quinta-feira, 28 de março de 2019

Menina que via Filmes: Família Submersa [Crítica]



Título Original: Família Submergida
Título no Brasil: Família Submersa
Data de lançamento 4 de abril de 2019 (1h 31min)
Direção: Maria Alché
Elenco: Mercedes Morán, Marcelo Subiotto, Esteban Bigliardi 
Gênero Drama
Nacionalidades Argentina, Brasil, Alemanha, Noruega
por Renata Alves


A Família Submersa é um drama argentino, com parceria com Brasil, Alemanha e Noruega. É também o primeiro filme da diretora Maria Alché. 
O filme tem seu enredo centrado na vida de Marcela, uma mulher, mãe e esposa que acabou de perder sua irmã, Rina. Entretanto, apesar de seu luto interno, ela não consegue encontrar espaço para viver a dor da perda. Seus três filhos continuam exigindo sua atenção de formas diferentes, o marido continua precisando se ausentar por causa do trabalho, a casa precisa continuar em funcionamento e ela ainda precisa organizar todas as coisas no apartamento da irmã para esvazia-lo. 

Vivida pela excelente Mercedes Morán, Marcela se tona uma bagunça. Sua vida real ganha participação de algumas alucinações, que nos permite compreender junto com Marcela que aquela vida que ela vive há tantos anos não a faz feliz, como pensado. 
Numa linguagem muito própria do cinema argentino, algumas transições de cenas não são tão claras e digeridas automaticamente,  o que se enquadra muitíssimo bem para a narrativa do filme. É importante que se compreenda o caos que Marcela vive através das técnicas de filmagem, isso torna o drama mais presente. 
Em meio aos seus dramas pessoais, Marcela ganha o inesperado apoio de Nacho, um desconhecido que se torna amigo e ocupa um lugar que estava vago e não foi preenchido por nenhum de seus filhos e nem por seu marido. Nacho a acompanha à casa de Rina, ajuda a separar, empacotar, distribuir os pertences e embarca com Marcela numa busca por um terreno que seus pais tinham e que comercialmente não vale nada. A odisseia do terreno é também uma alegoria para sua vida. 

O filme, aliás, é cheio de alegorias. Seu filho mais novo, e mais lúdico, é responsável por puxar o fio de alguns momentos mais interessantes, como a encenação da morte do pássaro e a música do pai sobre ser invisível para a família. 
A Família Submersa é um filme que embora foque seu interesse em uma personagem especifica, permite que vejamos a solidão em todos os personagens, mesmo que estejam cercados de muitas pessoas. O filme é barulhento na maior parte do tempo, mas tem um posicionamento  de câmeras estratégico pensado justamente para fazer o contraste e ressaltar como é possível estar só mesmo não estando sozinho. 
Alché desenvolveu bem o filme em sua estreia, acrescentando mais uma boa película no cinema argentino. Certamente vale a ida ao cinema e a apreciação do mesmo. Em certa medida, é um filme que nos faz refletir sobre nós mesmos.

*Cabine de imprensa à convite da distribuidora
*Nossos colunistas são voluntários, os textos assinados por eles são originais de suas autorias.

4 comentários:

  1. Gosto demais do cinema argentino e por isso, adorei poder ler tudo isso acima. Ainda não tinha visto ou lido nada a respeito desta obra e achei bem interessante este jeito de colocar a alma e a solidão expostas assim.
    Seremos nós todos seres solitários mesmo rodeados de pessoas?
    Com certeza, verei!
    Beijo

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  2. Esse filme parece ser muito bom. Vou tentar assisti-lo.
    Beijos 😊

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  3. Renata!
    Um filme que leva a questionamentos pessoais se é isso mesmo que queremos para nossas vidas, não é?
    Deve ser muito bom.
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Uau, fiquei bem curiosa nesse filme, o tema é muito interessante :)

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