sábado, 30 de março de 2019

Menina que via filmes: QUANDO MARGOT ENCONTRA MARGOT [Crítica]



Título Original: La Belle et la Belle
Título no Brasil: Quando Margot encontra Margot
Data de lançamento 4 de abril de 2019 (1h 35min)
Direção: Sophie Fillières
Elenco: Sandrine Kiberlain, Agathe Bonitzer, Melvil Poupaud 
Gêneros Comédia , Romance
Nacionalidade França
por Jéssica de Aguiar


Margot vai a uma festa de amigos, a contragosto, pois tem uma viagem de trem marcada para o dia seguinte pela manhã. Outra Margot vai a uma festa lotada de jovens e música alta apenas para procurar o filho de um amigo, mas se sente deslocada a maior parte do tempo. Como que por um golpe do destino as duas Margots têm bebidas derramadas em suas roupas e vão parar no banheiro, onde se encontram. Diante do espelho, estranhas coincidências aparecem, causando um espanto inicial. 

Ambas têm de pegar o mesmo trem manhã seguinte, na mesma hora, possuem o mesmo nome e a mesma insatisfação. As similaridades não param por aí, pois aparentemente elas são a mesma pessoa, com apenas 25 anos de diferença e alguns cigarros a mais. Apesar de terem sido levadas a essa festa por motivações diferentes, ambas observam nesse encontro um golpe do destino para o reencontro consigo mesma. 
A comédia dramática de Sophie Fillières não segue o padrão de uma comédia com humor óbvio, que arranca gargalhadas do público, mas permite que a audiência encontre graça nas sutilezas, em situações que seriam possíveis no mundo real,  mesmo que o contexto do enredo seja inusitado. Ao desenrolar da trama, apesar de existirem outros personagens de certa relevância, as mudanças de verdade acontecem entre as protagonistas (ou deveria dizer "a"?), não necessariamente de forma explícita, mas, novamente com sutileza, expressa em escolhas e atitudes que desembocam em novos caminhos.

Enquanto a jovem Margot (interpretada por Agathe Bonitzer) é inconsequente e não se importa com os aspectos emocionais da vida, a versão 25 anos mais madura (Sandrine Kiberlain) prefere enxergar as escolhas que fez com mais leveza e dar uma nova chance ao amor. A trajetória de redescoberta traz também um aspecto importante do amor próprio que no enredo é expresso em outra pessoa figurativamente,  e da necessidade de se dar novas chances na vida, recomeçando e traçando um novo caminho, ou mesmo observando a realidade de um ângulo diferente. 
Apesar da Margot de Agathe não se abrir para os conselhos de sua versão mais experiente, até mesmo devido à impetuosidade juvenil, ao decorrer da história ela se torna mais receptiva a uma nova visão. A jovem avalia os resultados de suas escolhas vendo a oportunidade de mudar seu futuro com ações do presente.  Essa abertura à conexão entre as duas pode ser notada pelo público observando o figurino das duas personagens que são predominantemente de cores opostas. A Margot jovem começa vestindo tons de azul, que pode representar a frieza com relação às emoções enquanto a Margot de 45 anos é mais emotiva e veste tons de vermelho que ao decorrer da trama se misturam também com peças azuis, o mesmo ocorrendo com a sua versão jovem. 
O filme não tem o pretexto de trazer realidades alternativas ou mudanças no espaço tempo devido a novas escolhas feitas no passado, seu foco é na relação restabelecida de Margot consigo mesma. No geral, consegue atingir o objetivo de abordar as emoções e as experiências ocorridas na vida de uma mulher, de forma sensível e transmite a mensagem de incentivo à reflexão sobre as escolhas que são feitas ao longo da vida.

*Cabine de imprensa à convite da distribuidora
*Nossos colunistas são voluntários, os textos assinados por eles são originais de suas autorias. 

3 comentários:

  1. Nossa, fiquei curiosa para assistir e ver como esse filme funciona em tela.

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  2. Estava lendo sobre este lançamento esta semana que terminou e não vejo a hora de conferir.
    Não que seja um gênero que eu ame de paixão, mas acho que traz um pouco de humor e com certeza, reflexões e isso é válido demais!
    Verei!!!
    Beijo

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  3. Jéssica!
    É o tipo de filme que gosto muito, porque traz a reflexão sobre nossas atitudes quando jovem e a reflexão após ficarmos mais velhos.
    Sem contar que é inunsitado, pelo menos para mim.
    Quero sim assistir.
    cheirinhos
    Rudy

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