Título Original: Todos Lo Saben
Título no Brasil: Todos Já Sabem
País: Espanha, França, Itália
Data de lançamento 21 de fevereiro de 2019
Ano: 2018
Elenco: Penélope Cruz, Javier Bardem, Ricardo Darín , Eduárd Fernandez, Barbara Lennie, Imna Cuesta, Jaime Lorente
Roteiro e direção: Asghar Farhadi
Duração: 2h 13 min
#61
🎬🎬🎬
por Cecilia Mouta
Título no Brasil: Todos Já Sabem
País: Espanha, França, Itália
Data de lançamento 21 de fevereiro de 2019
Ano: 2018
Elenco: Penélope Cruz, Javier Bardem, Ricardo Darín , Eduárd Fernandez, Barbara Lennie, Imna Cuesta, Jaime Lorente
Roteiro e direção: Asghar Farhadi
Duração: 2h 13 min
#61
🎬🎬🎬
por Cecilia Mouta
Todos Já Sabem foi o filme de abertura de Cannes em 2018. Dirigido por Asghar Farhadi, conhecido por suas narrativas dramáticas e, ainda sim, sutis, o filme ainda conta com um elenco de peso: Penélope Cruz, Javier Bardem e Ricardo Darín, entre outros atores muito conhecidos do cinema hispânico.
Apesar de sua produção passar longe dos costumes brasileiros, algo no filme nos soa muito familiar: a sua estrutura novelesca. Repleto de personagens, e por mais que saibamos quem são os principais, em nenhum momento a trama segue num foco único atrás desses protagonistas. As cenas, constantemente, são aquilo que conhecemos bem: tem casamento, almoço em família, briga de família, discussões amorosas. Há também os agregados, aqueles que fazem parte da família por um envolvimento que não seja de sangue. E a história, por vezes, nos parece mais a de uma família inteira com seus problemas do que a de uma mãe que tem sua filha sequestrada.
Com uma narrativa lenta, as peças do suspense vão se encaixando e desencaixando aos poucos e a história não se preocupa em lançar na trama possíveis culpados. As suspeitas ficam a cargo do espectador. O que Farhadi mostra é o funcionamento de uma família num momento de crise, mostrando como a questão mexe, em particular, com cada personagem. Assim, nas horas de desespero, cada membro da família extravasa como lhe convém, trazendo a tona questões financeiras, de poder, acontecimentos passados. O tempo, elemento tão enfatizado na narrativa com a longa cena inicial do relógio da igreja, parece ter parado. Sob um único gatilho, o sequestro de Irene, passado e presente parecem conviver juntos na vida dos personagens que, muitas vezes, não sabem como arrumar a bagunça e seguir para um futuro. E quando a narrativa se aproxima do fim, depois de todos, dentro e fora da tela, estarem tão envolvidos com a teia dramática que envolve os personagens, a revelação do culpado beira a frustração. É como um balde de água fria.
Com uma narrativa lenta, as peças do suspense vão se encaixando e desencaixando aos poucos e a história não se preocupa em lançar na trama possíveis culpados. As suspeitas ficam a cargo do espectador. O que Farhadi mostra é o funcionamento de uma família num momento de crise, mostrando como a questão mexe, em particular, com cada personagem. Assim, nas horas de desespero, cada membro da família extravasa como lhe convém, trazendo a tona questões financeiras, de poder, acontecimentos passados. O tempo, elemento tão enfatizado na narrativa com a longa cena inicial do relógio da igreja, parece ter parado. Sob um único gatilho, o sequestro de Irene, passado e presente parecem conviver juntos na vida dos personagens que, muitas vezes, não sabem como arrumar a bagunça e seguir para um futuro. E quando a narrativa se aproxima do fim, depois de todos, dentro e fora da tela, estarem tão envolvidos com a teia dramática que envolve os personagens, a revelação do culpado beira a frustração. É como um balde de água fria.
Às vezes, parece que a trama perde fôlego, como alguns de seus personagens, afinal, todos já sabem. O que haveria de se fazer? Revelações não chocam tanto, o conformismo reina no lar dessa família. Mas é aí que Farhadi recupera o fôlego. Todos já sabem e, mesmo assim, era como se nada tivesse acontecido. É uma narrativa que impacta pelos panos quentes que se coloca nos problemas. É uma família que confronta o espectador pelo fato de evitar confrontos dentro de si.
Todos Já Sabem, apesar de seguir a estrutura do gênero, é um filme que encanta, muitas vezes, pelo que traz de desencanto. É no ritmo lento que nos deixa eufóricos, é no não dito que se entende o que queria dizer. É no não choque que choca. Há de ter paciência para acompanhar as mais de duas horas de duração. Mas pra quem está acostumado com as novelas, Todos Já Sabem é um prato cheio de boas atuações, boas intrigas e boa trama. Está longe de ser a melhor obra do diretor Farhadi, mas ainda sim muito satisfatório.
*cabine de imprensa à convite da distribuidora.
*Nossos colunistas são voluntários, os textos são de sua autoria
Confiram a crítica em vídeo de Raffa Fustagno:
O ritmo do filme é bem lento,mas oh, sei lá, entendi como um meio de ir se degustando tantos atores bons, bem devagarinho.
ResponderExcluirShow de interpretações e mesmo que Darin tenha aparecido bem pouco, tamanho o seu talento, Bardem fez incrivelmente bem o seu papel e arrasou!
Tá, o final poderia ter ficado um "cadim" melhor, mas mesmo assim, é um filme primoroso. Seja pela fotografia, atuações e cenários!!!
Beijo