Título no Brasil: Terceiro Reich - Na história e na memória
Autor: Richard J.Evans
Editora Crítica ( selo da Editora Planeta)
Tradução de Renato Marques
Número de págs: 495
#154
por Raffa Fustagno
Depois de tantos livros lidos sobre a Segunda Guerra Mundial, parece incrível que sempre tenha algo que ainda não foi dito, nesse volume escrito pelo britânico Richard J.Evans - um dos maiores especialistas no assunto - há sempre algo que ainda nos choca, em pleno 2018 onde discutimos recentemente sobre como Hitler chegou ao poder, faz-se necessário ver o quão perigoso é acreditarmos em líderes persuasivos e em falsas verdades em momentos de crise.
Não cabe aqui a mim comparar Adolf Hitler com nenhum político brasileiro em específico, mas sim pedir para que leiam os livros que falem sobre a época para que não continuem compartilhando inverdades como informar que os nazistas eram de esquerda.
Ok, você deve estar agora achando que estou defendendo a esquerda, não, não estou mesmo, aliás não me verão defendendo políticos brasileiros nessa encarnação mas o ódio gerado nessas eleições ou demonstrado de ambas as partes me chocou. E é isso que há anos falo através desse site, em se conhecer a verdade para não se deixar levar por mentiras, é importante percebemos os erros e a isenção onde levaram a Alemanha.
Por essas e outras razões, o livro em questão deveria ser leitura obrigatória, aqui percebe-se as muitas faces do regime nazista e como pareciam despreocupantes e não foram.
Evans nos abre os olhos para a verdade, é outra tentativa de destacar o quão importante é esse discurso em moldar nossa compreensão do contexto histórico, é primordial entender o que foi o Nazismo e seus discursos de ódio para nunca mais repetir as mesmas atrocidades.
O autor opta por nos apresentar a criação da nação alemã no final do século XIX e suas atividades coloniais na África. Ele estuda os paralelos entre os genocídios por lá e o Holocausto, na tentativa de estabelecer uma relação causal. Confesso que pelo que me lembre foi o único livro que juntou os dois assuntos, interligando um e outro, argumentando que não há uma correlação direta entre os dois genocídios, porque os "judeus apareceram para os nazistas como uma ameaça global"; Os africanos ... eram um obstáculo local a ser subjugado ou removido para dar lugar aos colonos alemães.
A mudança na historiografia da Alemanha nazista mudou recentemente para visualizá-la em um contexto internacional. Como conseqüência, Evans analisou o impacto do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial em uma perspectiva global, considerando as ações tomadas no nível governamental de todos os aliados e potências do eixo em sua relação com a Alemanha. Isso é interessante, pois dá uma visão holística sobre por que a Segunda Guerra Mundial foi travada e os aspectos mais importantes dela de uma forma sucinta. O mais interessante é que, no final do livro, ele investiga temas que são relativamente desconhecidos na memória popular, como a expulsão de alemães étnicos da Europa Oriental no final da guerra, onde muitos foram presos e encarcerados na antiga concentração. acampamentos.
Quando se trata de olhar para o papel de Hitler durante o Terceiro Reich, Evans demonstra mais preocupação por seu "culto à personalidade" do que por sua vida pessoal. No entanto, os dois capítulos relativamente pequenos que ele dedica às discussões sobre o estado mental de Hitler e sua relação com Eva Braun fornecem informações interessantes. Enquanto Evans olha para a lógica por trás do compromisso do povo alemão comum com Hitler e as políticas nazistas que foram implementadas para "melhorar" suas vidas, desapontadoramente, ele não entra em muitos detalhes envolvendo a vida cotidiana na Alemanha nazista.
Pesquisei e vi que ele tem uma trilogia famosa e também publicada por esse mesmo selo, fiquei muito interessada em ler também, espero pode conferir em 2019 e trazer sempre mais sobre o assunto para vocês.
*Livro recebido em parceria com a Editora Planeta
*Algumas informações desse texto foram tiradas de trechos do livro ou de sites que falam sobre o período citado nele.
Também penso bem isso. Apesar de hoje em dia, estar bem voltada para a esquerda, penso que todos deveriam estudar a história para deixar seus dedinhos nervosos comandarem verdadeiros discursos de ódio. E isso infelizmente não ficou somente nas eleições não, vai se estender por um longo tempo, pois..não há santos!
ResponderExcluirMas voltando ao livro, adorei muito que li acima.Pois é parte viva de cada um de nós e vasculhar este passado negro e denso, deveria ser obrigação de cada um de nós, para que novos erros parecidos não aconteçam.
O livro vai para a lista de desejados com certeza.
Beijo
É importante conhecer o passado, para que a história não se repita... que legal que o autor trás novas informações para um assunto que já é tão discutido!
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