Menina que via Filmes: Predadores Assassinos [Crítica]

Título Original: Crawl

Título no Brasil: Predadores Assassinos

Data de lançamento: 26 de Setembro de 2019

Duração: 1h e 27min

Direção: Alexandre Aja

Elenco: Kaya Scodelario, Barry Pepper, Morfydd Clark, Ross Anderson.

País: EUA

Ano: 2019

Gênero: Terror

por Bernardo Freitas

Mesmo com a premissa geral da história ser uma que já vimos diversas vezes no mundo cinematográfico (tais como Tubarão (1975) e Piranha (1978)), Predadores Assassinos consegue revitalizar o cinema de criaturas assassinas misturando o terror trash com uma aventura de tirar o folêgo. A trama apresenta o estado da Flórida prestes a presenciar um dos maiores furacões dos últimos tempos, com toda a cidade sendo esvaziada, Haley (Kaya Scodelario) se vê na missão de enfrentar esse furacão para resgatar seu pai (Barry Pepper) que ficou em casa e não está atendendo suas ligações. Entretanto, Haley acaba ficando presa em casa com um bando de jacarés gigantes e tendo que lutar contra eles para sobreviver, enquanto toda a sua vizinhança e sua casa são inundadas pela enchente.

Desde o primeiro ato, o filme apresenta elementos do que está por vir, desde a frustração de Haley de nunca ter chegado em primeiro lugar numa competição de natação, desde os perigos que o furacão está trazendo. Na medida em que a busca por seu pai vai se intensificando e o furacão se aproximando, Haley se vê cada vez mais na necessidade de nadar para obter seus objetivos. Seja para conseguir sair do porão inundado para não morrer afogada, ou nadar por toda sua vizinhança para tentar alcançar um barco. Por mais que ela nunca tenha conseguido realizar seu maior desejo no âmbito profissional que ela vive, ela consegue utilizar essa habilidade para enfrentar os desafios desse furacão. Um grande questionamento perceptível no roteiro, é exatamente isso; Não é porque não conseguimos obter o resultado desejado em uma determinada situação, que não somos necessariamente bons nisso. Ela nunca chegou em primeiro lugar em uma competição, mas é exatamente essa determinação de sempre tentar melhorar que faz com que ela tenha forças para o que é necessário enfrentar durante o furacão. E é a partir dessa ponto de vista de todo esse conflito, que percebemos que na realidade, os jacarés são apenas vilões em segundo plano. Eles são as dificuldades que Haley precisa enfrentar para finalmente perceber que ela não precisa do primeiro lugar. 

Na parte técnica, o filme se consagra bastante pela sua cenografia. 

Antes de percebermos as proporções que o furacão causaria nessa vizinhança, a cenografia nos faz duvidar de se realmente é uma locação ou um cenário montado. Com uma vizinhança inteira construída em um estúdio e que aos poucos vai ficando submersa, o produto final fica impressionantemente consistente. A única parte técnica que peca no filme, é o CGI, que poderia ter sido melhor finalizado. A tensão que leva até o clímax são muito bem construídos. Quando você acha que sabe o que está por vir, o filme te surpreende e você acaba levando inúmeros sustos com as proporções gigantescas que esse furacão causa na vida dessa família e na vizinhança. 

Repleto de momentos de tensão e alguns momentos divertidos (tal como a cena em que Haley está enfrentando um jacaré dentro do banheiro), o desempenho fenomenal de Kaya Scodelario prende a atenção do público e gera uma aproximação do que a personagem está vivendo. Por fim, Predadores Asssassinos é um ótimo entretenimento e merece ser visto.