#186
por Cecilia Mouta
Meu Anjo é um filme francês da diretora Vanessa Filho, que conta a história de Marlene (Marion Cotillard) e Elli (Ayline Aksoy-Etaix), mãe e filha. Já nos primeiros minutos de filme podemos notar que Marlene não é nenhum exemplo de mãe, mas com o decorrer da história percebemos que as suas negligências com as responsabilidades maternas beiram o inimaginável.
Enquanto Marlene se ausenta, ficando vários dias fora de casa, acompanhamos Elli e percebemos como os vícios da mãe influenciam uma criança. É perturbador ver uma criança de seis/sete anos ingerindo bebida alcoólica porque a mãe é uma alcoólatra. Elli vai se tornando uma criança violenta, às vezes, mentirosa, maldosa e maliciosa. A salvação da personagem acontece quando ela conhece Julio (Alban Lenoir). Como representação de uma figura paterna que Elli não tem, Julio se torna uma figura adulta que ela respeita e tem carinho.
O filme traz muitos conflitos e questões importantes. É perceptível os estragos que uma má maternidade e/ou paternidade pode fazer na cabeça de uma criança. E o filme se desenrola com esse incômodo por toda a sua trama. A direção, muitas vezes com uma câmera confusa, sem imagens fixas, nos passa esse conceito de bagunça que existe tanto na relação mãe e filha quanto na cabeça de cada uma delas isolada. Mas algo me incomodou profundamente: a ausência do conselho tutelar.
A partir do momento em que aparece Julio, achei que ele fosse fazer uma denúncia ou algo do tipo, mas o personagem foi completamente omisso e apenas mergulhou na bagunça que é a vida das personagens. Por mais que o filme quisesse falar dessa realidade, não ter colocado o conselho tutelar na trama, pra mim, é inadmissível. A história perdeu veracidade e peso. Outras coisas que também aconteceram, de forma muito conveniente para a trama, me incomodaram. Tudo bem Elli não ter um superior em casa, mas na escola é diferente. Na escola tem sempre um adulto por perto e o filme se omitiu disso também.
Meu Anjo é um drama sobre relação familiar que traz muitos questionamentos sobre as influências dos pais no crescimento da criança e com certeza tem seu valor na mensagem que passa e na forma como o faz. Mas cometeu erros graves que comprometem a credibilidade da história.
Confira a crítica da Raffa Fustagno em vídeo
Um filme que traz muito sofrimento!Não tenho estrutura pra assistir. 😓
ResponderExcluirAdoro estes filmes sofridos, ainda mais quando trazem consigo tantas lutas. No caso, a tal "mãe"(pq isso não é mãe nem aqui nem na China) com o alcoolismo e o abandono da filha. E também a omissão.
ResponderExcluirE realmente a gente fica meio intrigada de não ter tido denúncias, de ninguém ter feito nada. Revolta.
Mesmo tendo que ter um estômago forte, quero ver sim!!!
Beijo
Que forte essa história, mas poderiam ter arrumado um jeito de não ter esses furos né... O filme seria melhor
ResponderExcluirAdoro um bom drama, ainda mais com relações familiar...normalmente é bem assim que acontece, ninguém quer se envolver com relação ao conselho tutelar e a criança fica a merce da irresponsabilidade daqueles que deveriam zelar por ela...é muito triste mas é a realidade...
ResponderExcluirValeu pela dica , com certeza verei.