Menina que via Filmes: John Wick 3 - Parabellum [Crítica]

Título Original: John Wick: Chapter 3 - Parabellum

Título no Brasil: John Wick 3: Parabellum

Data de lançamento: 16 de maio de 2019 (2h 23min)

Direção: Chad Stahelski

Elenco: Keanu Reeves, Halle Berry, Ian McShane

Gênero: Ação

Nacionalidade: EUA

por Bernardo Freitas

Com ótimas coreografias e sequências de tirar o fôlego, John Wick 3: Parabellum desaponta em seu enredo, mas se compensa em suas performances. Após o sucesso dos filmes anteriores da franquia, a expectativa para essa sequência estava bem alta. Como pude conferir, o público que assistiu o filme na cabine de imprensa saiu da sessão bastante satisfeito. 

O longa apresenta John Wick (Keanu Reeves) fugindo por duas razões: ele está sendo caçado por um contrato global de 14 milhões de dólares por sua vida, e por quebrar uma regra central: tirar uma vida no terreno do Continental Hotel. A vítima era um membro da Mesa Alta que ordenou o contrato aberto. John já deveria ter sido executado, exceto que o gerente da Continental, Winston, concedeu a ele uma carência de uma hora antes de ser “excomungado”. A associação foi cancelada, banida de todos os serviços e cortada de outros membros. John usa a indústria de serviços para se manter vivo enquanto luta e mata para sair de Nova York. 

Como os outros filmes da franquia, Parabellum entrega coreografias de lutas surpreendentes e cenas eletrizantes de perseguições pela cidade de Nova York. Entretanto, seu roteiro é fraco. A perseguição de John Wick e as resoluções para seus problemas se tornam improváveis demais para o universo cinematográfico proposto. Em várias sequências de perseguições por lugares públicos da cidade, assassinos tentam matar John Wick, que acaba se defendendo e matando mais pessoas. Porém, em duas cenas específicas que se passam em uma estação de trem movimentada, várias mortes acontecem e nenhuma pessoa que estava passando por ali percebe. Pessoas são mortas em frente a outras, e essas ações passam despercebidas por maior parte do público. Enquanto consigo observar que possa ter sido uma representação de como as pessoas hoje em dia estão cada vez mais desligadas das coisas seu redor que não percebem o que está acontecendo, também consigo observar como um deslize fatal do roteiro. É sério que nenhuma pessoa viu e entrou em pânico? Gerando pânico nas pessoas ao redor e consequentemente fazendo todos observarem o que está acontecendo bem ali? Outro deslize fatal do roteiro que não pode passar despercebido, é uma das cenas finais do filme, onde um personagem cai de um prédio, bate na escada de incêndio do prédio ao lado, e consequentemente cai no chão da rua. Surpreendentemente, após cair de vários andares e acertar o chão, o personagem sobrevive. Seria esse personagem realmente invencível? A irrealidade do roteiro pode passar despercebida para maior parte do público, mas não tem como discordar de que há irrealidade demais para o universo de John Wick.

Mas por outro lado, o filme é bastante divertido. Várias das cenas de perseguição à John Wick são memoráveis, como a luta na biblioteca pública de Nova York, a perseguição de moto nos túneis da cidade, e a luta final, em uma sala repleta de espelhos. Uma das cenas mais memoráveis do filme conta com a participação de Keanu Reeves e Halle Berry (interpretando a personagem Sofia) estão em Casablanca, e acabam tendo que enfrentar assassinos para sobreviverem. Aliás, a escolha adicionarem Halle Berry ao elenco foi sensacional. Berry e Reeves são os que mais brilharam no filme. Por fim, Parabellum é um bom filme apesar de um roteiro fraco. As coreografias das cenas de luta continuam a impressionar, e Keanu Reeves continua a entregar ótimas performances, assim como os demais atores do longa. 

*Cabine de imprensa à convite da distribuidora

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