por Bernardo Freitas
Em um dia de gravação no set de “Segunda Pele”, tive o
prazer de presenciar a produção de um curta-metragem independente. O curta é uma co-produção da Dias de Lyrios e a Kolumban Filmes, e é o primeiro projeto de ficção de
Mariana Dias. O curta apresenta a história de Maria (Mariana Dias), uma
mulher em seus 40 anos, que recebe uma herança de sua avó: uma mala antiga
cheia de roupas e memórias, e não sabe o que fazer com isso.
Conversando com Mariana Dias, a roteirista e diretora do filme,
ela nos contou de onde surgiu a inspiração para o roteiro. Oito anos atrás,
Mariana havia perdido sua avó e herdado uma mala cheia de roupas antigas e bem
guardadas. Seu primeiro pensamento em relação a mala foi transformá-la em arte.
Ela iniciou um processo de pesquisa sobre memórias, guardados e afetos para
escrever uma dramaturgia e encena-la no teatro. Ela também experimentou
encena-la em poesias e danças, mas foi através de uma conversa com o fotógrafo
Stefan Hess sobre o projeto, que chegaram a conclusão que poderiam realizar um
curta-metragem. Depois disso, Marina decidiu escrever o roteiro.
No dia 27 de abril de 2019, tiver a oportunidade de
presenciar a gravação de uma cena que se passa em um brechó, rodada no Catherine Labouré, em Ipanema. Na cena
que se passa no brechó, Mariana contracena com Beth Martins e Vanda Jacques,
interpretando respectivamente, Donna e Zelinha. Mariana às conheceu através do
Intrépida Trupe, um grupo artístico carioca que mistura dança, teatro, circo e
música.
Mariana
havia pesquisado inúmeros brechós pelo Rio de Janeiro para gravar essa cena, e
em uma dessas pesquisas, acabou encontrando o Catherine Labouré. Ela foi até a
loja, onde conversou com Adriana, a dona do brechó, sobre a possibilidade de
gravarem ali. E quando Adriana descobriu que o nome da protagonista seria
Maria, elas tiveram uma aproximação instantânea. Conversando com Adriana,
descobrimos que o brechó foi inaugurado em 2006, no dia 27 de maio. O brechó
foi nomeado assim, após vários acontecimentos envolvendo a Santa Catherine
Labouré na vida de Adriana, durante o ano da inauguração.
Curiosamente,
Catherine Labouré foi canonizada no dia 27 de julho de 1947, o brechó foi
inaugurado dia 27 de maio de 2006, e a gravação também aconteceu em um dia 27.
Seria 27 o número da sorte do curta-metragem?
Por fim,
percebi o quanto Mariana Dias sabe o que está fazendo, e tem o conhecimento da
importância que é produzir arte nos tempos que estamos vivendo. O
sentimentalismo e o existencialismo propostos pelo roteiro serão algo de muita
importância a serem vistos. O cinema de guerrilha sempre foi e sempre será
necessário para os cineastas brasileiros, e ter uma obra como o Segunda Pele
adicionado à lista, é algo que estou esperando ansiosamente para ver.
Que experimencia bacana, obrigada por dividir conosco :)
ResponderExcluirPuxa, uma coisa tão real se tornando arte! E que arte, pelo que li acima! Pena só uma coisa, os curtas no Brasil ainda são vistos(quando vistos) como algo irrelevante e a gente que ama cinema, sabe o quanto os curtas são importantes e por serem curtas, precisam trazer uma gama de sentimentos tudo de uma vez só!
ResponderExcluirSe puder, com certeza, adoraria ver!
Beijo
Bernardo!
ResponderExcluirDeve ter sido uma experiência incrível, assistir uma gravação in loco.
Pelo jeito você aproveitou.
Gostei da ideia da Mariana de fazer um curta e espero que tenhamos oportunidade de assistir.
cheirinhos
Rudy