Menina que ia ao Teatro: O Frenético Dancin Days [Crítica]

Título Original: O Frenético Dancin Days
Teatro Bradesco do RJ - Shopping Village Mall
Em cartaz até dia 21 de outubro de 2018

por Raffa Fustagno

Sinopse: Asas abertas, feras soltas, o Rio de Janeiro era uma festa. E não havia lugar mais adequado para celebrar do que o Frenetic Dancing´Days Discotheque, boate idealizada pelos amigos Nelson Motta, Scarlet Moon, Leonardo Netto, Dom Pepe e Djalma. E por que não resgatar esse tempo quando o carioca era feliz e sabia? Os dias de alegria estão de volta!

Ao lado de Patrícia Andrade, o próprio Nelson Motta assina a história de ‘O Frenético Dancin' Days’. O musical marca a estreia da coreógrafa e bailarina Deborah Colker na direção de um espetáculo teatral, com realização das Irmãs Motta e Opus e direção de produção de Joana Motta.

O musical será uma superprodução, com 17 atores e sete bailarinos, escolhidos através de audições, à exceção de Stella Miranda, uma das mais importantes atrizes de musicais do país, que foi convidada especialmente para o projeto. Além de Stella, que interpreta Dona Dayse, o elenco é formado por: Ariane Souza (Madalena), Bruno Fraga (Nelson Motta), Cadu Fávero (Djalma), Franco Kuster (Léo Netto), Gabriel Manita (Inácio/Catarino), Karine Barros (coro/stand in feminino), Larissa Venturini (Scarlet), Natasha Jascalevich (Bárbara), Thadeu Matos (Tony Manero), além das Frenéticas: Carol Rangel (Edyr de Castro), Ester Freitas (Dhu Moraes), Ingrid Gaigher (Lidoca), Julia Gorman (Regina Chaves), Larissa Carneiro (Leiloca) e Ludmila Brandão (Sandra Pêra).

Crítica

Quando soube que Dancin Days estava em cartaz me animei em ir com minha mãe, acabamos indo em um dia inesperado, no domingo, somente nós duas. Eu não era nascida quando a novela passou na TV, e eu nem sabia que antes da novela existiu a boate. No longo trajeto até o teatro minha mãe foi me contando sobre como a boate surgiu, que uma prima de meu pai participou de um concurso de dança lá com um ex namorado...o que foi me fazendo ter mais vontade de assistir a peça.

Obviamente que sei quem é Nelson Motta, sei que ele lançou como produtor musical muitos artistas que amo como Marisa Monte, sei que foi casado com a saudosa Marília Pêra...e por essas coisas que sei senti falta da presença de um personagem de Lulu Santos nessa montagem, já que os dois sempre foram muito amigos, tem composições juntos e a ex esposa de Lulu ( a já falecida Scarlet Moon) é uma das personagens principais.

Peça iniciada o que se vê são muitas pessoas acima de 50 anos na plateia com pessoas mais jovens como eu descobrindo uma história e um tanto menos empolgados, a trilha sonora as coreografias são o ponto alto da noite. Não há como não bater palmas ou ficar neutro à beleza do ballet de Deborah Colker.

O que achei um tanto sem graça foi o jeito que encontraram de contar a história, por vezes esperava um outro formato, mais animado e o que via era um hit após o outro e os atores simulando usarem drogas o tempo inteiro, sinceramente isso sempre me incomoda. Uma vez ou outra, ok. Mas o protagonista tomou uma cartela inteira de LSDs durante a peça. 

As melhores cenas para mim envolviam a atriz que faz a Bárbara, como dança a moça, em uma mistura de ballet e pole dance ela arrancou aplausos. O ator Bruno Fraga que interpreta Nelson tem uma voz belíssima, as canções solo dele também foram incríveis.

Outra destaque é a participação da atriz Stella Miranda como a vizinha reclamona da boate chamada Daisy. Arrasou muito, os aplausos para suas falas eram garantidos.

A ida vale sim, o teatro é lindo, a peça não é longa, os números musicais que tem músicas das Frenéticas são maravilhosos e o valor da meia-entrada em alguns setores é muito convidativa.

Fica minha dica de peça boa em cartaz para conferirem no Rio de Janeiro.