Título Original: Doubles Vies
Título no Brasil: Vidas Duplas
Data de lançamento em breve (1h 48min)
Direção: Olivier Assayas
Elenco: Guillaume Canet, Juliette Binoche, Vincent Macaigne
Gêneros Comédia , Romance
Nacionalidade França
por Renata Alves
Vidas Duplas é o mais recente filme do diretor Olivier
Assayas, retornando essencialmente ao cinema francês depois de dois filmes protagonizados
pela queridinha dos jovens, Kristen Stewart (Acima das Nuvens e Personal
Shopper). Vidas Duplas é essencialmente muito francês: arrastado, tons crus e
diálogos enormes e tumultuado. É verborrágico.
Enquanto Alain e um editor conceituado que tem dificuldades
de se adaptar aos livros digitais, um de seus autores mais antigos é Léonard que
por sua vez, vive de escrever autorização de seus casos amorosos. Por conta disso Alain tem dúvidas sobre seu
novo manuscrito e se vale a pena publica-lo. Enquanto isso Seu casamento com Selena, uma famosa atriz de
teatro, não vive seus melhores dias.
A discussão que permeia o filme é sobre o mercado editorial
e como as novas tecnologias, dispositivos e interatividade podem interferir no
mundo dos livros. Toda a questão sobre a lucratividade das editoras entra em
pauta, da mesma forma que é discutida a sazonalidade dos números envolvendo as
publicações digitais. Alain tem sua posição definida pela defesa dos livros
físicos, mas como editor-chefe, precisa que os números estejam a seu favor.
Em sua vida particular, o casamento com Selena anda
burocrático. Selena, atriz de teatro e que no momento anda insatisfeita
estrelando uma série de sucesso na TV , sente que seu marido a esta traindo e
isso a perturba. Entretanto, ela mesma tem um caso extraconjugal, exatamente com Léonard, que também é casado. São
muitas vidas duplas sendo vividas nesse concentrado grupo de pessoas.
Alain é charmoso, sedutor, inteligente, cativante. É seguro,
dominante. Guillaume Canet foi uma escolha certíssima e extremamente
interessante. Leonard por sua vez, é o oposto. Fraco, de uma figura patética,
autoendeusado. Leonard é muito humano, muito cheio de falhas, é pior, ele é
exatamente o que a gente não gosta de ver na gente. Justamente por isso achei
seu personagem insuportável – o que denota excelente trabalho de Vincent Macaigne.
Leonard se enxerga como superior porque acredita que não
precisa escrever algo que interesse mais ao público, ele escreve o que quer, é
assim O público vai querer. Da mesma
forma, desconsidera a importância e a relevância das redes sociais e da
Internet em geral e sua capacidade para tornar um livro fracasso ou sucesso. Egoísta,
carente, pedante. Leonard não respeita as mulheres com quem se envolve, a
começar pela própria esposa. A partir do momento que faz autoficção de seus
casos amorosos, ele expõe à esposa e a mulher em questão. E para ele, tudo bem,
porque afinal de contas, ele está expondo a vida dele mesmo, ignorando,
deliberadamente, que não é apenas sua
vida ali.
Apesar dos diálogos frenéticos, o ritmo do filme não tem
exatamente esse mesmo psique, é um filme interessante e com boas questões
colocadas no roteiro. Também é um filme com muitas boas atuações, o que já
ajuda muito. É bom , interessante, mas não é uma obra prima, certamente.
Cabine de imprensa à convite da distribuidora
*Nossos colunistas são voluntários, os textos assinados por eles são originais de suas autorias.
Confira a crítica da Raffa Fustagno, assistida no festival do Rio 2018
O cinema francês em sua forma original, gosto muito disso tudo, apesar de assistir muito pouco.
ResponderExcluirNosso país tem uma mania feia de meio que se fechar a cinema de outras terras, sei lá, fica só no americano e nacional.
Há tanta coisa boa por aí, indianos, espanhóis, franceses..e? A gente fica muito só na vontade de conferir.
Mesmo tendo jeitinho de filme parado, gosto muito destes longas reflexivos e vou dar aquela procurada!
Beijo
Esse filme eu não fiquei curiosa para assistir nao
ResponderExcluirNão me interessei em ver o filme, vou deixar ele passar.
ResponderExcluirBeijos 😊
Olá!
ResponderExcluirUltimamente estou tendo lista de filme crescendo cada vez mais quando passo por aqui. Esse tem um enrendo muito bom, trás situações realmente reais, principalmente essa nova era da tecnologia no mundo editoral. Talvez daqui 20 anos ou até mais não exista livros físicos..
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