incautos.
Para mim a forma abordada foi deliciosa de ser lida, o livro vai se passando nos dias que ela escreve e algumas cenas são ilustradas, o que garante que ganhem um formato bacana também. Amo quadrinhos, então inseri-los na história fez com que eu curtisse a leitura e isso me fez ler o livro em pouco tempo.
O que talvez me tenha feito esquecer de resenhá-lo foi algo que me incomodou profundamente na história e por mais que a gente saiba que isso existe diariamente em qualquer ou quase qualquer país do mundo, eu me incomodo com histórias que abordem traição e vocês sabem disso, então talvez essa resenha contenha um spoiler, se você se importa, por favor pare de ler agora.
Para mim, como também já disse em outras oportunidades, não tenho opinião totalmente formada sobre menores de idade se envolverem com adultos, se estas já passaram dos 15 anos e já sabem o que querem, o problema é que para os especialistas ninguém nessa idade sabe o que quer de verdade, então se a menor com 15 transa com o menor de 17, tudo bem, mas se com quem o faz tem 25 anos ou mais isso é mal visto, mas qual seria o limite de idade, ou melhor a diferença permitida para isso?
Minnie vai fazer algo que eu não curti nada, ela se envolverá com seu padrasto, o namorado de sua mãe. O que começa como um abuso contra uma menor - pelo menos eu vi a cena narrada dessa forma - cresce para algo como a amante do namorado de sua mãe, ou seja, ela conscientemente engana a própria mãe com seu namorado. E fala disso com a melhor amiga como se fosse ok. Isso fez com que eu odiasse a personagem.
De resto, ela passa por várias etapas da vida das adolescentes - lembrando que tudo isso é passado na década de 70- como uso de drogas, Minnie parece tão perdida que abusa de tudo que pode. Sim, isso é ser adolescente, mas todo adolescente faz isso? A própria irmã dela que está presente na história não o faz.
Entendo que seja a realidade de muitos, entendo que o livro demonstra isso de uma forma nua e crua, mas para mim de tudo que li me irritou bastante ela dormir com o namorado da mãe. Que também parecia outra perdida quando descobre.
A história virou filme, com Alexander Skarsgard no papel de Monroe ( namorado da mãe). Sinceramente por causa desse ponto não fiquei com vontade de assistir ao filme.
Oi, Raffa.
ResponderExcluirRealmente, o livro retrata uma grande realidade existente. Crescer em um lar desestruturado só reforça essa realidade, infelizmente.
Não sei se eu iria apreciar a leitura, mas acredito que, pra mim, não seria uma história assombrosa. No entanto, não saberia o que pensar sobre os fatos mostrados.
Deus que me livre.Credo!
ResponderExcluirSei lá, também ando meio avessa a história de traição(acho que tenho aprendido isso com você, afinal isso nunca me incomodou, somente agora incomoda)
Mas como não conhecia o livro(nem o filme), não quero nem conhecer.
Traição já não é legal e ainda com o padrasto??
Eca!!!!
Beijo
Opa, assunto polêmico adorei. Bom, sei que o tema é delicadíssimo, mas real não adianta. Se a autora tiver escrito um bom livro, com narrativa cativante e bem escrito, tá valendo. O que poderia me incomodar é a forma de abordagem mas isso eu só vou saber lendo. Qdo li o título Cheia que seria mais uma história de adolescentes, com conflitos típicos desta época, mas me enganei, que bom.
ResponderExcluirPor causa desse detalhe que você falou, eu não fiquei com vontade nem de ler e nem de ver o filme...
ResponderExcluirBeijos ^_^
Vixe Raffa!
ResponderExcluirQue triste ver que a protagonista vai se envolver ocm o padrasto, já não gostei...
Agra gosto também dessa forma do livro ser aprensentado como um diário e pelo jeito, bem intenso.
“Nunca sei se quero descansar porque estou realmente cansada, ou se quero descansar para desistir. “ (Clarice Lispector)
cheirinhos
Rudy
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Estar achando super bacana a parte de a personagem principal ser diferentes da maioria das protagonistas atuais, de ela se abrir com o leitor, mas esse relacionamento com o padrasto me jogou um balde de água fria rs
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