Longas de Claudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga estão no Festival do Rio e refletem sobre a cena humorística nacional nos tempos de ditadura e reabertura política
Os documentários "Tá rindo de quê? - Humor e ditadura" e "Rindo à toa - Humor sem limites" ganharam trailers e cartazes. Os longas terão exibições consecutivas nesta sexta, 9 de novembro, a partir das 18h, no Estação NET Gávea, com a presença dos diretores Claudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga e de convidados. As sessões integram a Mostra Première Brasil Retratos do Festival do Rio 2018.
"Tá rindo de quê? - Humor e ditadura" traça um panorama da produção humorística nacional realizada principalmente no período de 1964 a 1985, quando toda atividade artística estava submetida à censura da ditadura militar. Aborda desde a precursora revista “Pif-paf", criada por Millôr Fernandes, passando pelo "Pasquim", que se consagraram com a irreverência crítica com que trataram a política, e vai até o grupo teatral cômico e anárquico “Asdrúbal Trouxe o Trombone”. Programas de TV como o primeiro seriado brasileiro de sucesso “Família Trapo”, e os humorísticos de Chico Anysio, Jô Soares, Trapalhões também se destacam.
Segundo longa sobre humor do trio de diretores, "Rindo à toa" investiga como a liberdade de expressão e os novos ares dos primeiros tempos da redemocratização impactaram o conteúdo de humor no Brasil. O documentário tem como ponto de partida os sucessores de "O Pasquim" nas bancas: "Planeta Diário", "Casseta Popular", e as publicações da Circo Editorial (Glauco, Laerte, Angeli); passa pela música com as bandas irreverentes que traziam a comédia em seu DNA como a "Blitz" e “Premeditando o Breque”; o surgimento da onda do besteirol no teatro e os programas de TV como o pioneiro "Armação Ilimitada", "TV Pirata" e "Casseta & Planeta" chegando até "Sai de Baixo" e "Hermes e Renato".
Os dois documentários são uma produção Emoções Baratas, Homem de Lata e 2Moleques. A coprodução é assinada pela Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil, uma parceria que prevê que o filme seja lançado em circuito comercial e posteriormente seja exibido na TV nos canais coprodutores. A distribuição nos cinemas será da Bretz Filmes.
SINOPSE "TÁ RINDO DE QUÊ? - HUMOR E DITADURA":
No período da ditadura militar, mesmo com toda a brutalidade, truculência e obscurantismo inerentes aos regimes de exceção, muita gente fez rir. O humor serviu como arma de resistência, mas também como válvula de escape, criou formas de driblar patrulhas e censuras, revolucionou linguagens, criou, debochou, divertiu, foi perseguido, proibido, encarcerado e, ainda bem, riu por último.
SINOPSE "RINDO À TOA - HUMOR SEM LIMITES":
“Rindo à toa” reflete de forma bem humorada sobre o estilo da comédia praticada no Brasil a partir da reabertura política em 1988. O filme aborda a gênese e nascimento dos “humoristas” nos anos 80. Os ícones do humor revisitam sua trajetória e fazem uma autocrítica sobre seus estilos, refletindo sobre questões como originalidade, vanguarda, limitações e contexto histórico e social.
CLAUDIO MANOEL - DIRETOR E PRODUTOR
Claudio Manoel foi roteirista do TV Pirata, redator final e ator do Casseta & Planeta Urgente! durante 20 anos, dirigiu e produziu o documentário “Simonal - Ninguém sabe o duro que dei”, criou e dirigiu o quadro “O que vi da vida”, no Fantástico. Atuou e foi corroteirista nos longas “A Taça do Mundo é nossa” e “Seus problemas acabaram”, do grupo Casseta & Planeta. Está lançando, além dos dois documentários (“Tá rindo de quê? - Humor e ditadura” e “Rindo à toa - Humor sem limites”) que serão apresentados no Festival do Rio 2018, “Chacrinha - eu não vim para explicar, eu vim para confundir”, previsto para janeiro de 2019. Também estará, em breve, como ator, no longa de ficção “Virando a mesa”, de Caio Cobra.
ÁLVARO CAMPOS - DIRETOR E PRODUTOR
Dirigiu e escreveu o curta-documentário "Leo & Carol" (2016) e o longa-metragem "Altas Expectativas" (2017), com Gigante Leo, Camila Márdila e Milhem Cortaz, selecionado para o o Festival des Films du Monde de Montreal 2017 (FFM), o Miami Film Festival (2018) e o Festival do Rio (2017) – onde ganhou menção honrosa na Mostra Geração. Atualmente está lançando os documentários “Tá rindo de quê?” e “Rindo à toa”, codirigidos por Cláudio Manoel e Alê Braga. Ainda em cinema escreveu com Matheus Souza o road movie "Bamo Nessa", dirigido por Daniel Lieff e também é um dos roteiristas de "Uma pitada de Sorte" (lançamento 2019), dirigido por Pedro Antonio. Em TV, foi autor e/ou roteirista de vários programas para canais como Multishow, Record, OI TV e MTV, destacando-se o Furo MTV e Comédia MTV.
