Menina que via Filmes: Hannah [Crítica]

Título Original: Hannah
Título no Brasil: Hannah
Data de lançamento 12 de julho de 2018 (1h 35min)
Direção: Andrea Pallaoro
Elenco: Charlotte Rampling, André Wilms, Jean-Michel Balthazar 
Gênero Drama
Nacionalidades França, Bélgica, Itália

por Bianca Silveira

Hannah (Charlotte Rampling) é uma mulher já na terceira idade, casada, que após seu marido ser preso vai tentando seguir com sua vida apesar da solidão. Ela se mantém sempre ativa, tem aulas de teatro, faz natação e ainda trabalha como empregada doméstica. Seu filho a rejeita, o motivo não ficamos sabendo, e ela evita contato com vizinhos, o motivo também não ficamos sabendo e a prisão de seu marido também é outro mistério. Aliás, não ficamos sabendo de quase nada no filme pois o foco é todo em Hannah e sua luta para manter a sanidade em meio a rejeição do filho e a, praticamente, completa solidão. O filme possui pouquíssimas falas nós ficamos ali com a função de apenas observar e se deixar envolver por esta mulher que carrega tantos segredos e sofrimento sem ninguém para compartilhar.

O filme começa com Hannah em sua aula de teatro externando suas emoções, emoções essas que ela tanto segura durante todo o desenrolar da trama. Acompanhamos ainda um pouco da sua rotina conjugal antes de seu marido ser preso e aparentemente eles pouco interagiam. Após ele ser preso, sem recebermos qualquer explicação, vamos apenas acompanhando Hannah em seu dia a dia e aos poucos tentando compreender o que está se passando em sua vida e em seus pensamentos. Durante todo o filme ficamos sem nenhuma noção de tempo, não é possível saber se os acontecimentos são recentes ou não. Aos poucos vamos recebendo pistas do que talvez possa ter acontecido, mas nunca ter certeza pois esse não é o foco do filme. Por não ter quase falas o filme por ser monótono para alguns. Confesso que para mim estava sendo, porém aos poucos, de tanto observar você começa a querer saber mais sobre a vida daquela mulher. Parece um pouco quando estamos no ônibus ou metrô e começamos a observar alguém e imaginar a vida daquela pessoa, o que será que ela está pensando. Aliás a personagem de Charlotte usa bastante o metrô para se locomover pela cidade e sempre parece perdida em seus pensamentos e possivelmente sendo observada e despertando a curiosidade de alguém.  

Charlotte Rampling foi premiada como a melhor atriz na Mostra de Veneza em 2017 por sua personagem Hannah. Para quem não está acostumado a um filme em que o espectador praticamente não recebe informações para o desenvolvimento da trama, que não está acostumado à um filme com poucos diálogos esse não seria o mais indicado pois seria bem monótono. No entanto para quem aprecia uma boa interpretação, vinda de uma excelente atriz que é Charlotte Rampling esse filme é a prova de que não é preciso muito diálogo para se contar uma boa história.

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