Título original: Tuntematon Mestari
Título no Brasil: O último lance
Data de lançamento 25 de abril de 2019 (1h 35min)
Direção: Klaus Härö
Elenco: Heikki Nousiainen, Pirjo Lonka, Amos Brotherus
Gênero Drama
Nacionalidade Finlândia
por Renata Alves
“Não é simplesmente um retrato, mas um retrato venerado, representando uma pessoa a ser cultuada pelo contemplado.” (BELTING, 2010)
O Último Lance, filme finlandês dirigido por Klaus Harö, tem enredo simples e claro: o comerciante de obras de artes Olavi descobre uma pintura não assinada que ele julga ser algo grade e que pode lhe trazer reconhecimento e dinheiro.
Olavi é um senhor solitário, que vivem para o trabalho. Sua galeria de arte mais parece um depósito, e seus arquivos de ficha contribuem para a ideia de que aquela galeria parou no tempo. Viúvo, sua relação com a única filha e o neto também não é inspiradora. Pelo contrário, parece inexistente. Assim, a necessidade de Otto por um estágio vem a ser providencial para o reencontro dessa família.
Percebendo que o comércio de arte já não funciona como antes e que cada dia se torna mais dific manter o negócio, não é exagero dizer que Olavi esta perto da falência. Porem, um novo quadro a ser leiloado num lote de obras de artes de uma senhora rica chama a atenção do especialista. Trata-se de um uma pequena tela, retratando um homem, que não está assinada, e, portanto, não há tanto valor comercial. Olavi porém acredita que essa obra pertence a um grande mestre e assim, junto com seu neto, embarcam nu a jornada contra o tempo para certificarem-se que a obra é do pintor russo Ilya Repin.
Pessoalmente, achei o filme sensacional, em boa parte também porque me fez recordar as aulas de história da arte na faculdade. Lembro-me que em uma matéria eletiva sobre história da arte medieval, quando estudávamos os primeiros anos das artes sacras e suas funções, as obras tinham sua relevância pela importância do que estavam representando, é não pela autoria do pintor. O artista, nesse caso não era relevante. Ter tido essa memória resgatada durante a discussão sobre autoria da obra no filme, juntamente com muitas outras lembranças sobre material, estilo e intenção me deixaram bastante interessada.
O Último Lance é cheio de boas metáforas visuais para traduzir em imagem o que o roteiro não diz em palavras. É bonito, bem feito e simples. Harö faz um trabalho limpo e competente, dirige bem seus atores na direção do resultado final e consegue extrair deles o melhor. As cenas entre Olavi e o neto Otto, sem sombra de dúvidas, são as melhores. É um filme lento feito para ser apreciado com atenção, calma e olhar crítico, assim como a arte.
No final, um pouco de decepção com o desfecho clichê. Nada poderia ser mais clichê do que o final esperado típico das produções americanas. Por sorte, o filme era bastante sólido para que não fosse mais maculada do que deveria pelo final. Embora o tema inicial - arte – possa parecer pouco inclusivo e seletivo, o filme passa longe disso.
*Cabine de imprensa à convite da distribuidora
*Nossos colunistas são voluntários, os textos assinados por eles são originais de suas autorias.
Gosto demais de filmes assim, visuais! Ainda mais se envolver isso de obras de arte na trama.
ResponderExcluirSei lá, fica tudo meio lúdico, poético...e isso é gostoso de ser visto!
Verei sim, assim que for possível!
Beijo
Só de ver que é uma produção da Finlândia já me deixou interessada, esse tema de arte e a busca pela autoria me parece ser interessante, fiquei curiosa para ver
ResponderExcluirSaudades das aulas de história da arte na faculdade. Fiquei com vontade de ver 😁
ResponderExcluirBeijos 😊
Olá!
ResponderExcluirUm filme falando sobre obras e pintores e incrível. Eu ainda não vi mas estou já anotando na listinha para poder apreciar esse filme e entender mais esse mundo.
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