ALÊ BRAGA - DIRETOR E PRODUTOR
Alê Braga é diretor cinematográfico, roteirista e publicitário. Dirigiu os documentários "Bossa Nova Sol Nascente", "Destino: Educação e Mama África", tendo participado do Festival do Rio, e festivais na África (Dockanema, Sillhouette D’Or e Tanzânia) e Canadá. Trouxe ao Brasil a série "Chegadas e Partidas" do GNT, dirigiu e escreveu outras 7 séries de TV para diversos canais. Filmou em mais de 30 países e já recebeu mais de 30 prêmios internacionais de produção publicitária, entre eles o Grand Prix Cannes Lions, Clio, Festival de Londres, El Ojo de Iberoamerica, etc. Coautor do livro “O outro lado da bola”, que está sendo lançado pela Editora Record em 2018.
COPRODUÇÃO | GLOBONEWS E GLOBO FILMES
A associação entre a GloboNews e a Globo Filmes tem entre seus principais objetivos formar plateias para o documentário e, em consequência, ampliar o consumo desses filmes nas salas de cinema. A parceria tem contribuído para um importante estímulo ao documentário no Brasil, onde o gênero ainda tem pouca visibilidade quando comparado aos demais países. A iniciativa visa o fortalecimento e a promoção dentro do mercado audiovisual brasileiro, através da coprodução e da exibição desses longas.
O projeto completa quatro anos em 2018 e a parceria estimula a criação de longas-metragens que, após a exibição nas salas de cinema, vão ao ar na emissora. Ao longo desse período, os filmes foram vistos por mais de seis milhões de pessoas no canal por assinatura e o alcance médio das produções foi de 450 mil telespectadores por exibição.
Foram lançados filmes como Brasil: DNA África, Cidades Fantasmas, vencedor do Festival É Tudo Verdade 2017, Slam: Voz de Levante e Pitanga, premiados respectivamente nos Festivais do Rio e de Tiradentes em 2017, e A Corrida do Doping - até o momento, o filme mais visto na faixa da GloboNews.
Outros destaques foram o longa coletivo 5 x Chico – O Velho e Sua Gente, sobre comunidades banhadas pelo Rio São Francisco, selecionado para quatro festivais internacionais na França; Tim Lopes - Histórias de Arcanjo, sobre a trajetória do jornalista morto em 2002; Betinho - A Esperança Equilibrista, que narra a vida do sociólogo Herbert de Souza, Menino 23, que acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar a partir da descoberta de tijolos marcados com suásticas nazistas em uma fazenda no interior de São Paulo, ambos vencedores do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2016 e 2017, respectivamente; Setenta, de Emília Silveira, sobre a militância política nos anos 1970, que recebeu dois prêmios no 8º Festival Aruanda (Paraíba), incluindo o de Melhor Filme pelo júri popular; e o premiado Meu nome é Jacque, de Angela Zoé, que enfoca a diversidade sexual a partir da experiência da transexual Jacqueline Rocha Cortês, eleito o Melhor Longa Nacional pelo júri do Rio Festival de Gênero & Sexualidade no Cinema 2016.
Entre 2018 e 2019, serão mais de 65 filmes em produção, envolvendo mais de 60 produtoras de diferentes regiões do país, ajudando a fomentar o mercado.
COPRODUÇÃO - CANAL BRASIL
O Canal Brasil foi ao ar pela primeira vez no dia 18 de setembro de 1998. Aos 20 anos de idade, um assunto importante continua como norte: a necessidade de se entender um pais através da sua cultura. Com o cinema como parte expressiva desse DNA, o Canal Brasil já exibiu mais de quatro mil filmes, entre longas e curtas-metragens, ficção e documentários, além de programas que abordam o tema e suas infinidades.
O Canal Brasil tem um papel fundamental na produção e coprodução de longas-metragens, história que começou em 2008 com “Loki – Arnaldo Baptista”, de Paulo Henrique Fontenelle, que mostrou a vida do eterno mutante. Agora em 2018, o canal ultrapassa a marca de 280 filmes. Sair do campo da exibição e partir também para feitura fez com que o Canal Brasil atingisse em poucos anos grande importância no cenário do cinema brasileiro recente. Entre os longas coproduzidos estão “Tungstênio” de Heitor Dhalia, “Aos Teu Olhos” de Carolina Jabor, “Animal Cordial” de Gabriela Almeida; “Divinas Divas”, de Leandra Leal; “Não Devore o Meu Coração” de Felipe Braganca, “Pendular” de Julia Murat, “Benzinho “de Gustavo Pizzi, entre outros.
Esse assunto Ditadura ainda dará muito o que ser lido, falado e escrito e sabe, gosto disso.
ResponderExcluirPois só assim, o povo realmente entenderá de fato o que foi este período.
Gostei de saber por exemplo, que era possível fazer humor nesta época..rs
Mesmo que não vá poder acompanhar, adorei saber que muitos poderão viver estes momentos!
Beijo
Ual!
ResponderExcluirMsm não sendo um gênero que eu gosto, estou torcendo mto pra que seja um sucesso esses longas...
Bjs!