Menina que ia ao Teatro: O Homem da La Mancha [Crítica]

Título original: Man of la Mancha
Título no Brasil: O Homem de La Mancha
De Dale Wasserman
Músicas Mitch Leigh
Letras Joe Darion
Uma adaptação de Miguel Falabella
Direção de Miguel Falabella
Elenco: Cleto Baccic, Sara Sarres, Jorge Maya e mais.
Duração: 105 minutos

por Raffa Fustagno

Eu estou vergonhosamente atrasada nessa crítica, assisti a peça em 15 de junho, à convite do blog Reino Literário, fomos eu e a Cecilia Mouta que é colunista da Menina, mas como a crítica dela saiu antes por lá eu esqueci de publicar a minha por aqui e reparei isso hoje.

Bom, a peça não está mais em cartaz - ela ficou até 29 de julho no Rio de Janeiro- mas fica aqui o registro.

Infelizmente não curti muito o musical, adoro o Miguel Falabella e fui com muitas expectativas assistir à essa história, sentamos em um lugar maravilhoso, o teatro estava com metade de sua capacidade de lotação de entradas vendidas. Ao meu ver faltou muita coisa para ser uma boa peça.

O enredo de “O Homem de la Mancha” traz a história de Miguel de Cervantes ( no papel o ótimo ator Cleto Baccic, ele está primordial no papel), poeta, ator de teatro e coletor de impostos, que é internado em um manicômio no final dos anos 1950. Junto com ele, é apresentado ao público seu criado, Sancho. O musical narra, a partir daí, diversos momentos que culminam na encenação da história de D. Alonso Quijana, fazendeiro tomado pela loucura que imagina ser D. Quixote, Senhor de La Mancha, um Cavaleiro Errante atrás de aventuras para combater o mal, assistir os indefesos e praticar o bem.

O espetáculo ia bem no começo até notar que as músicas não animavam e o pior ainda estava por vir, a atriz Sara Sarres como Aldonza Dulcineia. Pesquisei sobre a atriz e vi que ela tem vasta experiência em musicais, fez até mesmo um de meus favoritos, O fantasma da ópera. No entanto, nesse musical ela não deve ter encontrado o tom certo de sua voz porque berrava de um jeito que me incomodou muito quando cantava. Antes que achem que não entendo de música, lembro que vim de uma família de um pai pianista e formado em regência, assisto espetáculos o tempo inteiro e já assisti inúmeros concertos clássicos. Pensei ainda que fosse somente a mim o incômodo mas ao conversar com a Cecilia ela teve a mesma impressão, as cenas com ela eram as piores, porque quando ela começava a cantar era muito ruim os agudos que dava. Diferente dos demais atores. Fora isso, a peça tem 27 cenas musicais e nenhuma das músicas fica na cabeça da pessoa, outro ponto que achei relevante informar, já que o bacana de musicais é sair cantando deles, pelo menos é uma das coisas que mais amo fazer.

Se a peça se transforma aos poucos em mais uma daquelas que olhamos para o relógio para saber quando acaba, algo que não enjoa é o cenário, rico e super bem feito, ele encanta toda a plateia.

Não gosto de falar mal de musicais, mas sempre deixo aqui uma opinião sincera e minha nota como "bom" deve-se apenas ao ator principal e à Jorge Maya que é destaque com os melhores diálogos.

Não veria de novo e não recomendei à minha família que assistisse, é bem cansativo.