quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Menina que via Filmes: Yara [Crítica]

Título Original: Yara
Título no Brasil: Yara
Data de lançamento 10 de janeiro de 2019 (1h 41min)
Direção: Abbas Fahdel
Elenco: Michelle Wehbe, Elias Freifer, Mary Alkady
Gênero Drama

Nacionalidades Líbano, Iraque, França






por Reinaldo Barros
Alguém por aí a procura de um filme sereno? Yara pode ser uma ótima pedida se você está atrás de um longa bem tranquilo, com belas imagens de uma região declarada patrimônio da humanidade. O longa se passa no Vale de Qadisha, localizado no norte do Líbano, é nesse território montanhoso repleto de mosteiros que Yara (Michelle Wehbe) vive com a sua avó, algumas galinhas, cabras e outros animais típicos de uma fazenda. A vida da adolescente é bem pacata, todos os dias são iguais, mas isso não a deixa entediada. Como sua avó, ela vive um dia após o outro fazendo o que precisa ser feito e nas horas vagas aquela prosa gostosa. Além delas temos outros personagens igualmente amáveis como os filhos do entregador.

Ainda no começo também conhecemos Elias (Elias Freifer), um jovem turista que descobre o vilarejo de Yara ao se perder num passeio. Logo de cara rola aquele papo mole de homem quando se interessa por alguém e depois ele volta, vai de novo e mais algumas vezes até que eles estabelecem uma relação mais íntima. Esse relacionamento não tem nada de libidinoso, apenas um carinho e uma paixão de verão entre dois jovens de mundos diferentes. Por hora chega de spoiler, né? O filme não vai muito além disso, ele é delicado e simples na sua linguagem e em tudo que nos mostra. O belo aqui é justamente essa simplicidade e inocência que há muito perdemos, substituídas por valores antagônicos de uma época na qual crianças são obrigadas a serem adultas antes mesmo de amadurecerem, antes mesmo de viverem como crianças.


Pode ser difícil para quem está acostumado com a agitação das metrópoles ou daquele aparelhinho portátil com acesso à internet, mas de vez em quando é bom vermos outros modelos de vida diferente do nosso, seja para dar valor ao que temos ou para reformular o modo como vivemos. Seja como for, não existe apenas um modelo de felicidade, de sucesso ou de beleza. Yara era um filme para ser gravado no interior da França e por questões financeiras teve que ser filmado no interior do Líbano. O diretor disse que o sentido original foi alterado, o que eu vejo com bons olhos, não por ter se distanciado da ideia inicial, mas sim por ter apresentado um trabalho capaz de nos fazer pensar sobre felicidade e simplicidade.



3 comentários:

  1. No começo da crítica achei que o filme poderia ser aqueles bem parados, que nos entedia, mas depois entendi que é para criar a atmosfera, parece ser bem bacana, trazer um filme um pouco mais lento, que mostra um pouco da realidade dos lugares mais calmos e interior...

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  2. Pelo que pude entender pelo que li acima, o filme traz uma fotografia excelente e por vezes, muitas vezes, somente isso já é tão bonito!
    Não tinha visto ou ouvido nada a respeito deste longa,mas já gostei de cara, por trazer cultura e paisagem totalmente diferente do que vemos todos os dias!
    Verei com certeza!!!!
    Beijo

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  3. Reinaldo!
    Por vezes um filme mais tranquilo é uma boa pedida.
    E se não tem cenas com apelo sexual e é mais voltado para a pureza e carinho do relacionamento, deve ser legal.
    cheirinhos
    Rudy

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