quinta-feira, 2 de maio de 2019

Acompanhando um dia de gravação do Curta Segunda Pele





























por Bernardo Freitas

Em um dia de gravação no set de “Segunda Pele”, tive o prazer de presenciar a produção de um curta-metragem independente. O curta é uma co-produção da Dias de Lyrios e a Kolumban Filmes, e é o primeiro projeto de ficção de Mariana Dias. O curta apresenta a história de Maria (Mariana Dias), uma mulher em seus 40 anos, que recebe uma herança de sua avó: uma mala antiga cheia de roupas e memórias, e não sabe o que fazer com isso.

 Conversando com Mariana Dias, a roteirista e diretora do filme, ela nos contou de onde surgiu a inspiração para o roteiro. Oito anos atrás, Mariana havia perdido sua avó e herdado uma mala cheia de roupas antigas e bem guardadas. Seu primeiro pensamento em relação a mala foi transformá-la em arte. Ela iniciou um processo de pesquisa sobre memórias, guardados e afetos para escrever uma dramaturgia e encena-la no teatro. Ela também experimentou encena-la em poesias e danças, mas foi através de uma conversa com o fotógrafo Stefan Hess sobre o projeto, que chegaram a conclusão que poderiam realizar um curta-metragem. Depois disso, Marina decidiu escrever o roteiro.
 No dia 27 de abril de 2019, tiver a oportunidade de presenciar a gravação de uma cena que se passa em um brechó, rodada no Catherine Labouré, em Ipanema. Na cena que se passa no brechó, Mariana contracena com Beth Martins e Vanda Jacques, interpretando respectivamente, Donna e Zelinha. Mariana às conheceu através do Intrépida Trupe, um grupo artístico carioca que mistura dança, teatro, circo e música.
 Mariana havia pesquisado inúmeros brechós pelo Rio de Janeiro para gravar essa cena, e em uma dessas pesquisas, acabou encontrando o Catherine Labouré. Ela foi até a loja, onde conversou com Adriana, a dona do brechó, sobre a possibilidade de gravarem ali. E quando Adriana descobriu que o nome da protagonista seria Maria, elas tiveram uma aproximação instantânea. Conversando com Adriana, descobrimos que o brechó foi inaugurado em 2006, no dia 27 de maio. O brechó foi nomeado assim, após vários acontecimentos envolvendo a Santa Catherine Labouré na vida de Adriana, durante o ano da inauguração.

Curiosamente, Catherine Labouré foi canonizada no dia 27 de julho de 1947, o brechó foi inaugurado dia 27 de maio de 2006, e a gravação também aconteceu em um dia 27. Seria 27 o número da sorte do curta-metragem?

Por fim, percebi o quanto Mariana Dias sabe o que está fazendo, e tem o conhecimento da importância que é produzir arte nos tempos que estamos vivendo. O sentimentalismo e o existencialismo propostos pelo roteiro serão algo de muita importância a serem vistos. O cinema de guerrilha sempre foi e sempre será necessário para os cineastas brasileiros, e ter uma obra como o Segunda Pele adicionado à lista, é algo que estou esperando ansiosamente para ver.





3 comentários:

  1. Que experimencia bacana, obrigada por dividir conosco :)

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  2. Puxa, uma coisa tão real se tornando arte! E que arte, pelo que li acima! Pena só uma coisa, os curtas no Brasil ainda são vistos(quando vistos) como algo irrelevante e a gente que ama cinema, sabe o quanto os curtas são importantes e por serem curtas, precisam trazer uma gama de sentimentos tudo de uma vez só!
    Se puder, com certeza, adoraria ver!
    Beijo

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  3. Bernardo!
    Deve ter sido uma experiência incrível, assistir uma gravação in loco.
    Pelo jeito você aproveitou.
    Gostei da ideia da Mariana de fazer um curta e espero que tenhamos oportunidade de assistir.
    cheirinhos
    Rudy

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